05

• Gabriel on •
A livraria é silenciosa, preenchida apenas pelo som suave da chuva batendo contra as janelas e pelo folhear de páginas disperso pelo espaço.
Gabriel
Gabriel
Não sei exatamente o que procuro, apenas não queria ir para casa ainda. × sussurra, para si mesmo ×
Caminhei entre as estantes, os meus olhos percorrendo títulos de forma automática.
Gabriel
Gabriel
Hum? × olha para a mesa, algo me chamou atenção ×
Um livro de poesia repousava em uma das mesas, aberto. A capa azul estava desgastada, como se tivesse sido lida incontáveis vezes.
Gabriel
Gabriel
[ Nunca tive paciência para poesia. Sempre preferi textos objetivos, diretos ao ponto. ]
Mas, por algum motivo, os meus olhos pousaram na página aberta:
"O tempo escapa entre os dedos, como areia ao vento, mas e se, por um instante, pararmos de correr?"
Gabriel
Gabriel
× Franzi a testa. Algo naquela frase incomodou ×
Foi quando um movimento ao seu lado o fez desviar o olhar.
Um garoto estava ali, encostado na estante ao lado, folheando um livro sem pressa.
Ele não parecia notar Gabriel de imediato, mas sua expressão tranquila contrastava com a tensão que Gabriel carregava nos ombros.
Gabriel
Gabriel
[ Ele é belo... ] × Hesita ×
Quase voltando para outra sessão, mas nesse momento, o garoto moveu-se e esbarrou levemente nele.
O livro de poesia escorregou de sua mão e, em um reflexo rápido, Gabriel o pegou antes que caísse no chão.
Arthur
Arthur
Opa! × Sorriu, surpreso ×
Arthur
Arthur
Bons reflexos. × Da um joinha a ele ×
Gabriel segurou o livro por um momento antes de entregá-lo de volta.
Gabriel
Gabriel
Hábito. × respondeu, sem muita emoção ×
Arthur pegou o livro, mas ao invés de simplesmente agradecer e ir embora, observou Gabriel por um instante, curioso.
Arthur
Arthur
Você gosta de poesia?
Gabriel
Gabriel
× olha para a capa azul meio gasta × Não exatamente.
Arthur
Arthur
E mesmo assim ficou olhando para a página aberta?
Gabriel
Gabriel
× Arqueia a sombrancelha × Eu estava tentando entender o sentido.
Arthur
Arthur
× Rir, fechando o livro ×
Arthur
Arthur
Poesia não é para ser entendida. É para ser sentida.
Gabriel
Gabriel
× Cruza os braços ×
Gabriel
Gabriel
Essa frase não faz muito sentido.
Arthur
Arthur
Exatamente! × Gabriel piscou para ele ×
Antes que Gabriel pudesse rebater, Arthur abriu o livro de novo
Arthur
Arthur
Olha só, esse aqui combina com você.
Gabriel
Gabriel
[ eu sou tão fácil de decifrar assim? ] × curioso ×
Arthur
Arthur
× Passou os dedos por algumas páginas e começou a ler ×
Arthur
Arthur
"Há quem conte o tempo em minutos, há quem o meça em batidas do coração. Mas só vive quem esquece o relógio e apenas respira." × Sorrir ×
Gabriel
Gabriel
× sente um arrepio estranho ×
Gabriel
Gabriel
Isso não combina comigo. [ não combina mesmo]
Arthur
Arthur
Claro que combina. × Sorrir ×
Arthur
Arthur
Você tem cara de quem conta o tempo em minutos.
Gabriel
Gabriel
× não soube o que responder ×
Arthur
Arthur
× fechou o livro e colocou embaixo do braço ×
Arthur
Arthur
Então, se não gosta de poesia, o que está fazendo na livraria?
Gabriel
Gabriel
× Hesita. Não queria explicar que entrou ali por impulso ×
Gabriel
Gabriel
Procurando um livro sobre investimentos.
Arthur
Arthur
Hm × Gabriel balançou a cabeça, pensativo. ×
Arthur
Arthur
Então você conta o tempo e o dinheiro.
Gabriel
Gabriel
× Sentiu-se desconfortável com a observação. ×
Gabriel
Gabriel
E você? Veio aqui só para ler poesia?
Arthur
Arthur
Sim. × Deu de ombros ×
Arthur
Arthur
Eu gosto de palavras que não precisam de explicação.
Arthur
Arthur
Aliás, esqueci de me apresentar. × Da um sorriso desastroso ×
Arthur
Arthur
Me chamo Arthur, muito prazer! × Sorrir gentilmente ×
Gabriel
Gabriel
Gabriel. Prazer. × Retribuindo o sorriso ×
Gabriel o observou por um instante. Havia algo em Arthur que o desconcertava. Uma leveza, uma despreocupação que era completamente oposta a tudo que ele conhecia.
Arthur deu um passo para trás.
Arthur
Arthur
Bom, boa sorte com os investimentos, senhor tempo-e-dinheiro. × Da uma gargalhada sapeca ×
Ele virou-se para ir embora, mas antes, olhou para Gabriel de novo, com um brilho divertido no olhar.
Arthur
Arthur
[ hm, interessante... ] × sorrir ×
Gabriel apenas ficou ali, parado, enquanto Arthur se afastava.
E, sem entender exatamente o porquê, pegou o livro de poesia da mesa e folheou mais uma vez.
A frase inicial ainda estava lá:
Mas e se, por um instante, pararmos de correr?
Pela primeira vez em muito tempo, Gabriel não soube a resposta.
Gabriel
Gabriel
[ Credo, parece até q o universo tá me mandando indireta... ] × Sorrir, debochando ×
×× Continua ××
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