Capítulo 4 – Partida e promessas

O aeroporto do Galeão estava movimentado, mas para Agatha tudo parecia em câmera lenta. Os alto-falantes anunciavam voos, crianças corriam pelos corredores, casais se despediam — e, no meio daquele caos organizado, ela se despedia do Brasil. Da sua casa, da rotina, da vida que conhecia até poucos dias atrás.

Ao seu lado, Liam segurava sua mão com firmeza. Ele sabia que aquele era um passo gigante para ela. E respeitava isso. Por mais que quisesse tê-la ao seu lado o mais rápido possível, também queria que ela estivesse certa da escolha.

— Ainda dá tempo de desistir — ele disse baixinho, encarando o rosto moreno dela.

Agatha o olhou com firmeza, o cabelo ondulado preso em um rabo de cavalo alto, e um brilho nos olhos castanhos que misturava ansiedade e decisão.

— Eu não estou fugindo de nada, Liam. Estou indo por escolha. Por você. Por nós.

Ele sorriu, puxando-a para um beijo rápido.

— Prometo que vai valer a pena. Cada segundo.

Camila e Augusto se aproximaram logo depois. O clima era de emoção contida, do tipo que não gosta de fazer escândalo, mas que está ali, latente, no olhar marejado e nos abraços demorados.

— Cuida da minha menina, ouviu? — disse Camila, apontando o dedo para Liam. — Ela é forte, mas coração de mulher é feito de vidro temperado. Resiste muito… até trincar.

— Ela vai ser minha prioridade — ele respondeu com a segurança de quem não faz promessas em vão.

Agatha abraçou os pais uma última vez, e logo estavam embarcando. O avião decolou e com ele levava uma nova história — uma que ela não imaginava viver, mas que já não sabia como abandonar.

**

Nova York estava fria quando aterrissaram. Agatha vestia um casaco longo e botas de cano alto, mas ainda assim se impressionou com a intensidade do vento gelado. Liam, no entanto, a mantinha perto, aquecendo-a com os braços e o olhar.

— Bem-vinda à selva de concreto — ele disse, com um sorriso de canto.

Ela se espantou com a vista do carro quando cruzaram a ponte do Brooklyn. Os arranha-céus, a correria, as luzes. Era o oposto do litoral carioca. Mas algo nela vibrava com a ideia de recomeçar. De ser parte do mundo dele.

— É tudo tão… grande — ela comentou.

— E ainda assim, nada chama mais atenção que você — ele respondeu, deslizando os dedos pela coxa dela, por baixo do tecido grosso do casaco.

Ela riu, dando um tapa de leve na mão dele.

— Controla esse fogo, Sr. Martin. Temos uma cidade inteira pra explorar antes de irmos pra cama.

— Quem disse que eu vou esperar até a cama?

**

Ao chegar no apartamento dele, Agatha ficou em silêncio por alguns minutos. O local era moderno, com janelas gigantes, vista para o Central Park e decoração de bom gosto. Mas não era isso que a deixava quieta. Era o fato de que, pela primeira vez, ela tinha um lar fora do Brasil.

Liam veio por trás e abraçou-a pela cintura, beijando o pescoço dela com carinho.

— Você pode mudar tudo se quiser. Decorar do seu jeito, pintar as paredes, bagunçar minha rotina. Só não muda de ideia, tá?

Ela se virou para ele, tocando seu rosto.

— Eu não vim aqui pra ser hóspede, Liam. Eu vim pra ser tua. De corpo e alma.

Ele a pegou no colo com um impulso firme, fazendo-a rir.

— Então vamos começar com o corpo, que é minha parte favorita.

Ela gemeu baixinho quando ele a jogou na cama e se deitou sobre ela, arrancando o casaco e explorando a pele quente sob a blusa térmica.

— Aqui é onde você vai morar — ele disse, beijando os seios dela por cima do sutiã — entre meus lençóis, meus braços… e minhas vontades.

— Dominador, possessivo… do jeito que eu gosto — ela provocou, arqueando o quadril contra ele.

A noite foi marcada por gemidos abafados, mãos inquietas, mordidas no pescoço, e uma entrega que queimava os dois de dentro pra fora. Nova York podia ser a cidade que nunca dormia, mas naquela noite, ela ficou em silêncio para ouvir os suspiros de Agatha.

**

Nos dias seguintes, Liam a apresentou à família. Noah foi o primeiro a conhecê-la pessoalmente — e a surpresa nos olhos dele foi visível.

— Então essa é a mulher que fez meu irmão largar tudo por dois meses? — disse ele, após um longo olhar.

Agatha manteve a postura. Ela sabia como impressionar. E sabia que, para os Martin, confiança era tudo.

— Eu não fiz ele largar nada. Ele que decidiu mudar o rumo. Eu só aceitei caminhar ao lado.

Noah sorriu, satisfeito com a resposta.

— Seja bem-vinda, Agatha. Meu irmão parece… feliz. E isso é raro.

— Ele me faz feliz também. E isso é tudo que importa.

**

Em pouco tempo, Agatha já se sentia parte da vida nova. Começou a procurar oportunidades para advogar no país, fez amizade com a esposa de Noah e conquistou o respeito de todos à sua volta com sua inteligência, força e jeito direto de ser.

Mas o melhor de tudo eram os momentos só dela e Liam. As viagens inesperadas nos fins de semana, os jantares à luz de velas que ele preparava pessoalmente, os dias em que ele cancelava reuniões só para passar a manhã na cama com ela.

E, claro, as noites. Sempre intensas. Sempre com ele sussurrando no ouvido dela que era só dele. Que ninguém jamais tocaria naquela pele sem que ele soubesse. Que ela era sua obsessão.

Agatha não se importava com o ciúme. Pelo contrário. O jeito como ele a queria, como a desejava, a fazia sentir viva.

E foi numa dessas noites, com o corpo colado ao dele, os dedos entrelaçados e o coração acelerado, que ela percebeu: ela não estava apenas apaixonada.

Ela estava completamente entregue.

E pronta para tudo que aquela nova vida prometia.

---

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***