ENTRE A SENSUALIDADE E A LUXÚRIA

Eu tenho que dizer que fazia muito tempo que não vivia como solteiro. Na verdade, acho que nunca vivi. Quando eu era mais jovem, não costumava sair e depois fiquei em um relacionamento que durou seis anos. Quando esse relacionamento chegou ao fim, resolvi que queria ficar um tempo sozinho, me conhecer de verdade, aprendendo a lidar comigo mesmo e, quem sabe, descobrindo prazer em minha própria companhia. Então faz alguns meses, quase um ano talvez, que não estou namorando ninguém. A tentação até bateu, quando conheci uma garota legal, com quem saí algumas vezes. Mas, justamente por querer entrar logo em outra relação, eu dei um passo para trás e analisei a situação. Se eu começasse a namorar naquele momento, não seria justo comigo, mas principalmente, não seria justo com ela, pois eu ainda estava juntando alguns cacos que restaram do meu relacionamento anterior.

Assim, mergulhei de cabeça na noite, aproveitando cada saída com meus amigos. Entrei no ritmo de baladas e bares, há meses que não sei o que é ficar em casa em um fim de semana. Se não estou em uma balada, estou em um pub. Meu único critério é que tenham pessoas interessantes e música boa. Eu gosto de Rock, mas não me importo de ouvir Pop, desde que a companhia seja divertida e o ambiente agradável. Há algumas semanas eu fui a um bar de Rock, com alguns amigos. O local era pequeno, mas o ambiente era legal e, o melhor de tudo, serviam chopp de graça até a 01:00 (só isso já era um grande atrativo para mim e meus amigos). O lugar era interessante, desde a sua construção, até os ambientes internos. O prédio era um sobrado onde o piso térreo era uma espécie de corredor alongado e bem distribuído. Na entrada havia uma chapelaria, onde poderíamos guardar nossas coisas. Mais adiante, o bar se destacava, oferecendo chopp e outras bebidas, enquanto as paredes eram um verdadeiro tributo ao rock, decorados com ilustrações, bandeiras e até algumas guitarras, violões e baixos pendurados. Em frente ao bar, havia algumas mesas dispostas com quatro banquinhos, preenchendo o espaço. Mais para dentro, mais ou menos no centro do pub, tinha um pequeno palco, com não mais que um metro de altura e com espaço suficiente para caber uma bateria completa e a banda. Mais ao fundo, havia um conjunto de mesas dispostas e um pequeno mezanino, que oferecia uma visão privilegiada do palco. Na parede oposta ao palco, se estendia uma estreita bancada, onde as pessoas poderiam dispor suas bebidas, permitindo que as pessoas curtissem a música em pé. O andar de cima era um pequeno pátio aberto, uma área para os fumantes, simples e funcional. Havia alguns bancos simples de madeira e cinzeiros espalhados.

Eu já conhecia esse pub, estive lá algumas vezes enquanto eu namorava. Queria apresentar o local para meus amigos e era uma noite favorável, já que a banda que tocaria era uma banda cover do Queen. “Quem não gosta de Queen?!” Chegamos relativamente cedo, o que nos permitiu conseguir uma mesa próxima ao palco. Resolvemos começar os festejos com uma rodada de chopp e algumas doses de tequila “Arriba, Abajo, Al Centro y Adentro!”  Enquanto a banda não iniciava, havia um DJ tocando as melhores da década de 70’ e década de 80’. Acho que era a minha playlist do Spotify. Meus amigos gostam mais de baladas, onde podem dançar e se “divertir”, mas estavam se divertindo.

Jake – Até que o lugar é interessante. Ele estava observando uma mesa próxima a nossa, onde havia três garotas.

Dan – Sei... Tô vendo que é o lugar que você está achando interessante.

Ian – São três e estamos em quatro.

Eu balancei a cabeça negativamente – Fiquem à vontade. A noite está apenas começando.

Tá, eu sei, foi impróprio... Mas considere o seguinte, quatro caras, vinte e poucos anos, solteiros em um bar... Não é desculpa para a babaquice, mas as babaquices acontecem, ainda mais quando quatro idiotas querem competir.

Jake e Ian resolveram ir a mesa das garotas, para tentar a sorte. Após alguns minutos de conversa, fomos presenteados por um beijo triplo entre as garotas. Enquanto Dan se acabava de rir, os dois voltavam a nossa mesa, ombros caídos, chateados com o fora que acabaram de levar.

Dan – Pelo menos valeu a linda cena de beijo.

Ian – Esse babaca não sabe chegar em uma garota. Meu Deus! Só passo vergonha!

O garçom chegou com mais quatro chopps e uma dose de vodca. Ainda rindo do “fora” desastroso que ambos levaram, brindamos ao resto da noite. O lugar estava começando a encher e o garçom reservou nossa mesa, permitindo assim, que pudéssemos sair, sem perdê-la. Decidimos que jogaríamos algumas partidas de sinuca antes do início da banda. Descemos para o piso inferior, onde ficava a mesa, que não estava sendo usada. Nesse piso havia um pequeno espaço para socializar, com a mesa de sinuca no centro. Do lado direito, tínhamos acesso ao bar e do lado oposto, as portas do banheiro feminino e do masculino. As paredes eram de tijolinho exposto, adornadas com alguns pôsteres de bandas icônicas do rock. A iluminação suave, fornecida por algumas luminárias suspensas, criavam um clima intimista e envolvente. Algumas guitarras penduradas davam o toque final ao ambiente, como se cada canto do bar respirasse música e história.

