Os Olhos do Destino ( Drarry)
Capítulo 01
Uma mulher de longos cabelos ruivos poderia facilmente ser confundida com um membro da família Wesley, mas, na verdade, pertencia a um grupo de amigos próximos.
Seus cabelos soltos estavam úmidos, e seu rosto molhado denunciava as lágrimas que escorriam silenciosas. Sua mão repousava sobre sua barriga arredondada, evidência dos oito meses de gestação. Vestia um delicado vestido branco com nuances amarelas, um contraste suave com a dor que lhe pesava o peito.
O motivo? Seu alfa havia desaparecido há dois dias, logo após desferir-lhe um tapa no rosto, enraivecido pelos rumores envolvendo sua amizade com Snape.
Severus Snape, seu amigo mais antigo, era um visitante frequente, apesar das constantes fofocas. Diziam que o bebê era dele, algo que James Potter, seu marido, jamais poderia tolerar.
O que ninguém sabia era a verdade incontestável: Snape era gay e apaixonado por alguém que nunca o correspondeu. Além disso, era casado e pai de um menino de dois anos. Ele nunca teve qualquer relação íntima com Lilian, apenas uma amizade sólida, marcada por carinho e lealdade.
Snape sempre fora um homem frio aos olhos do mundo, mas para Lilian, ele era um porto seguro. E para o homem que amava, oferecia o mesmo cuidado, mesmo que nunca fosse além da amizade.
No passado, quando Lilian lhe confidenciou que estava apaixonada por James, ele reagiu mal. Afinal, James era o mesmo que fizera de sua vida um tormento durante os anos de escola. No entanto, com o tempo, aceitou a escolha dela — por mais que soubesse que era um erro.
Seis anos de casamento ensinaram a Lilian o que Snape já sabia. James não era o homem ideal. No início, ele fora amoroso, mas logo revelou sua verdadeira face: chegava bêbado, se envolvia com outras mulheres, gastava dinheiro do banco bruxo sem controle.
A sociedade o idolatrava como um auror excepcional, um bruxo de sangue puro exemplar. Mas dentro de casa, ele era um canalha.
Naquela noite, uma batida na porta a tirou de seus pensamentos. Com dificuldade, Lilian se levantou e caminhou até a entrada.
Diante dela, um homem vestido de negro, com um capuz ocultando seu rosto e um aroma distinto de absinto e mirra. Quando abaixou o capuz, sua identidade foi revelada: Severus Snape.
Lilian deu um passo para trás, permitindo-lhe passar. Com um aceno de varinha, ele a ajudou ela se sentar e conjurou uma xícara de chá antes de falar.
Severo Snape
— Lili, sinto muito, mas infelizmente... Potter morreu.
Ela ofegou, e seus olhos encheram-se de lágrimas. O desespero tomou conta de seu peito, mas Snape a segurou com firmeza, permitindo-lhe chorar.
Severo Snape
— Ele tentou enganar Voldemort... Mas o Lorde das Trevas o encontrou e o matou. E agora ele está atrás de você. James disse que você possuía algo que ele queria.
Lilian Potter
— Mas o que eu teria? Eu não tenho nada! Só guardei dinheiro suficiente para que Harry pudesse ter uma vida segura.
Severo Snape
— James disse que você tinha uma Horcrux — Snape disse, sombrio. — Se fosse verdade, eu sentiria sua presença aqui.
Lilian Potter
— Eu nunca tive contato com esse tipo de magia! — ela gritou, colocando as mãos na barriga. — A última vez que vi Voldemort, ele quase me matou... Eu quase perdi Harry. A cicatriz na minha pele é a única lembrança daquele dia, mas, que eu saiba, meu bebê está seguro.
Severus suspirou, cansado.
Severo Snape
— Meu medo agora é você e Harry. Você é minha amiga, minha irmã... Eu não quero perder você por causa de um monstro. E pior ainda... Seu bebê pode nascer a qualquer momento.
Lilian envolveu Severus em um abraço apertado.
Lilian Potter
— Amanhã, você me leva ao banco para transferir tudo para Harry. Quero que tudo fique no nome dele... e no seu sendo o Guardião do Harry. Depois, eu partirei para um lugar seguro.
Ela lhe ofereceu um sorriso trêmulo, e naquela noite, ficaram juntos até o sono levá-los.
No hospital trouxa, Lilian gritava em meio ao trabalho de parto. O suor escorria por seu rosto, e Petúnia segurava sua mão.
Petúnia Dursley
— Respire, Lilian! Quando sentir a contração, empurre!
Com um último grito, um choro de bebê ecoou pelo quarto... Mas logo cessou. O ambiente se tornou tenso. Lilian, exausta, caiu em um sono profundo antes que pudesse entender o que estava acontecendo.
Ao despertar, viu sua irmã chorando ao lado da cama.
