Agora, eu vou contar como me tornei propriedade dos Walton. Como tudo começou.
A van parou em frente à mansão, e assim que desci, fiquei de boca aberta. O lugar era gigantesco, daqueles que a gente só vê em filmes. O portão era imenso, com um design todo estilizado, com formas e curvas que lembravam folhas ou pétalas sobrepostas. Nas laterais do portão, tinha luminárias pretas presas aos pilares.
Pegamos nossos materiais de limpeza e bolsas de mão e seguimos até a entrada. Antes de entrar, um segurança grandão revistou nossas bolsas. Ele deu uma olhada rápida, não encontrou nada de errado e nos deixou passar.
A casa estava um silêncio só. Era tão grande que nem parecia ter gente morando lá. Era uma mansão daquelas de filme, cheia de detalhes chiques. A parte de fora era puro luxo, com uma piscina gigantesca que tinha até espreguiçadeira dentro d'água.
No meio do quintal tinha um espaço coberto com colunas, que parecia ser um lounge ou um cantinho pra fazer refeições ao ar livre.
Cada uma de nós foi para uma parte diferente, e eu fiquei responsável pela área da piscina. A piscina era coisa de filme. Água cristalina, espreguiçadeiras de luxo, tudo brilhando. Tinha garrafas de champanhe e drinks sofisticados espalhados por todo canto, então comecei a juntar tudo, jogando as taças e garrafas no saco de lixo.
Até que senti um olhar sobre mim.
Levantei os olhos devagar e vi alguém na janela do andar de cima. A pessoa estava meio escondida, como se não quisesse ser vista. Assim que tentei olhar melhor, ela sumiu atrás da cortina.
Fingi que não vi nada e continuei trabalhando.
Um tempo depois, minha cunhada, apareceu.
— Eleonor, a senhora Walton quer você no quarto principal.
— Eu? Por que eu? — perguntei, confusa.
— Sei lá, mas é melhor você ir. Ela não gosta de ser contrariada.
Achei estranho, mas segui Maria pelos corredores da mansão até chegar ao tal quarto. E que quarto! Era enorme, chique, cheio de móveis caros, cortinas de seda e um lustre que parecia de cristal. O chão era coberto por um tapete persa.
Maria se virou para mim e cochichou, com um olhar preocupado:
— Tome cuidado para não quebrar e nem estragar nada. Cada coisa aqui nesse quarto vale uns 30 anos do nosso salário. — ela saiu, me deixando a sós.
Meus olhos passearam pelo quarto, absorvendo cada detalhe.
A cama tinha colunas altas e dossel de seda cor de vinho, que caía em cascata até o chão. Sobre a cabeceira da cama, pendurado na parede, havia um retrato pintado à mão de uma mulher que imaginei ser a senhora Walton. A obra tinha traços tão realistas que parecia que os olhos dela me seguiam pelo quarto. Ela estava sentada em uma cadeira de espaldar alto, vestindo um vestido de época, no seu pescoço um colar com um diamante rosa em forma de gota, e um leve sorriso nos lábios.
Fui até a janela e puxei a cortina de seda. A vista dava para o jardim dos fundos.
Comecei a limpeza, e foram umas três horas até deixar tudo brilhando. No final do dia, todas nós nos reunimos na entrada para revista das bolsas de novo.
Tudo tranquilo, até que chegou a minha vez. O segurança enfiou a mão na minha bolsa e, de repente, parou.
Ele puxou um colar com um enorme diamante rosa. Parecia ser aquele mesmo colar que a mulher estava usando na pintura.
Fiquei congelada. Meu coração disparou.
Como aquilo foi parar ali?
O segurança não disse nada. Ele apenas colocou a mão no ouvido, murmurando algo que eu não conseguia entender. Devia estar se comunicando com alguém. De repente, me olhou com uma expressão dura, segurou meu braço com firmeza e disse:
— A senhorita terá que me acompanhar.
Eu me encolhi, tentando me soltar, mas sua mão era como uma garra.
— Me solta, seu brutamonte! Isso deve ser um engano, eu não peguei esse colar! — gritei, olhando desesperada para minha cunhada Maria e as outras mulheres, que estavam paradas, observando a cena com olhos arregalados. — Eu não fiz isso, eu juro! Maria, por favor, acredita em mim!
Maria olhou para mim, hesitante, mas o segurança cortou qualquer chance de ajuda.
— Me acompanhe, por favor, senhorita — ele repetiu, com uma voz que não deixava espaço para discussão.
Maria balançou a cabeça, quase como se estivesse se desculpando.
— É melhor você ir, Eleonor. Nós vamos te esperar na van.
Minha boca secou. O que eu podia fazer? Me soltar e sair correndo? Causar um escândalo?
Antes que eu pudesse decidir, Maria e as outras foram saindo, e então o portão enorme se fechou atrás delas. O barulho metálico da trava ecoou no ambiente.
Eu não tive tempo de reagir. O segurança apertou ainda mais meu braço e começou a me arrastar de volta para dentro da mansão.
— Ei! Me solta! Você tá me machucando!
— Apenas coopere, vai ser melhor para você.
— Onde você está me levando? — perguntei, minha voz tremendo de medo e raiva.
Ele não respondeu. Apenas continuou me puxando pelos corredores luxuosos da mansão. Finalmente, me levou até uma sala. Era escura, com cortinas pesadas cobrindo as janelas.
O segurança me soltou e fechou a porta atrás de nós. Eu me virei para enfrentá-lo, mas ele já estava de costas.
— Espere aqui — disse, antes de sair, trancando a porta.
Eu corri até a porta e tentei abri-la, mas estava trancada. Bati com as mãos na madeira sólida.
— Ei! Me solta! — gritei, mas não houve resposta.
Olhei em volta e aquele lugar parecia uma espécie de escritório ou biblioteca. E, como todo o resto naquela casa, esse cômodo também transbordava luxo. As estantes de madeira escura iam do chão até o teto, repletas de livros encadernados em couro, com títulos dourados.
No centro do cômodo, uma enorme mesa de mogno. Sobre ela, repousavam uma caneta tinteiro com detalhes em ouro, um porta-documentos de couro e uma ampulheta de cristal. A cadeira atrás da mesa era de veludo vermelho, com um encosto alto, como um trono.
De repente, a porta se abriu, e a senhora Walton entrou fechando a porta atrás de si com um clique suave.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 24
Comments
Ana
Armaram pra ela/Scream/
2025-03-24
1
Fatima Gonçalves
EL ESCOLHEU ELA PELS JANELA
2025-03-23
1
•♫•♬•Íris Lunar•♫•♬•
isso e armação só pode...
2025-04-23
0