Dan desafiou Ian, que ainda estava irritado com o fora que levara. Eu puxei uma banqueta no bar, aproveitando para pegar mais um chopp. Jake se sentou ao meu lado, observando as garotas que entravam no banheiro. Eu tentei repreendê-lo, mas ele estava no modo caça, não ia desistir até mostrar para Dan e Ian que sairia dali com uma garota. Desisti, tem momentos que devemos admitir que nossos amigos podem se comportar como idiotas. Enquanto assistia aos dois jogando, uma linda garota acompanhada de um rapaz igualmente lindo desceu para ir ao banheiro. Enquanto ela entrou no banheiro feminino, o rapaz ficou aguardando na porta, olhando o jogo. Ele nos encarou, seus olhos azuis, intensos e penetrantes, se destacavam em contraste com seu cabelo escuro. Dan o cumprimentou, e o mesmo, retribuiu com um aceno de cabeça. Alguns minutos depois, a garota saiu do banheiro e, me desculpem se a descrição não ficar boa, provavelmente não lhe fará justiça, porque sou péssimo nisso, mas ela me prendeu no instante em que a vi.

Ela exalava uma presença marcante, impossível de ignorar. Aparentava ter entre 1,70m e 1,73m, pele bronzeada, que se realçava em contraste com seus cabelos lisos, negros e longos, presos em dois rabos de cabelos laterais, enfeitados com fitas em um tom de vinho, que deslizavam suavemente entre os fios. Seus lábios muito bem delineados e carnudos, eram de um carmim que combinava com os laços de seu cabelo. Seus olhos verdes estavam delineados com um traço fino e preto, que alongava seu olhar. Seu nariz era fino e delicado e seus cílios que pareciam de boneca, complementavam com delicadeza seu rosto. Sua maquiagem era marcante na medida certa, realçando sua beleza. Vestia uma regata brilhante, as costas abertas revelando sua pele, ornada com um intrínseco trançado de fitas de cetim. A minissaia preta parecia de veludo, terminando no ponto exato entre o sugestivo e o provocante. A meia calça arrastão mal cobria suas pernas, desenhando sombras sutis sobre sua pele. O coturno preto amarrava perfeitamente seu visual.

Em sua perna direita havia uma linda tatuagem de uma imponente Catrina, que tinha como toque de cor apenas o vermelho vibrante das rosas em seu cabelo, o verde profundo em seus olhos, e um tom rubro em seus lábios. A tatuagem tomava todo o espaço de sua coxa. Em sua panturrilha esquerda, um gato negro de olhar enigmático parecia vigiar tudo ao redor, os olhos azuis brilhando como pequenos faróis na penumbra. Ela também possuía o desenho de lindas rosas vermelhas em seu braço direito, entrelaçadas em uma pequena bússola, como se procurasse seu próprio caminho. Não estou querendo objetificá-la, mas ela era realmente linda. Seus seios eram fartos e suas curvas voluptuosas, conferindo-lhe uma presença quase hipnotizante. Era o tipo de mulher que não precisava de esforço para ser notada. Apenas existia, e sua existência era, por si só, uma imagem e tanto. Meus amigos e eu ficamos interessados e, provavelmente, outros pretendentes surgiriam. O casal subiu, com o rapaz fazendo um breve aceno em nossa direção. Imediatamente Ian e Jake começaram a discutir para saber quem ficaria com ela.

Eu – Não vou negar que também fiquei interessado e, se ela não estiver acompanhada, vou tentar a sorte.

Jake – Cara, é jogo sujo! É claro que ela ficará com você!

Eu ri. – Você viu o rapaz que a acompanhava? Tão lindo quanto ela, provavelmente estão juntos.

Jake – Fiquei cego para os demais com a visão daquela deusa.

Dan – Boa! Diz isso pra ela, com certeza ela ficará na sua.

Ian caiu na gargalhada e eu acompanhei. Jake ficou irritado por não o levarmos a sério. Dan finalizou o jogo, depois da terceira rodada.  Ian pediu revanche, mas Jake queria jogar para provar que poderia ganhar. Eu só posso dizer que me divirto muito quando estou com esses caras. O tempo parecia voar entre risadas e provocações, enquanto Jake ainda lutava para vencer Dan na sinuca. A competição já tinha virado mais uma desculpa para prolongar a zoeira do que uma disputa real. A banda estava preste a iniciar e decidimos voltar para nossa mesa. No caminho, pegamos mais alguns chopps e pedimos mais uma rodada de tequila. A banda entrou no palco e brindamos uma vez mais, virando a tequila de uma vez. Olhando ao redor, Dan e eu resolvemos nos posicionar em frente ao palco, tendo uma vista melhor da banda.

A banda iniciou seu repertório já soltando uma bomba, com “I Want To Break Free”. Não tem como ficar parado ouvindo essa música. O pub estava lotado, praticamente todos estavam de pé, cantando junto. Ian e Jake se juntaram a nós, os copos na mão. Dan começou a zoar Jake, arrancando gargalhadas do grupo de meninas que estava próximo a nós. O timing foi perfeito, e Ian, sempre atento, aproveitou a oportunidade para saudá-las. Elas retribuíram o gesto com acenos animados e, pouco a pouco, se aproximaram mais do nosso grupo, se apresentando de maneira descontraída. Elas contaram que era a primeira vez delas naquele pub, mas costumavam ir a barzinhos de rock. Dan e Ian tomaram a frente na conversa, impedindo que Jake soltasse alguma besteira. Eu fiquei um pouco mais para trás, não queria me intrometer. Continuei curtindo a banda, que havia começado a tocar “Under Pressure”.