Lilian Potter
— Petúnia... Onde está meu pequeno Harry? — perguntou, assustada.
A irmã soluçou antes de responder:
Petúnia Dursley
— Sinto muito, irmã... Mas o bebê não resistiu. Ele morreu.
O grito de Lilian ecoou por todo o hospital. Seu desespero era tão intenso que precisaram sedá-la.
Um mês se passou até que recebeu alta, mas sua mente nunca se recuperou. Começou a ter sonhos estranhos, visões... Algo dentro dela dizia que seu bebê estava vivo.
Determinação brilhava em seu olhar quando escreveu para Severus:
—“𝓥𝓮𝓵𝓱𝓸 𝓪𝓶𝓲𝓰𝓸, 𝓮𝓼𝓹𝓮𝓻𝓸 𝓺𝓾𝓮 𝓮𝓼𝓽𝓮𝓳𝓪 𝓵𝓮𝓷𝓭𝓸 𝓲𝓼𝓼𝓸. 𝓢𝓸𝓷𝓱𝓮𝓲 𝓺𝓾𝓮 𝓶𝓮𝓾 𝓫𝓮𝓫𝓮̂ 𝓯𝓸𝓲 𝓵𝓮𝓿𝓪𝓭𝓸 𝓭𝓮 𝓶𝓲𝓶. 𝓢𝓮 𝓯𝓸𝓻 𝓿𝓮𝓻𝓭𝓪𝓭𝓮, 𝓮𝓾 𝓲𝓻𝓮𝓲 𝓪𝓽𝓮́ 𝓸 𝓲𝓷𝓯𝓮𝓻𝓷𝓸 𝓹𝓪𝓻𝓪 𝓫𝓾𝓼𝓬𝓪́-𝓵𝓸. 𝓢𝓮 𝓪𝓵𝓰𝓸 𝓶𝓮 𝓪𝓬𝓸𝓷𝓽𝓮𝓬𝓮𝓻, 𝓹𝓸𝓻 𝓯𝓪𝓿𝓸𝓻, 𝓬𝓾𝓲𝓭𝓮 𝓭𝓮𝓵𝓮 𝓬𝓸𝓶𝓸 𝓼𝓮 𝓯𝓸𝓼𝓼𝓮 𝓼𝓮𝓾.”
E assim, ela partiu. Vagou entre o mundo trouxa e o bruxo, buscando respostas. Até que, um dia, percebeu que estava sendo seguida.
Ela correu. A floresta densa a cercava, mas ao chegar à beira de um penhasco, soube que não havia mais escapatória. Quando se virou, viu Voldemort surgir das sombras.
Lord Voldemort
— Você foi difícil de encontrar, Lilian. Mas não há mais para onde correr. Diga-me, onde está a Horcrux?
Ele usou sua voz de alfa, tentando subjugar sua mente. Lilian cambaleou, mas se manteve firme.
Lilian Potter
— Eu não tenho nada seu, seu maldito! — ela gritou.
Lord Voldemort
— Cruciatus! — Voldemort bradou.
A dor tomou conta de seu corpo, mas, mesmo ajoelhada, ela ergueu o rosto e sorriu.
Lilian Potter
— Você nunca vencerá. Um dia, alguém virá para destruí-lo, assim como você destruiu uma família inocente. Você pode achar que está no topo agora, mas sua ruína já foi decretada. Minhas palavras ecoarão na eternidade:
E a cada palavra que pronunciava, uma energia vermelha e rosa se espalhava pelo ar, dançando em espirais vivas antes de se fundir à escuridão.
A floresta, antes silenciosa, parecia prender a respiração, mergulhando em uma sombra densa e opressiva. As árvores estremeciam, sussurrando em línguas esquecidas, enquanto a magia se entrelaçava ao vento, carregando o peso do destino.
