Kaidos guiou Aria por corredores ocultos atrás das estantes, passando por passagens secretas que nem pareciam pertencer ao mesmo castelo.
— Como você conhece tudo isso? — sussurrou Aria, quase tropeçando em uma escada estreita.
— Tenho uma queda por lugares escondidos — respondeu ele com um sorriso torto. — E por garotas teimosas que aparecem em bibliotecas proibidas.
Aria bufou, mas sentiu o rosto esquentar.
Ao final do caminho, chegaram a uma sala circular, iluminada por uma luz âmbar que parecia emanar dos próprios livros. No centro, sentada em uma cadeira de pedra cercada por pergaminhos flutuantes, estava ela: uma mulher de cabelos prateados presos em um coque impecável, olhos dourados penetrantes, e uma túnica bordada com símbolos antigos.
— Você trouxe uma intrusa, Kaidos — disse a mulher sem sequer levantar os olhos do livro que lia.
— Prefiro pensar nela como uma visitante curiosa — respondeu ele, com um floreio.
A mulher finalmente olhou para Aria. Um olhar que parecia pesar mais do que mil perguntas.
— Então… você é a “prometida”.
Aria cruzou os braços, defensiva.
— Prefiro “vítima de feitiço aleatório”, se não for incômodo.
A mulher fechou o livro devagar.
— Meu nome é Marentha. E você… não pertence a este mundo. Isso é claro como a tinta mágica nas páginas do destino.
Aria arregalou os olhos.
— Então é verdade? Eu fui invocada mesmo?
— Sim. Pelo selo da Linhagem Carmesim. Um feitiço antigo, proibido por boas razões. É usado apenas quando o trono está à beira de ruir… ou quando o imperador está prestes a quebrar.
Aria engoliu em seco.
— Mas por quê eu? Por que eu, entre tantas pessoas?
Marentha se aproximou, sua presença mais pesada que a de qualquer soldado.
— Porque sua alma respondeu ao chamado. O selo não escolhe por acaso. Ele busca… poder adormecido. Algo dentro de você ressoou com a magia imperial.
Aria olhou para a pulseira em seu pulso. Estava brilhando de novo. Fraca, mas constante.
— Isso tem a ver com essa pulseira maluca? Ela brilha do nada!
Marentha assentiu.
— É o selo. Só será desativado quando o seu coração estiver decidido. Enquanto estiver em dúvida… estará presa neste mundo. E no Imperador.
— Decidido? — Aria sussurrou. — Mas decidir o quê?
— Isso… — Marentha voltou ao trono. — Só o tempo dirá.
Antes que pudesse fazer mais perguntas, passos apressados ecoaram nos corredores distantes.
Kaidos se aproximou.
— Precisamos sair. Os guardas estão se aproximando. E se te pegarem aqui...
— Vai ser o fim do meu tour mágico — completou Aria, já puxando o manto de volta.
Enquanto seguiam por outra saída secreta, Marentha deixou uma última frase no ar, como um enigma:
— Cuidado, Aria. Dragões dormem por séculos… mas quando despertam, queimam tudo o que tocam.
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Atualizado até capítulo 60
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