A garota que avistamos mais cedo, estava mais a nossa frente, há poucos passos de nós, acompanhada de dois rapazes. Um deles era de sua estatura, mas se destacava pela presença imponente. Careca e vestido todo de preto, usava uma camiseta do Iron Maiden que reforçava sua vibe de veterano do rock. Apesar de ser um pouco mais baixo, ele era forte, os braços cobertos com tatuagens que delineavam seus músculos. Seus traços eram fortes e expressivos, mas carregavam uma certa carranca, como se estivesse sempre avaliando o ambiente com um olhar atento e reservado. Não era exatamente hostil, mas também não parecia amigável (preferi evitar olhar para ele). O outro rapaz, que a acompanhara ao banheiro, carregava uma presença mais marcante e envolvente. Um pouco mais alto, mais ou menos da minha altura (por volta de 1,85m), sua pele clara contrastava perfeitamente com os cabelos negros e longos, que deslizavam por suas costas, conferindo-lhe um ar mais selvagem e sensual. Sua camiseta tinha estampada o icônico símbolo do Queen em dourado, que brilhava na luz baixa do ambiente. Seu jeans era estrategicamente rasgado em algumas partes de suas pernas, expondo um pouco de pele. Seu rosto possuía traços delicados, com um nariz reto e angular, que realçava sua boca bem delineada com lábios naturalmente vermelhos, um convite à imaginação. Seus músculos eram definidos, mas não eram exagerados. Ao contrário de seus companheiros, ele não exibia tatuagens visíveis, o que criava um contraste intrigante com o visual mais marcado dos outros. Nos pulsos, pulseiras de couro preto se misturavam com outras em tons de prata, enquanto anéis escuros e metálicos adornavam seus dedos, acrescentando um toque de rebeldia. Seus traços eram tão bonitos quanto os da garota ao seu lado, quase como se ambos tivessem sidos esculpidos pelo mesmo artista. De tempos em tempos, seus olhos se voltavam discretamente em nossa direção. Seu olhar era intenso, carregado de algo que eu não consegui decifrar de imediato. Como um gesto instintivo e cheio de provocação silenciosa, ele mordia seu lábio inferior, mantendo o contato visual por um instante a mais do que o necessário.

Dan beijou a garota loira do grupo, fazendo Jake e Ian reclamarem. As outras duas garotas caíram na risada, o que, por sua vez, chamou a atenção do trio que estava à nossa frente. A garota das fitas carmim lançou um olhar curioso em nossa direção, claramente intrigada com a cena. Sorrindo de canto, ela cutucou o rapaz de cabelos longos ao seu lado, chamando sua atenção para nós. Ele, por sua vez, olhou por alguns instantes antes de se inclinar e cochichar algo no ouvido dela, provavelmente relacionado a cena que se desenrolava. O outro cara que completava o trio havia saído instantes antes, em direção ao bar. Jake percebeu que sua “deusa” estava perto de nós e deu mais um grito teatral, chamando a atenção dela novamente. Ela riu, provavelmente se divertindo com a expressão exagerada de Jake, um misto de desespero cômico e determinação. Ele pretendia aproveitar a abertura que a garota deu, mas antes de pudesse alcançá-la, seu outro acompanhante retornou, com algumas garrafas de cerveja, entregando para os dois. Jake recuou, como se a simples presença daquele homem fosse o suficiente para barrar qualquer tentativa de aproximação. Mesmo assim, Jake dava indícios que não se daria por vencido.

Enquanto eu acompanhava a banda no palco, uma das garotas que estavam com Ian e Dan se virou para mim, aproximando-se, seu rosto a poucos centímetros do meu. Ela era ruiva, seu cabelo curto e ondulado, emoldurava seu rosto de traços delicados. Seus olhos eram esverdeados e seus lábios rosados, curvando-se em um pequeno sorriso com segundas intenções. Ela era de compleição magra, um pouco mais baixa que eu e estava usando um vestido preto justo. Ela me encarou por alguns instantes, como se estivesse avaliando sua próxima jogada. Então, sem aviso, me beijou. Fui pego de surpresa, mas retribuí sem pensar duas vezes, não ia simplesmente dispensar a garota assim. O beijo foi rápido, mas intenso o suficiente para chamar a atenção ao redor. Jake soltou outro de seus gritos exagerados, chamando a atenção de nossos amigos e do trio à nossa frente mais uma vez. A ruiva pareceu satisfeita, voltando para perto de suas amigas, como se nada tivesse acontecido. o rapaz de cabelos longos, que permanecia ao lado da garota das fitas carmim, lançou alguns olhares em minha direção antes de se inclinar e cochichar algo novamente para ela. A garota virou para nós, seu olhar curioso pousando sobre nosso grupo mais uma vez. Jake interpretou aquilo como um “sinal divino” e começou a pular de alegria, convencido de que tinha sido notado por sua "deusa". Tentei segurá-lo antes que chamasse ainda mais atenção, mas foi um esforço inútil. Quanto mais eu tentava contê-lo, mais ele fazia questão de transformar o momento em um verdadeiro espetáculo.

