Alguns minutos depois, o jantar ficou pronto. Clara terminou de pôr a mesa enquanto Roger foi até o quarto chamar Lauren. Ela continuava deitada, imóvel.
Roger: Lauren, o jantar está pronto. Quero que venha comer com a gente.
Lauren: Não tô com fome.
Roger: Não é só sobre isso. A gente precisa conversar. Levanta. Tô te esperando na mesa.
Lauren não respondeu. Roger ficou parado por um segundo, suspirou, e então se virou, voltando para a cozinha. Empurrou a cadeirinha de Austin mais para a frente, perto da mesa, e se sentou. Clara colocou o último prato na mesa e sentou também.
Logo depois, Lauren apareceu. Estava com o cabelo arrumado dessa vez. Passou por Austin e brincou rapidamente com ele, forçando um pequeno sorriso, e se sentou à mesa. Todos se serviram em silêncio, apenas o balbuciar de Austin quebrava o clima tenso. Lauren não comia — apenas mexia na comida com o garfo.
Pouco tempo depois, Roger terminou sua refeição, assim como Clara, que logo começou a alimentar Austin com cuidado.
Roger deu o último gole no suco, apoiou o copo na mesa e suspirou.
Roger: Eu quero conversar com vocês duas.
Clara levantou os olhos para o pai. Lauren continuou calada, encarando o prato.
Roger: Eu comprei um terreno. Em Oregon. Perto de uma floresta. Nós vamos nos mudar pra lá.
Lauren: [erguendo o olhar] O quê? Você só pode estar brincando.
Roger: Não tô. Vendi essa casa. Juntei tudo que a gente tinha. Comprei um trailer, ferramentas, mantimentos. Vamos recomeçar… juntos.
Lauren: Eu não vou viver no meio do mato, Roger. Eu não vou me isolar desse jeito.
Roger: Você já tá isolada! Vive nesse quarto como um fantasma! Eu tô tentando salvar o que sobrou dessa família.
Lauren: Não tem mais nada pra salvar. Isso aqui já morreu no dia que Clara deixou o Ethan morrer.
Clara abaixou a cabeça na mesma hora. O peito doía, como se aquelas palavras cortassem por dentro.
Roger: [erguendo o tom] Para com isso! A culpa não foi dela! Você sabe disso, Lauren!
Lauren: [com os olhos marejados] Mas ele tava com ela, Roger! Ele tava com ela…
Roger: E você tava onde? Eu também tava! Todos nós erramos. Mas essa culpa não vai ser jogada nas costas da Clara! Não mais!
Lauren se levantou bruscamente, empurrou a cadeira e saiu da cozinha sem olhar para trás.
Roger suspirou, cansado, passando as mãos pelos cabelos. Sentou-se novamente.
Clara: Eu… eu gostei da ideia. Acho que qualquer lugar é melhor do que tudo isso que a gente tá vivendo.
Roger olhou para ela e sorriu, com os olhos marejados.
Roger: Eu prometo que vai ser diferente dessa vez.
Claro! Aqui está a continuação exatamente como você pediu:
⸻
Depois do jantar, Roger começou a recolher os pratos da mesa, e Clara logo se levantou para ajudá-lo. Os dois trabalharam em silêncio, mas um silêncio leve — confortável. Enquanto Clara lavava a louça, Roger secava e guardava. Era uma dança sincronizada entre pai e filha, um costume antigo entre eles que sempre trazia um certo conforto nos dias difíceis.
Quando terminaram, Roger pegou Austin da cadeirinha e os três seguiram juntos para o quarto do bebê. Clara se sentou na poltrona de amamentação, com Austin aninhado em seu colo, e começou a balançá-lo suavemente de um lado para o outro, murmurando palavras doces e sorrindo com cada risadinha sonolenta que ele soltava. Roger, do outro lado do quarto, ajeitava o berço com cuidado, esticando os lençóis e arrumando o travesseirinho.
Alguns minutos depois, Austin adormeceu nos braços de Clara, sereno. Ela se levantou com cuidado, caminhou devagar até o berço e o deitou com toda a delicadeza, como se fosse feito de vidro. Cobriu seu corpinho pequeno e ficou o observando por um momento, sentindo o coração aquecer.
Roger, parado na porta, a observava em silêncio. Sua linda menina… já tão crescida. Passando por tanta coisa… e ainda assim, sendo forte, doce, cuidando do irmão como se fosse seu próprio filho.
Roger: Eu te amo, Clara.
Clara se virou devagar, surpresa com a frase tão direta. Aquilo não era incomum, mas o jeito como ele disse… parecia mais profundo do que o normal.
Clara: Eu também te amo, pai.
Roger: Vai ser tudo diferente agora. Eu vou cuidar de você, proteger você. Do jeito que você merece.
Clara: Você promete?
Roger se aproximou e selou a promessa com um beijo demorado no topo da cabeça dela, como fazia desde que ela era criança.
Roger: Prometo.
Promessas assim existiam entre os dois desde sempre. E naquele momento, Clara quis acreditar que, dessa vez, talvez, tudo realmente fosse mudar.
Os dois saíram do quarto de Austin em silêncio, como se qualquer som pudesse acordar o bebê. Roger fechou a porta com cuidado e se virou para Clara, que ainda tinha um leve sorriso no rosto.
Roger: Boa noite, meu amor.
Ele se aproximou e a puxou para um abraço apertado.
Roger: Amanhã… você não precisa ir à escola, tá? Fica em casa. Descansa um pouco.
Clara sorriu de imediato, sentindo o alívio percorrer seu corpo.
Clara: Sério?
Roger: Sério. Você merece um respiro.
Ela o abraçou de novo, dessa vez mais forte, como se não quisesse soltar.
Clara: Obrigada, pai. Estar naquele lugar é horrível…
Roger riu suavemente e beijou o topo da cabeça dela, como sempre fazia.
Roger: Vai melhorar… Eu prometi, lembra?
Clara assentiu com a cabeça e seguiu pelo corredor até seu quarto. Entrou, fechou a porta e suspirou. Tirou a roupa devagar, entrou no chuveiro e deixou a água quente escorrer pelo corpo, como se quisesse lavar toda a dor do dia.
Minutos depois, já de pijama, ela se jogou na cama. O colchão afundou sob seu peso e ela se aconchegou entre os lençóis. Seus olhos encararam o teto, mas sua mente já estava longe.
A floresta. O trailer. O novo começo.
Ela não sabia exatamente o que esperar… mas qualquer coisa era melhor do que continuar ali.
E, de algum jeito, ela sentia… que sua vida estava prestes a mudar para sempre.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 61
Comments
Vanessa Brunner Milantonio Silva
mais fotos
2025-07-09
0
ana paula ferreira
Gostando muito, bem interessante ☺️
2025-06-04
1
Anonymous
parabéns autora, linda história, já tô prevendo que virão muitas emoções pela frente.
2025-04-20
2