As ondas quebravam suavemente na areia enquanto o céu tingia-se de tons alaranjados. O som do mar era o único ruído entre eles naquela manhã preguiçosa em Búzios. Agatha estava sentada na varanda da pousada, enrolada apenas no lençol branco que escorregava sensualmente por suas costas nuas, e Liam a observava em silêncio da cama, como se ela fosse a coisa mais bonita que já havia visto na vida.
Ela mexia distraidamente em uma xícara de café, os cabelos desgrenhados pelo sono e pela paixão da noite anterior. Havia algo de extremamente íntimo e natural naquele momento. Era como se ela pertencesse ali, na vida dele, naquele cenário, naquele instante.
Liam levantou e foi até ela, sem se preocupar com a roupa. Se abaixou atrás da cadeira, envolvendo seu corpo com os braços e depositando um beijo no ombro descoberto.
— Bom dia, minha brasileira — murmurou, com um sorriso preguiçoso.
Agatha sorriu, inclinando a cabeça para trás, encostando-se a ele.
— Você dorme menos do que eu imaginava — provocou, virando o rosto para beijar sua bochecha.
— Eu dormi, sim. Mas quando acordei e te vi ali, assim… — ele deslizou os dedos pela cintura dela — fiquei preso nesse primeiro olhar.
Ela o olhou com ternura, os olhos escuros capturando cada nuance do sentimento no rosto dele.
— Você tem jeito com palavras, Mr. Martin. Isso sempre funciona com as mulheres de Nova York?
Ele riu, afastando uma mecha do cabelo dela.
— A verdade? Eu nunca fui de frases doces. Mas você me faz querer falar o que nunca disse pra ninguém.
Agatha ficou em silêncio por um momento, como se absorvesse aquilo. Ela não era ingênua. Sabia que ele vinha de um mundo completamente diferente do seu. Dinheiro, poder, fama. Um império herdado e ampliado por mãos firmes. Mas, ali com ela, Liam parecia só… homem. Um homem que queria recomeçar. E que parecia, por algum motivo estranho e inesperado, ver nela esse ponto de partida.
**
Naquela tarde, decidiram sair para explorar a cidade. Agatha o levou a lugares que turistas geralmente não conheciam — pequenas lojinhas, ateliês escondidos, restaurantes familiares com receitas passadas de geração em geração. Liam andava de mãos dadas com ela pelas ruas de pedra, encantado não apenas pela cidade, mas pela forma como ela interagia com o mundo.
— Você conhece todo mundo aqui? — ele perguntou, depois que um senhor idoso parou para cumprimentá-la com carinho.
— Meu avô morava aqui. Passei muitos verões nessa cidade quando era adolescente. É um pedaço do meu coração.
— E agora é o meu — ele murmurou, quase sem pensar.
Agatha parou de andar, virando-se devagar para encará-lo.
— Liam…
— Eu sei que é cedo. E que você não está acostumada com esse tipo de intensidade. Mas eu também não estou. E ainda assim, aqui estou eu, olhando pra você como se já fizesse parte da minha vida há anos.
Ela o olhou, os olhos marejando sem aviso. Não por tristeza. Mas porque, pela primeira vez em muito tempo, alguém a via de verdade. Alguém que não se intimidava com seu lado forte, que não queria moldá-la a um padrão, que não a via apenas como uma advogada competente ou filha de alguém influente.
Ele a puxou suavemente pela cintura e a beijou ali mesmo, no meio da rua, sem pressa, sem receio. E o mundo pareceu parar.
**
Naquela noite, o jantar foi à luz de velas, em um restaurante charmoso à beira-mar. Agatha usava um vestido verde esmeralda que realçava ainda mais o tom dos cabelos ruivos. Liam não conseguia tirar os olhos dela.
— Você me encara como se estivesse hipnotizado — ela comentou, rindo baixinho enquanto tomava um gole de vinho.
— Estou — ele respondeu, sem rodeios. — E, sinceramente? Eu não quero acordar disso.
Agatha riu, mas havia emoção por trás daquela gargalhada.
— Você é intenso, Liam. Demais até.
— E isso te assusta?
Ela pensou por um segundo antes de responder.
— Me assusta o quanto eu gosto disso. O quanto eu gosto de você.
Liam segurou sua mão sobre a mesa, entrelaçando os dedos.
— Então não vamos desperdiçar isso. Eu não sei o que o futuro reserva, Agatha. Mas eu sei o que eu quero. E é você. Aqui, agora. E depois também.
Ela não disse nada, apenas sorriu. Mas aquele sorriso dizia tudo.
**
De volta à pousada, os dois se deixaram levar novamente pelo desejo. Mas dessa vez foi diferente. Não era apenas tesão. Era entrega. Era como se seus corpos tivessem aprendido uma nova linguagem, feita de sussurros, de toques lentos, de olhares intensos.
Liam a deitou com cuidado sobre a cama, explorando cada centímetro da pele dela com os lábios. Agatha gemeu seu nome quando ele deslizou para dentro dela com um movimento preciso e cheio de necessidade. As mãos entrelaçadas acima da cabeça dela, os olhos presos um no outro.
— Você é minha — ele sussurrou, possessivo.
— Sua — ela respondeu, com a voz embargada de prazer.
Movimentos lentos, profundos. Ele a dominava sem brutalidade, com firmeza e cuidado. Como se quisesse gravar nela que ele era diferente. Que ele era dela também.
E naquela noite, debaixo dos lençóis bagunçados, com o som do mar como trilha sonora, duas almas começaram a se curar juntas.
**
Na manhã seguinte, enquanto tomavam café no jardim da pousada, Agatha foi direta:
— Liam, o que vai acontecer quando você tiver que voltar?
Ele pousou a xícara, olhando para ela com firmeza.
— Eu vou te pedir pra ir comigo.
Ela arqueou uma sobrancelha, surpresa.
— Pro Estados Unidos?
— Pra minha vida.
Agatha ficou em silêncio, mas no fundo, uma parte dela já sabia. Aquilo não era uma paixão de verão. Era um encontro de destinos. E ela estava pronta.
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Atualizado até capítulo 34
Comments
Cristina Santos
Espero que Aurora não queira atrapalhar a relação deles .
2025-04-21
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Lourdes Morais
ai é está, vamos ver
2025-04-21
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