Dan e Ian estavam com as garotas, Ian começara a ficar com a terceira menina do grupo, uma linda garota negra, alta, curvilínea. Estava vestida com uma calça jeans justa ao seu corpo e uma camiseta do Ramones. A camiseta estava estilizada, como se fosse uma teia de aranha, estrategicamente mostrando um pouco mais de sua pele. Seu lindo cabelo afro estava dividido ao meio e preso no alto, coroando sua beleza. Os olhos negros brilhavam profundamente, complementado por lábios magistralmente delineados de vermelho. Era uma belíssima visão. Enquanto isso, Jake estava emburrado, encostado na bancada com uma garrafa de cerveja em sua mão, resmungando que era o único que não ficara com ninguém. Continuei acompanhando a banda, desistindo de impedir Jake. Ele estava determinado a chamar a atenção de sua “deusa” de qualquer jeito, e nada que eu fizesse o faria mudar de ideia.

A banda cover do Queen realmente entregava. O som da guitarra preenchia o ambiente, a batida da bateria ressoava no peito e a energia do pub estava no auge. O vocalista que agora entoava “One Vision”, se movia com intensidade, puxando o público para dentro da música, e eu me deixei levar pelo momento, cantando junto, enquanto balança a cabeça no ritmo da melodia. De relance, percebi que o trio à nossa frente ainda trocava olhares em nossa direção. A garota das fitas carmim sorria de canto, observando a cena que Jake fazia com diversão, enquanto seu amigo de cabelos longos parecia analisar tudo com um interesse discreto. Seu olhar recaiu sobre mim e, percebendo que eu o notara, voltou sua atenção para o palco. O careca do Iron Maiden, por outro lado, mantinha a expressão fechada, apenas bebendo sua cerveja como se estivesse alheio ao que acontecia. Dan e Ian, me lançavam olhares, apontando para Jake, que ainda estava se lamuriando com a garrafa vazia na mão. Eu só esperava que ele não ultrapassasse o limite entre engraçado e constrangedor.

Eu queria uma cerveja, mas não era possível chamar o garçom dali. Comecei a me mover pelo espaço apertado, tentando atravessar o mar de gente que pulava e se agitava ao som da música. O calor do ambiente misturado ao cheiro de álcool e perfume tornava tudo ainda mais intenso. Olhando ao redor, notei que aquele rapaz de cabelos longos ainda me observava, seu olhar intenso e curioso. Em resposta, sorri antes de continuar minha missão até o bar. Consegui chegar ao bar, depois de muito esforço. Agora era a segunda parte, conseguir pedir a bebida. Fiquei um tempo no balcão, tentando chamar a atenção do bartender, sem sucesso. Senti que alguém estava muito próximo a mim e me virando, dei de cara com o rapaz, seu rosto a poucos centímetros do meu. Ele era charmoso. Com um sorriso que demonstrava confiança e divertimento, chamou o bartender pelo nome, que respondeu imediatamente. Ele pediu três cervejas e olhou em minha direção, a sobrancelha arqueada completando sua pergunta.

Rapaz – E você, vai querer o quê?

Sua voz era rouca e baixa, acrescentando ainda mais magnetismo à sua presença. Eu agradeci e pedi duas cervejas, levaria uma para Jake. O bartender assentiu e saiu. Alguns instantes depois ele retorna com as cinco garrafas. O rapaz pegou suas cervejas e me cumprimentou mais uma vez, levantando-as brevemente. O sorriso em seus lábios era um misto de diversão e malícia, fazendo-me um convite silencioso para decifrá-lo. Balancei a cabeça em negativa, sorrindo e peguei as duas garrafas, voltando e encontrando Jake dançando sozinho. Tentando segurar o riso, entreguei a cerveja para ele e voltei minha atenção para o palco. O trio de amigos continuava alguns passos a nossa frente. O rapaz de cabelo longo, que há pouco me ajudara com o pedido, olhou em minha direção novamente. Dessa vez, sustentei seu olhar e um sorriso surgiu no canto de seus lábios. Não posso negar que comecei a achar isso interessante.

Agora, preciso fazer um parêntesis aqui. Acho que tem algo sobre mim que talvez seja importante mencionar: sou pansexual. O que isso significa? Significa que identidade de gênero ou orientação sexual nunca foram fatores determinantes para mim. Se há atração, se há química e se tudo acontece de forma consensual, então por que não? Meu desejo não se limita a rótulos ou padrões. O que me move é a conexão, a intensidade do momento. E, naquele instante, olhando para ele, senti que algo começava a se desenhar no ar.

No palco, a banda começou a tocar “Fat Bottomed Girls” e a energia da música pareceu contagiar o ambiente de imediato. Assim que a batida começou, a garota com as fitas carmim que estava ao seu lado, deu um salto animado, rindo alto antes de se posicionar atrás dele e apertar sua bunda sem qualquer cerimônia. Não consegui segurar a risada diante da cena, o que fez com que ele olhasse mais uma vez em minha direção. Os dois começaram a brincar, a garota distribuindo tapinhas e apertões em sua bunda enquanto ele apenas ria, fingindo tentar se esquivar. Era impossível não notar, meus olhos foram atraídos para a cena sem que eu percebesse. O jeans apenas realçava seus contornos de maneira quase indecente me fazendo admitir para mim mesmo, que era uma bunda realmente linda. Jake estava ao meu lado, novamente se lamentando de que sua “deusa” estava com outra pessoa. A banda encerrou a música em um grande final e o vocalista pegou o microfone para anunciar uma breve pausa antes de voltarem ao palco. Dan e Ian, voltaram para nossa mesa, acompanhado pelas garotas. Enquanto passava, a ruiva me encarou com um sorriso brincalhão, passando sua mão em meu peito, demorando-se um pouco mais que o necessário. A dupla de amigos estava nos observando e a garota das fitas carmim riu, enquanto o rapaz manteve seu olhar fixo em mim. Eu sustentei seu olhar por alguns segundos, fazendo-o desviar primeiro, enquanto levava a garrafa de cerveja aos lábios com um pequeno sorriso. Jake, ainda tentando superar sua "tragédia amorosa", decidiu ir até o bar buscar mais bebidas para ele e para nossos amigos e eu resolvi ir ao banheiro. Pensei que estaria cheio, mas pelo contrário. Entrei no box e aproveitei para dar uma olhada no celular.

