A batalha contra o Portador das Sombras havia deixado o grupo exausto, mas não derrotado. Após um esforço conjunto, conseguiram afastar temporariamente a criatura, que desapareceu em uma névoa densa. Porém, o silêncio que restou era ainda mais ameaçador.
Haru ainda segurava o medalhão do Eclipse, que agora parecia frio ao toque. Ele olhou para seus companheiros:
— Precisamos entender o que está acontecendo. Mira, o que mais você conseguiu descobrir no pergaminho?
Mira estava sentada em uma pedra, com o pergaminho aberto em suas mãos. Seu rosto estava pálido, mas sua voz não tremia:
— Há menções de uma entidade que foi traída... Um antigo Guardião que se perdeu para as Sombras. Parece que ele está ligado ao medalhão, mas o texto não é claro sobre como.
Sra. Yumi, que até então havia permanecido em silêncio, franziu a testa.
— O Guardião Perdido... isso explica por que as Sombras estão se intensificando. Ele não foi destruído, apenas selado. E se o selo está se rompendo, é porque estamos perto de um ponto de ruptura.
Kael, ainda analisando os vestígios mágicos deixados pelo Portador das Sombras, interveio:
— Então precisamos encontrar a verdade antes que ele desperte por completo. Se ele já é tão forte agora, não podemos arriscar enfrentá-lo em seu auge.
Ren, sempre impaciente, cruzou os braços.
— E onde começamos a procurar? Porque, sinceramente, essas pistas estão levando a lugar nenhum.
Taru, com seu tom calmo e ponderado, respondeu:
— Talvez o lugar onde tudo começou. Aquele campo que Haru viu na visão...
Todos os olhos se voltaram para Haru. Ele fechou os olhos por um momento, tentando se lembrar dos detalhes.
— Era uma terra devastada, o céu dividido entre luz e escuridão. Havia algo familiar naquele lugar, mas não consigo explicar.
Mira interrompeu, apontando para um trecho do pergaminho:
— “O Crepúsculo Eterno guarda as memórias perdidas do Guardião. Somente no equilíbrio entre a luz e a sombra a verdade será revelada.”
Kael arregalou os olhos.
— O Vale do Crepúsculo. Está a um dia de viagem daqui, mas é um lugar perigoso, cheio de armadilhas mágicas.
Sra. Yumi assentiu, com uma expressão grave.
— Não temos escolha. O Vale é nosso único caminho.
No dia seguinte, ao amanhecer, o grupo partiu em direção ao Vale do Crepúsculo. A paisagem ao redor começou a mudar gradualmente, tornando-se mais sombria e enevoada. Árvores torcidas pareciam sussurrar segredos, e o ar ficava mais pesado a cada passo.
Ren, sempre tentando aliviar a tensão, murmurou:
— Alguém mais está sentindo que essas árvores estão nos julgando?
Aiko riu levemente, apesar do medo.
— Talvez elas só estejam se perguntando por que você é tão barulhento.
Enquanto o grupo avançava, Mira notou que o medalhão no pescoço de Haru começava a brilhar novamente.
— Estamos perto... sinto que o Vale está reagindo a isso.
De repente, o chão sob eles tremeu, e uma série de runas antigas brilhou no solo. Um portal se abriu, sugando o grupo para dentro antes que pudessem reagir.
Eles caíram em um espaço surreal, onde o céu era dividido em duas cores: metade dourada, metade negra. Ao redor deles, figuras etéreas caminhavam, murmúrios indistintos ecoando pelo ar.
No centro do lugar, uma figura encapuzada estava de pé, com uma aura poderosa e ameaçadora. Quando ela ergueu a cabeça, revelou olhos que brilhavam com uma mistura de luz e escuridão.
— Vocês ousam pisar no Vale do Crepúsculo? — disse a figura, com uma voz profunda que fazia o chão vibrar.
Haru deu um passo à frente, segurando o medalhão.
— Quem é você? Por que estamos aqui?
A figura riu, uma risada amarga.
— Eu sou o Guardião Perdido. E vocês estão aqui para entender o preço de suas escolhas.
Antes que pudessem reagir, o Guardião ergueu a mão, e o grupo foi envolvido por uma onda de energia que os lançou em diferentes partes do Vale, separados uns dos outros.
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Atualizado até capítulo 83
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