...Luara...
Volto para o meu quarto pensativa. Como era possível que eu não conhecesse Lua? Não sua aparência, mas sua aura. Sentia que já a tinha visto em algum lugar, mas não conseguia lembrar onde. Com todas essas questões na minha mente, decido tomar um banho para relaxar depois de um dia longo e cansativo. Afinal, caminhar até esse "fim do mundo" foi um inferno.
Enquanto a água quente escorre pelo meu corpo, minha mente não para. Tudo isso era novo para mim. Eu não conhecia ninguém, e a única pessoa que me era mais próxima não estava aqui. Sentia-me sozinha, como sempre. Algo em Lua me chamava a atenção, mas eu não sabia exatamente o que era. Era como se a conhecesse a vida inteira.
Saio do chuveiro e me olho no espelho. Meu rosto demonstrava cansaço.
-Luara:Hoje foi um dia longo... - murmuro para mim mesma.
Deito na cama, esperando o sono chegar, mas, como todas as noites desde que cheguei aqui, o mesmo sonho retorna. E sempre desperto no exato momento do beijo.
Sou arrancada do meu sono por batidas na porta.
-Luara:Já estou indo. - digo, ainda sonolenta.
Abro a porta e vejo Rodrigo parado ali.
-Rodrigo:Vou te levar para a casa do meu irmão. - ele diz com naturalidade.
-Luara:Agora?! - murmuro surpresa.
-Rodrigo:Sim. - ele confirma.
Sem alternativa, me arrumo rapidamente e saímos. Quando chegamos, vejo que a casa é enorme. Entro, pedindo licença, e logo dou de cara com Drácula, que me cumprimenta.
-Drácula:Bom dia, Luara. - ele diz com um sorriso discreto.
-Drácula: Está com fome?
Faço que não com a cabeça.
-Drácula:Tudo bem. Vá chamar Lua. Ela ainda deve estar dormindo. - ele ordena.
-Luara:Onde é o quarto dela? - pergunto.
-Drácula:Subindo as escadas, à direita. - ele responde.
Assinto e subo, parando diante da porta do quarto de Lua. Estou prestes a bater quando a porta se abre de repente, revelando Lua, que me encara assustada.
-Lua:Que susto! - ela exclama.
-Luara:Desculpe. - digo rapidamente.
O clima fica constrangedor. Sem mais palavras, seguimos para a escola. No carro, estamos apenas nós duas. O silêncio é incômodo.
Ao chegarmos, uma multidão de jornalistas, paparazzi e câmeras nos aguardam. Parecia que estavam esperando por mim.
-Lua:Pelo jeito, você tem muitos admiradores. - Lua comenta, sarcástica.
-Luara:Lá se vai a oportunidade de ter uma vida normal... Nem aqui consigo ser normal. - murmuro para mim mesma, mas vejo pelo olhar de Lua que ela ouviu.
Saímos do carro e logo somos cercadas por flashes e microfones. Lua parece desconfortável, então seguro sua mão e a puxo para sairmos dali. Quando estamos caminhando, meu olhar se cruza com o de Sukuna. Fico paralisada por um momento, mas a voz de Lua me traz de volta.
-Lua:Por que você parou? Vamos! - Lua me chama.
-Luara:Sim... - respondo, voltando à realidade.
Seguimos até nossa sala. Descubro que Drácula fez questão de nos colocar na mesma turma. Isso não me surpreende. Eu também fazia esse tipo de coisa na minha outra vida.
Assim que entro na sala, todos os olhares recaem sobre mim. Cochichos se espalham. A professora então se pronuncia.
-Professora:Turma, esta é Luara. Ela irá estudar com vocês. Dêem as boas-vindas a ela.
Antes que eu possa dizer qualquer coisa, alguém bate na porta.
???:Com licença, professora. - uma voz masculina diz.
Ah, claro, diretor. - ela responde.
-Diretor:Vim ver a nossa celebridade. Gostaria de ter uma palavrinha com ela. Posso levá-la por um instante? - ele pede.
-ProfessoraMas é claro. - a professora concorda.
Sem escolha, sigo o diretor até sua sala.
-Diretor:Luara, vi sua ficha, mas seus poderes não estão registrados. - ele comenta, observando os papéis sobre a mesa.
Antes que eu possa responder, alguém bate na porta novamente. Rodrigo entra com uma expressão séria.
-Rodrigo:Desculpe, diretor, mas eu sou responsável por ela. - ele afirma.
-Diretor:Entendo... Bem, a ficha dela não menciona seus poderes. Você tem a ficha original? - o diretor questiona.
-Rodrigo:Sim, está comigo. Aqui está. - Rodrigo entrega o documento.
O diretor analisa a ficha por um instante.
-Diretor:Seus poderes são... peculiares. Não sei definir ao certo, mas pelo que entendi, eles estão nos seus olhos. Pelo menos em um deles. Você ainda não os controla totalmente, por isso usa o tapa-olho, certo? - ele pergunta.
Rodrigo me fez usar um tapa-olho branco no olho esquerdo para disfarçar a presença do poder.
-Luara:Sim. - confirmo.
-Diretor:Entendido. - o diretor diz, fechando a ficha.
-Diretor:Agora, um outro assunto. Gostaria de saber se você poderia cantar para um evento beneficente que estamos organizando para arrecadar dinheiro para um orfanato local.
Fico surpresa com o pedido e hesito. Rodrigo intervém.
-Rodrigo:Ah, esqueci de te contar. Drácula sempre organiza eventos assim. - ele explica.
-Diretor:Você está livre depois da aula para ensaiar e, no final de semana, queremos que cante suas músicas mais famosas do momento. - o diretor acrescenta.
Penso por um instante. Como se eu tivesse escolha... Provavelmente me arrastariam para isso de qualquer forma. Suspiro e aceno positivamente.
-Luara:Sim, estou livre depois das aulas e no final de semana também.
-Diretor:Ótimo! Nos vemos lá. - ele sorri satisfeito.
Saio da sala, irritada, e encaro Rodrigo.
-Luara:Por que não me avisou sobre isso antes?! - reclamo.
-Rodrigo:Desculpe, esqueci. Mas agora já sabe. - ele responde despreocupado.
-Luara:Esqueceu que também faço parte de uma agência?!
-Rodrigo:Não, mas isso é tranquilo para você. Você fazia isso antes, lembra?
-Luara:Como se fosse fácil... - murmuro para mim mesma.
O sinal toca e volto para a sala. Assim que entro, todos os olhares recaem sobre mim de novo. A sala era bem organizada, com alunos mais baixos sentados na frente e os mais altos no fundo.
Sento em meu lugar, preocupada com o que estava por vir. O tempo parecia passar rápido e devagar ao mesmo tempo. Até que chega a aula prática.
-Professor:Estamos aqui para aprimorar suas habilidades para que possam se tornar o que desejam. - diz o professor.
Todos começam a treinar uns contra os outros, exceto eu. Quando estou apenas observando, um professor se aproxima.
-Professor:Bem-vinda, Luara. Sou o professor de prática, meu nome é Jô. - ele se apresenta com um sorriso.
-Luara:Prazer, Jô. - respondo educadamente.
-Jô:O prazer é todo meu. Sei que não deveria fazer isso aqui, mas poderia me dar um autógrafo? - ele pede, rindo.
Antes que eu possa responder, um aluno se aproxima e me encara com um sorriso desafiador.
???:Eu te desafio para um duelo. - ele declara.
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Atualizado até capítulo 100
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