Quando eu saí, encontrei aquele rapaz dos cabelos longos lavando as mãos, seu olhar encontrando o meu pelo reflexo do espelho. Meu olhar desceu, quase que automaticamente, para sua bunda. A forma como ele estava levemente curvado sobre a pia, os jeans apenas acentuando suas curvas de maneira indecente. Aquilo era simplesmente tentador. “Are you gonna take me home tonight? / Oh, down beside that red firelight? / Oh, you gonna let it all hang out? / Fat bottomed girls / You make the rockin' world go round”. Não resisti àquela visão, me aproximei dele, usando a pia ao seu lado e comecei a cantarolar o início da música do Queen que a banda acabara de tocar (Você vai me levar pra casa hoje à noite? / Oh, bem debaixo da lareira vermelha / Oh, você vai deixar tudo rolar? / Garotas bundudas / Vocês fazem esse mundo girar). Um sorriso malicioso tomou forma em seus lábios. Estendemos as mãos para pegar a toalha de papel ao mesmo tempo, e acabei colocando minha mão sobre a dele. Um choque suave percorreu meus dedos, como se a eletricidade entre nós fosse palpável. Ele se virou e me encarou, estava mordendo os lábios. Pensa em uma visão deliciosa. Se a garota que estava com ele era a personificação da Sensualidade, ele mordendo os lábios era a personificação da Luxúria. Foi instintivo, esquecendo onde estávamos e qualquer traço de discrição, dei um passo à frente e o beijei. Ele correspondeu com intensidade, aprofundando o beijo com uma fome que incendiou meu corpo de imediato. Minha mão subiu até sua nuca, os dedos enlaçando seus cabelos macios, puxando-o para mim. Com a outra, agarrei seu quadril, pressionando-o contra o meu, sentindo o calor que irradiava de seu corpo. Seus lábios eram ávidos, o desejo intensificando ainda mais o momento. A porta do banheiro se abriu e nos separamos rapidamente. Dois rapazes entraram e, sem dizer nada, ele saiu apressadamente pela porta aberta. Eu fiquei ali por mais alguns instantes, encarando o espelho, enquanto retomava o fôlego, o gosto do beijo ainda em meus lábios. A verdade? Eu queria mais, muito mais.

Voltei para a mesa onde meus amigos estavam imersos em risadas e conversas animadas. O barulho ao redor parecia ter dobrado de intensidade, mas minha mente estava em outro lugar. Meu olhar varreu o ambiente instintivamente, buscando por ele. Nada. Nem sinal do rapaz de cabelos longos, da garota das fitas carmim ou do terceiro integrante do trio. Sentei-me à mesa e a garota ruiva veio sentar-se ao meu lado. Conversamos um pouco, mas não consegui prestar muita atenção, eu continuava procurando sem sucesso por aquele olhar azul que, minutos antes, havia me consumido com desejo. Aos poucos o local próximo ao palco voltava a ficar cheio. Durante a pausa da banda, muita gente se espalhara pelo bar, mas agora voltavam para suas posições, ansiosos pelo próximo set. Eu tentei, de forma educada, prestar atenção ao que a garota dizia, mas não estava interessado, minha atenção estava em outro lugar. Peguei uma garrafa de cerveja e me levantei, precisava de espaço. Voltei para frente do palco, mais ou menos onde eu estava antes, deixando que a energia que se acumulava na expectativa do retorno da banda, me puxasse novamente para aquele momento. Jake me acompanhou, tinha esperança de que sua “deusa” voltasse e lhe desse uma oportunidade. As luzes diminuíram e a banda voltou para o palco.

O trio de amigos retornou, dessa vez se posicionando ainda mais perto de nós. A personificação da “Luxúria” parou praticamente na minha frente, a centímetros de mim. Estava tão próximo, que eu podia sentir o seu calor, sua presença dominando o espaço entre nós. A tentação era avassaladora. Jake fez uma nova tentativa de chamar a atenção da garota, mas foi ignorado mais uma vez. A luz se apagou e eu aproveitei para diminuir ainda mais a distância entre nós. Como estava escuro, esgueirei minha mão para seu quadril e dei um leve aperto. Ele colocou a mão sobre a minha, devolvendo o aperto e a manteve assim. A banda começou a tocar, iniciando essa segunda parte do setlist com “Somebody To Love”. Eu me aproximei de seu ouvido e cantei a primeira frase “Can anybody find me somebody to love?” (Alguém pode me encontrar alguém para amar?). Sua respiração vacilou e sua mão, que ainda estava segurando a minha, deslizou para trás, apertando a minha coxa. Aproveitei a deixa e passei a acariciar sua cintura, sob a camisa, sua pele se arrepiando com o toque dos meus dedos. Como ele não esboçou nenhuma recusa, encaixei meus dedos sob o cós de sua calça, descendo um pouco mais com minhas carícias. Senti ele ofegar, enquanto apertava uma vez mais minha coxa, com mais intensidade. Ele olhou brevemente para trás, indicando a direção da escada. Eu assenti. Ele se inclinou, falando algo no ouvido da garota e saiu. Esperei alguns instantes e fui atrás. Ele havia descido as escadas, indo em direção ao banheiro. O piso inferior estava vazio, o pessoal estava acompanhando o show. Entrei no banheiro e o encontrei próximo a porta. Sem dizer nada, andei até ele e o beijei, prendendo-o contra a parede. Seu beijo era quente, voraz, aumentando minha fome. Minhas mãos exploravam cada centímetro do seu corpo, sentindo sua pele macia arrepiando sob meu toque. Ele se afastou, me encarando, a luxúria brilhando em seu olhar.

