— Que bom ter você de volta, mãe! — disse David, com um sorriso que iluminava o seu rosto. — Estávamos todos com saudades.
— Nem me fala, filho! Estou que não aguento de tanta alegria! É muito bom estar com vocês aqui, na nossa terra!
Após desfazer as malas, o clima em casa estava cheio de risadas e conversas animadas. As meninas mostravam os presentes umas para as outras, enquanto David admirava o relógio e o perfume que a mãe trouxe-lhe. Camila se sentia realizada ao ver a felicidade que havia trazido consigo. A casa agora estava repleta de vida, e ela sabia que aquele novo começo seria repleto de momentos inesquecíveis.
Camila não quis descansar. Depois de um longo e revigorante banho resolveu sair para visitar seus pais e irmãos.
Ao caminhar em direção ao centro da cidade, Camila sentiu a brisa fresca do outono acariciar o seu rosto, trazendo consigo o perfume das folhas secas que começavam a cobrir as ruas. Era uma tarde agradável, o sol se escondia lentamente atrás das nuvens, tingindo o céu de tons alaranjados. Ao seu lado, suas filhas, adolescentes, conversavam animadamente de mãos dadas com a pequena Giovanna. As suas risadas soavam como notas de uma melodia alegre que se misturava ao som da cidade.
Camila observava as suas filhas, percebendo como haviam crescido e se tornado jovens mulheres. A leveza dos seus passos e a vivacidade nos seus olhos a enchiam de orgulho. Cada uma delas carregava uma essência única, mas ambas compartilhavam a mesma paixão pela vida. Enquanto caminhavam, Camila não pôde deixar de lembrar das pequenas meninas que costumavam correr pela mesma praça, agora trocando confidências e sorrisos cúmplices de duas jovens mulheres, lindas e que a enchiam de orgulho.
Ao chegarem à praça, o clima fresco tornava tudo ainda mais acolhedor. Camila deixou-se levar pela nostalgia ao observar a movimentação ao seu redor. As pessoas caminhavam apressadas, algumas parando para conversar ou comer alguma coisa nos quiosques da praça, enquanto outras se reuniam em grupos, compartilhando risadas e histórias.
Sentaram-se em um banco de madeira e Camila pediu que as filhas fossem rápidas pedir um grapette ao quiosque da esquina e ela sorriu ao ver a empolgação delas. O refrigerante, com seu sabor doce e borbulhante, era uma tradição de sempre quando ela chega ao Brasil.
As meninas voltaram com os copos nas mãos e a felicidade estampada em seus rostos. Um momento simples, mas repleto de significado. Ao observar as pessoas ao redor, ela percebeu que cada uma tinha sua própria história, seus próprios desafios e alegrias. Havia um grupo de jovens, talvez colegas das filhas, rindo e compartilhando segredos, e um casal de idosos que caminhava de mãos dadas, refletindo a beleza do amor ao longo dos anos.
Enquanto a praça pulsava com vida, Camila sentiu-se grata. A vida era feita desses pequenos momentos, dessas conexões que, mesmo em sua simplicidade, carregavam uma profundidade imensa. Mesmo se sentindo uma nômade em sua própria cidade, sabia que sempre encontraria um lar no amor de sua família e nas memórias que construíam juntos. E ali, sob o céu estrelado, cercada por risos e cores vibrantes, Camila sentiu que a vida era um presente, repleta de beleza e emoção.
Após passar o resto da tarde com seus pais e irmãos, Camila volta para a casa com suas meninas para finalmente descansar da longa jornada.
Enquanto caminhavam de volta, Camila segurava Giovanna nos seus braços, a pequena de apenas dois anos, com suas bochechas redondas e sorriso contagiante. A netinha, que sempre a encantava com a doce inocência, era uma fofura que irradiava alegria. Camila não conseguia conter o sorriso ao olhar para a menina, que explorava o mundo com curiosidade e intuição.
Apesar de sua juventude, ser avó era uma das maiores fontes de felicidade para Camila. Ela nunca imaginou que teria essa experiência tão cedo, mas cada momento com Giovanna era um presente. A conexão que sentia com a neta era profunda e cheia de amor. O fato de ser avó não a incomodava; pelo contrário, enchia seu coração de alegria. Cada risada, cada balbuciar, cada descoberta feita por Giovanna era uma nova aventura que Camila adorava compartilhar.
As filhas, agora adolescentes, caminhavam ao lado delas, ajudando a mãe a carregar a pequena. As irmãs sempre foram muito unidas, e ver a relação delas com a netinha trazia a Camila um imenso prazer. Elas se revezavam para cuidar de Giovanna e da casa e isso encheu seu coração de orgulho e gratidão.
Camila se sentia grata por ter suas filhas e neta ao seu lado, e mesmo em meio às turbulências da vida, aqueles momentos simples eram os mais valiosos.
Ao chegarem em casa, Camila abriu a porta e foi recebida pelo cheiro familiar de casa. Era o lar que sempre sonhara, e tê-las ali, juntas, fazia tudo parecer perfeito. Com Giovanna ainda nos braços, ela aconchegou-a com carinho, olhando para suas filhas, que sorriam para elas.
— Vamos fazer um lanche? — sugeriu uma das filhas, e Camila imediatamente concordou. A ideia de preparar algo juntas era uma ótima forma de encerrar a noite. Enquanto se moviam pela cozinha, a atmosfera estava cheia de risadas e pequenas brincadeiras, e Giovanna observava tudo com olhos curiosos, como se quisesse entender cada movimento.
Camila sentiu-se realizada ao ver as suas filhas e neta tão felizes, e aquela sensação de amor e união a envolvia como um abraço apertado. Ser avó aos 37 anos a transformou numa mulher ainda mais forte e amorosa, e ela sabia que, independentemente do que o futuro trouxesse, sempre teria essas memórias para aquecer o seu coração. O outono, com a sua beleza efêmera, refletia perfeitamente a vida que construíra: cheia de cores, risos e o amor da sua família.
Com o dia se encerrando, Camila sentou-se no sofá, cercada por sua família, cansada da viagem, mas muito feliz em estar em casa de novo.
O cheiro do jantar que David e a sua namorada preparavam preenchia o ar, e ela não poderia se sentir mais grata. Estava pronta para escrever uma nova história, uma que incluía todos eles, e mal podia esperar para começar.
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Atualizado até capítulo 62
Comments
Jaquerds
aqui no Sul tem esse refrigerante mas nunca provei ele
2025-02-27
1
Syl Gonsalves
mas não tem mais o gosto que tinha quando eu era criança... agora parece que estou tomando água com açúcar e corante
2025-02-24
1
Bela Black
Isso é tão bonito. O fato de parar e admirar o simples e até cotidiano.
2025-02-26
1