—"𝕼𝖚𝖆𝖓𝖉𝖔 𝖔 𝖛é𝖚 𝖉𝖔 𝖙𝖊𝖒𝖕𝖔 𝖘𝖊 𝖗𝖔𝖒𝖕𝖊𝖗, 𝖔 𝖊𝖘𝖈𝖔𝖑𝖍𝖎𝖉𝖔 𝖉𝖊𝖘𝖕𝖊𝖗𝖙𝖆𝖗á 𝖉𝖆𝖘 𝖈𝖎𝖓𝖟𝖆𝖘 𝖉𝖔 𝖊𝖘𝖖𝖚𝖊𝖈𝖎𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔, 𝖒𝖆𝖗𝖈𝖆𝖉𝖔 𝖕𝖊𝖑𝖔 𝖘é𝖙𝖎𝖒𝖔 𝖌𝖎𝖗𝖔 𝖉𝖔 𝖘𝖔𝖑. 𝕺𝖘 𝖉𝖊𝖚𝖘𝖊𝖘 𝖙𝖗𝖆ç𝖆𝖗ã𝖔 𝖘𝖊𝖚 𝖉𝖊𝖘𝖙𝖎𝖓𝖔 – 𝖆 𝕯𝖊𝖚𝖘𝖆 𝖉𝖆𝖘 𝕽𝖚𝖓𝖆𝖘 𝖎𝖓𝖘𝖈𝖗𝖊𝖛𝖊𝖗á 𝖘𝖊𝖚 𝖓𝖔𝖒𝖊, 𝖔 𝕾𝖊𝖓𝖍𝖔𝖗 𝖉𝖆𝖘 𝕾𝖔𝖒𝖇𝖗𝖆𝖘 𝖎𝖓𝖛𝖔𝖈𝖆𝖗á 𝖘𝖚𝖆 𝖗𝖚í𝖓𝖆 𝖊 𝖔 𝕲𝖚𝖆𝖗𝖉𝖎ã𝖔 𝖉𝖔𝖘 𝕷𝖆𝖇𝖎𝖗𝖎𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖎𝖙𝖆𝖗á 𝖘𝖊𝖚 𝖈𝖆𝖒𝖎𝖓𝖍𝖔. 𝕺 𝕳𝖊𝖗𝖉𝖊𝖎𝖗𝖔 𝖉𝖆𝖘 𝕾𝖔𝖒𝖇𝖗𝖆𝖘 𝖔 𝖗𝖊𝖈𝖑𝖆𝖒𝖆𝖗á, 𝖒𝖆𝖘 𝖊𝖑𝖊 𝖕𝖔𝖘𝖘𝖚𝖎𝖗á 𝖚𝖒 𝖉𝖔𝖒 𝖎𝖓𝖉𝖊𝖈𝖎𝖋𝖗á𝖛𝖊𝖑 𝖆𝖙é 𝖕𝖊𝖑𝖔𝖘 𝖎𝖒𝖔𝖗𝖙𝖆𝖎𝖘. 𝖀𝖒 𝖈𝖆𝖎𝖗á 𝖕𝖊𝖑𝖆 𝖑â𝖒𝖎𝖓𝖆 𝖉𝖔 𝖔𝖚𝖙𝖗𝖔, 𝖕𝖔𝖎𝖘 𝖊𝖓𝖖𝖚𝖆𝖓𝖙𝖔 𝖚𝖒 𝖛𝖎𝖛𝖊𝖗, 𝖔 𝖔𝖚𝖙𝖗𝖔 𝖏𝖆𝖒𝖆𝖎𝖘 𝖆𝖑𝖈𝖆𝖓ç𝖆𝖗á 𝖔 𝖊𝖙𝖊𝖗𝖓𝖔. 𝕼𝖚𝖆𝖓𝖉𝖔 𝖆 ú𝖑𝖙𝖎𝖒𝖆 𝖑𝖚𝖟 𝖉𝖆 𝖊𝖗𝖆 𝖉𝖔𝖚𝖗𝖆𝖉𝖆 𝖘𝖊 𝖆𝖕𝖆𝖌𝖆𝖗, 𝖔𝖘 𝖘𝖚𝖘𝖘𝖚𝖗𝖗𝖔𝖘 𝖉𝖔𝖘 𝖉𝖊𝖚𝖘𝖊𝖘 𝖊𝖈𝖔𝖆𝖗ã𝖔 𝖓𝖔 𝖛𝖆𝖟𝖎𝖔."
Com lágrimas escorrendo por seu rosto, ela recitou a profecia, cada sílaba vibrando no âmago da terra, ecoando através do tempo. E então, com um último suspiro, ergueu as mãos trêmulas e lançou o feitiço final, selando a promessa gravada nos fios do destino. ela sussurrou:
Lilian Potter
— Com meu último desejo e meu poder, protejo meu filho com o mais puro amor... O amor da vida e da morte.
Voldemort ergueu a varinha.
Lord Voldemort
— Avada Kedavra!
A floresta explodiu em chamas. O corpo de Lilian caiu no mar, suas lágrimas se misturando às ondas. E, enquanto a escuridão a envolvia, sua última visão foi a dos rostos de seus verdadeiros amigos... E do filho que nunca conheceu.
Ali, vi uma mulher sentada em uma bela mesa, no meio da floresta, cercada por flores espalhadas ao redor. Eu não conseguia ver seu rosto direito, mas sabia que ela olhava para mim. Seu sorriso era caloroso e gentil. Ela estava tão linda ali.
As lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto.
Lilian Potter
— Não chore — ela disse suavemente. — Eu parti para um lugar melhor. E vim aqui para falar com você.
Sua voz era serena, mas carregava um peso que me apertava o coração.
Lilian Potter
— Você recebeu a profecia que enviei para você? A carta que escrevi? Meu pedido para que cuidasse do meu filho e o procurasse?
Hesitei. Sim, eu tinha recebido a profecia, mas não sabia o que fazer com ela. Não sabia por onde começar.
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