Rapaz – Alguém pode nos ver.

Eu o puxei, entrando no box do canto do banheiro, trancando-o. – Pronto, ninguém vai nos ver aqui.

Eu voltei a beijá-lo, mais faminta e profundamente, enquanto erguia sua camiseta. Eu queria mais, meu corpo ansiando pelo dele. Eu queria senti-lo, explorá-lo, tomá-lo para mim. Meus lábios deslizaram por sua pele quente até seus mamilos, capturando-os entre meus dentes e língua, chupando-o com vontade, arrancando dele gemidos baixos, quase súplicas. Minha mão percorreu seu corpo, contornando seu quadril antes de deslizar lentamente até sua bunda redonda e arrebitada. Apertei-a com vontade, sentindo seus músculos tensionarem sob meus dedos. Eu abri o botão de sua calça e o virei contra a parede, enquanto abaixava-a. A pele pálida, arrepiando ao meu toque. Meus lábios brincavam com o contorno de sua nuca, mordiscando-a suavemente, enquanto ele inclinava a cabeça para o lado, me oferecendo mais. Sua mão foi parar em meu pescoço, me puxando para si. Arranquei sua camiseta de uma vez e percorri com a boca cada linha de seu corpo, descendo pela coluna, saboreando a textura de sua pele. O desenho perfeito dos músculos de suas costas, seu corpo esculpido como o de um nadador. No ombro direito, um lobo eternizado em tinta preta, os traços delicados dando vida à imagem, como se a fera me observasse. Minha boca seguiu pelo caminho de sua espinha até alcançar sua bunda, onde não resisti e mordi de leve, provocando um arrepio visível em sua pele. Ele gemeu, um som rouco, carregado de desejo. Voltei a subir, plantando beijos por seu corpo, chegando ao seu ombro, passando para sua nuca, até alcançar seu ouvido. Senti seu corpo estremecer sob meu toque.

Eu – Eu quero você agora!

Ele apenas assentiu. Eu peguei a camisinha em minha carteira e coloquei. Eu o acariciei mais uma vez, o preparando para mim. Sua respiração se tornou entrecortada, enquanto ele se apoiava na parede, ficando na posição para me receber. Eu coloquei a cabecinha, e um gemido escapou de seus lábios. Dei-lhe tempo para que se acostumasse a sensação, enquanto beijava seu pescoço. Lentamente, fui avançando, centímetro por centímetro, até estar completamente dentro dele. Ele virou o rosto, buscando minha boca, seu beijo intenso, uma misturava de entrega e desejo. Comecei os movimentos, primeiro lentamente, saboreando cada instante, cada tremor, cada gemido que ele tentava sufocar, mordendo seu pulso. Então, a fome tomou conta, e fui aumentando a velocidade, investindo mais fundo e mais forte. Com uma das mãos segurei seu cabelo, puxando-os de leve, deixando seu pescoço exposto para minha boca. Meus lábios percorriam sua pele quente, sugando, mordiscando, enquanto minha outra mão segurava seu quadril, cravando os dedos ali, ajudando-me a mergulhar mais fundo nele. Seus gemidos ficaram mais altos, a respiração irregular, entregue ao momento.

Foi quando a porta do banheiro se abriu e eu parei os movimentos, ainda dentro dele, enquanto tentava o silenciar com um beijo.  Momentos depois, a porta se abriu novamente e a pessoa saiu. Eu me sentei e o puxei para meu colo, fazendo-o sentar-se de frente para mim. Ele montou e, ditando o ritmo, começou a cavalgar, seu olhar cravado no meu, escurecido pela fome. Minhas mãos agarraram sua bunda, guiando seus movimentos, enquanto minha boca traçava um caminho de beijos e mordidas por seu peito e pescoço. O prazer foi crescendo dentro de mim, me aproximando do ápice. Tentei fazê-lo desacelerar, avisando que iriar gozar, mas ele aumentou o ritmo, se forçando em meu colo, e eu estremeci sob ele, o orgasmo me atingindo em ondas convulsionais. Ele não parou, forçando-se ainda mais contra mim, buscando seu próprio clímax. Alguns instantes depois ele também gozou, desfazendo-se sobre mim, seu corpo tremendo, a respiração pesada contra meu pescoço. Ficamos ali por um momento, apenas sentindo um ao outro, a pele suada, os corações acelerados. Afastei os fios de cabelo que caíam sobre seu rosto e o beijei lentamente, saboreando seu gosto um pouco mais. Um tempo depois ele se levantou, se limpando e se vestiu. Eu fiz o mesmo, ajustando as roupas antes de sair do box. Ele se arrumou em frente ao espelho, penteando seu cabelo com os dedos. Após parecer novamente apresentável, se virou e me deu um breve beijo, saindo do banheiro.

