Depois do jantar, Sn subiu correndo as escadas, seu coração batendo acelerado em seu peito. Cada palavra dita naquela mesa ainda ecoava em sua mente como um pesadelo do qual ela não conseguia acordar. Seu pai não a via como uma filha, mas sim como um negócio. Jinwoo não a enxergava como uma pessoa, mas sim como um acordo conveniente. E agora, seu destino parecia selado contra sua vontade.
Ao entrar no quarto, trancou a porta e deixou-se deslizar até o chão, envolvendo os braços ao redor dos joelhos. Sentia-se impotente, presa em uma armadilha que não foi ela quem montou.
Uma batida suave interrompeu seu desespero.
— Sn, querida, podemos conversar? — Era a voz de sua mãe.
Sn hesitou. Ainda estava magoada, mas sabia que sua mãe era a única pessoa naquela casa que pelo menos fingia se importar. Com um suspiro pesado, levantou-se e abriu a porta.
Sua mãe entrou devagar, fechando a porta atrás de si. Ela parecia pálida, abatida, como se estivesse carregando um peso insuportável. Sn sentiu uma pontada de preocupação.
— Mãe? O que foi?
A mulher respirou fundo, segurando as mãos da filha com força.
— Precisamos conversar… a sós.
Sn assentiu e se sentou na cama, observando sua mãe com um olhar preocupado. A mulher parecia nervosa, hesitante, como se estivesse prestes a revelar algo devastador. Então, depois de um longo silêncio, ela puxou um envelope de dentro do bolso e o entregou à filha.
— Antes de tudo… preciso que você entenda que eu nunca quis isso para você. Mas… minha situação… nossa situação, é pior do que você imagina.
Sn franziu o cenho, pegando o envelope com mãos trêmulas. Ao abrir, encontrou exames médicos com o nome de sua mãe. Seu estômago revirou ao ler as palavras que pareciam gritar daquelas folhas: Diagnóstico: câncer em estágio avançado.
O mundo parou.
Sn sentiu sua garganta secar, sua visão ficou turva, e seu corpo começou a tremer.
— N-Não… isso não pode ser verdade… — sua voz saiu em um sussurro, quase inaudível.
Sua mãe segurou suas mãos, seus olhos brilhando com lágrimas.
— Eu queria te poupar disso, minha filha, mas eu não posso mais esconder. Eu estou doente, Sn. E o tratamento… é caro. Muito caro.
As lágrimas de Sn caíram silenciosamente. Seu coração batia dolorosamente em seu peito.
— Mãe… por que não me contou antes?
A mulher abaixou a cabeça, como se estivesse carregando um peso insuportável.
— Porque eu não queria que você sofresse. Mas agora não há mais tempo. Se não aceitarmos esse casamento… nós perderemos tudo. Estamos falidos, Sn. Seu pai… ele perdeu quase tudo nos negócios. E se recusarmos essa união, vamos ficar sem casa, sem dinheiro… e eu… eu não terei como pagar pelo meu tratamento.
Sn sentiu um nó na garganta, sua respiração ficando irregular. Tudo parecia girar ao seu redor.
— Mas… mas isso não é justo! — ela soluçou. — Eu não posso me casar com um estranho só por dinheiro!
Sua mãe acariciou seu rosto com carinho, mas havia desespero em seus olhos.
— Eu sei que é difícil, filha. Mas, por favor, pense nisso como um sacrifício para salvar nossa família. Para salvar a mim.
Sn sentiu seu peito apertar como se uma mão invisível estivesse esmagando seu coração. Como ela poderia negar algo assim? Se não aceitasse o casamento, sua mãe poderia morrer. Sua família perderia tudo.
Ela não tinha escolha.
As lágrimas escorriam por seu rosto enquanto olhava para o exame novamente, seu corpo tremendo.
Ela nunca se sentiu tão impotente em toda sua vida.
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Atualizado até capítulo 107
Comments
MarceloSousa
SUS e CLT, mas ninguém quer 🤭🤭🤭🤭
2025-03-20
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