Novamente fiquei ali mais alguns instantes, me refazendo. O calor ainda pulsava em minha pele, e a eletricidade do que acabara de acontecer parecia vibrar no ar ao meu redor. Ajeitei minhas roupas o máximo que pude e sai. Passei no bar e peguei uma cerveja, para tentar esfriar o desejo que ainda queimava dentro de mim. Ainda queria mais, o que aconteceu não passava de um “aperitivo”. Voltei para o meu lugar, encontrando Jake emburrado. Sua “deusa” agora estava ocupada, beijando o rapaz carrancudo que completava o trio. Minha “Luxúria” estava ao lado do casal, olhando para o palco. Jake me perguntou por que demorei tanto e eu respondi que peguei fila no banheiro e no bar. Ele resmungou mais um pouco e disse que iria voltar para a mesa, me perguntando se eu o acompanharia. Eu neguei, disse que preferia ficar ali, porque “a visão” era muito melhor. Eu estava olhando para o rapaz dos olhos azuis que, sem olhar para trás sorriu, a lascívia em seus lábios me desafiando. Jake voltou para a mesa e eu me aproximei um pouco mais do meu alvo, me posicionando a poucos centímetros atrás dele. Seu corpo reagiu ao meu, como se já estivesse na minha espera. Ele deu um passo para trás, encostando-se sutilmente em mim, testando os limites, convidando-me sem palavras. Como se aceitasse seu convite, deslizei minha mão sob o cós de sua calça, acariciando a pele quente de seu quadril. Aproximei-me ainda mais, deixando meu corpo se moldar ao dele. Meus lábios roçaram seu ouvido.

Eu – Quero mais! Ainda quero você. Ele virou o rosto, os olhos azuis encontrando os meus, e assentiu sem hesitar. Eu voltei a falar em seu ouvido. – Vou sair, te espero lá fora.

Deslizei minha mão até sua bunda e a apertei, sentindo-o reagir sob meu toque. Peguei minha cerveja e, sem dizer mais nada, saí em direção a porta. Após pagar a comanda da mesa em que estávamos, sai para a calçada e mandei uma mensagem para Dan, avisando o valor que havia pago e pedindo desculpas, dizendo que surgiu algo mais interessante. A adrenalina corria em minhas veias enquanto aguardava na calçada. Poucos minutos depois, ele saiu pela porta, os olhos fixos em mim. Ele sorriu, mordendo os lábios. “Que tesão!” A fome rugiu dentro de mim. Peguei sua mão e fui em direção ao estacionamento. O desejo queimava em mim, crescente, insaciável. Já dentro do carro, não me contive, puxei-o para mim e o beijei vorazmente. Seus lábios eram quentes e macios, me fazendo querer mais e mais. Minhas mãos deslizaram por sua nuca, puxando-o para mais perto, querendo aprofundar ainda mais aquele beijo. Relutantemente, me afastei, respirando fundo antes de puxar o cinto de segurança. Ele riu, fazendo o mesmo. Liguei o carro e sai. Ele passou a acariciar minha coxa, subindo e descendo em um toque torturante. Então sua mão deslizou para meu pau, me acariciando em movimentos firmes e lentos, por cima da calça. Soltei um gemido abafado, minhas mãos apertando o volante com mais força. Eu estava prestes a explodir. Sem pensar duas vezes, virei na primeira entrada de motel que encontrei. Não podia esperar mais.

Assim que entramos pela porta, ele não perdeu tempo e me beijou, me empurrando contra a parede. Seu corpo colado ao meu, seu beijo faminto, me consumindo em instantes. Suas mãos deslizaram sobre meu corpo, ávidas, mapeando cada contorno do meu corpo. Seu toque em minha pele deixando um rastro quente de prazer. Ele arrancou minha camisa, suas unhas arranhando de leve meu peito enquanto sua boca traçava um caminho perigoso para baixo, sua língua serpenteando pelos músculos do meu peito e do meu abdômen, seus dedos hábeis abriam minha calça. O toque quente de sua mão envolveu meu pau, arrancando de mim um gemido baixo. Retirando o resto de minha roupa, sem desviar o olhar, ele passou a me chupar, sua língua escorregando pelo comprimento, enquanto seus lábios me sugavam com maestria. O primeiro toque de sua boca me deixou sem ar. Eu estava em êxtase, seus avanços, alternando entre movimentos lentos e profundos, e investidas mais rápidas, arrancavam de mim gemidos cada vez mais altos. Em total entrega, eu só conseguia sentir o prazer que me dominava. Minhas mãos encontraram seus cabelos, que segurei, mantendo o contato visual, podendo assim, ver o desejo naqueles lindos olhos azuis, enquanto ele me levava a loucura. O prazer me consumia, meu corpo inteiro entregue a ele, enquanto meus gemidos preenchiam o quarto. Em poucos minutos atingi o ápice e ele acelerou, me fazendo estremecer em sua boca, enquanto sugava até a última gota. Sorrindo, ele se levantou, suas mãos percorrendo pelo meu corpo, enquanto me dava um breve beijo nos lábios e saiu em direção ao banheiro. Encostei a cabeça na parede, ainda ofegante, e sorri. “Ele realmente é a encarnação da Luxúria!”

Ainda me refazendo, sentei-me na cama. Meu corpo ainda vibrava com o prazer de instantes atrás, mas minha mente já ansiava por mais. Alguns minutos depois, ele sai do banheiro, completamente nu. Agora, podendo apreciar essa visão com mais calma, posso dizer que ele é um dos homens mais belos que já vi. Seu corpo longilíneo, com músculos lindamente definidos sob a pele branca e macia. O abdômen esculpido, terminava em um V profundo e marcante, guiando meus olhos como um convite irresistível. Suas coxas grossas, completava o equilíbrio perfeito entre seu torso definido e sua linda bunda empinada. Meu pau pulsou em resposta, mal tinha gozado e eu já queria mais. Ele caminhou em minha direção, parando na minha frente. Eu me apossei de sua cintura, puxando-o para mais perto. Seus lábios curvados em um sorriso malicioso e seus olhos escurecidos pelo desejo, eram um convite para continuarmos. E eu nunca recusaria um convite desses.

Eu comecei a explorar seu corpo com meus lábios e minhas mãos, dessa vez sem pressa, sem urgência, conhecendo cada pedacinho de sua pele. O deitei na cama, subindo sobre ele. Prendi seus braços acima de sua cabeça com uma das minhas mãos, enquanto capturei seus lábios, saboreando sua boca antes de seguir o caminho pelo seu queixo, descendo até seu pescoço. Minha língua traçou um percurso lento, provocante, passando pelos ombros e descendo até seus peitos. Ele manteve os olhos fechados, os lábios entreabertos, a respiração entrecortada, meu toque o consumindo. Minha outra mão deslizou por seu corpo, chegando até seu pau, que acariciei vagarosamente, sentindo-o pulsar sob meus dedos. Um gemido rouco escapou de sua garganta quando minha boca encontrou seus mamilos, que chupei e mordisquei, arrancando arrepios visíveis em sua pele.

Aquela visão, daquele lindo homem entregue a mim, estava me deixando cada vez mais excitado. Soltei seus braços e comecei a descer, mas ele segurou minha mão. Abri um sorriso ao vê-lo levar meus dedos até a boca, sugando no mesmo ritmo em que eu o acariciava. Enquanto seus olhos estavam fixos no meu, deslizei minha língua vagarosamente por toda a extensão do seu pau. Seu corpo se retesou ao meu toque, e um gemido alto escapou de seus lábios. Continuei, explorando cada detalhe, cada curva. Quando cheguei à ponta, ele se agarrou aos lençóis, sua respiração errática, uma antecipação vibrando em cada fibra do seu corpo. Então, o tomei por completo em minha boca, ao mesmo tempo em que o penetrei com um dos dedos que estava a pouco em seus lábios. Seu corpo arqueou na cama, respondendo ao meu toque.

Seus olhos se abriram, fixando-se em mim, uma de suas mãos segurando meu ombro, enquanto a outra se fechava em um aperto inútil contra os lençóis. Intensifiquei os movimentos, aprofundando minha boca sobre ele enquanto adicionava um segundo dedo. Leves tremores percorriam por seu corpo, enquanto eu ia cada vez mais fundo. Seus olhos estavam em mim, sua mão se cravando em meu ombro. Seus tremores aumentaram, me indicando que ele estava na beira do abismo. Intensifiquei minhas investidas, fazendo-o gozar poucos instantes depois. Observar aquele homem explodir em um orgasmo era como assistir uma cena de puro êxtase, seu corpo tenso, os músculos contraindo-se em um frenesi de prazer avassalador, os gemidos escapando entre seus lábios entreabertos, carregados de desejo e entrega. Cada estremecimento, cada respiração ofegante, era uma sinfonia selvagem que incendiava os sentidos, tornando impossível desviar o olhar. E ser o responsável por esse prazer me fez desejá-lo ainda mais.

Ele se deixou cair na cama, completamente saciado, o corpo relaxado, entregue ao momento. Seus olhos estavam fechados, e um sorriso discreto curvava seus lábios, um reflexo silencioso do prazer que ainda vibrava dentro dele. Eu fui ao banheiro rapidamente e na volta o encontrei deitado de bruços, sua pele clara contrastando com os lençóis escuros. A visão era hipnotizante, o desenho de sua coluna, os ombros relaxados, os cabelos longos espalhados pelo travesseiro. Deitei-me atrás dele, aproximando meu corpo do seu, sentindo seu calor. Passei a acariciar suas costas lentamente, explorando cada curva, cada detalhe. Delicadamente, afastei seus cabelos para o lado, deixando sua nuca e ombro à mostra. Aproximei meus lábios de sua pele e deixei uma trilha de beijos leves por sua nuca, descendo até o ombro, minha mão percorrendo por seu dorso, acariciando-o sem pressa, aproveitando cada mínimo arrepio que se formava sob meus dedos. Ele se virou e me beijou.

Rapaz – Ainda não está satisfeito?

Eu – Acho que nunca vou meu satisfazer de você.

Ele riu. – Xavequeiro você, heim?!

Eu o beijei. – Na verdade não, mas nunca estive com alguém como você. Ele sorriu, a volúpia e o desejo pintando aqueles lábios que me hipnotizavam. Ele se virou, ficando sobre mim.

Rapaz – E você aguenta mais uma rodada.

Eu – Acho que sim, na verdade espero aguentar mais algumas rodadas.

Ele voltou a me beijar, suas carícias nos conduzindo a mais uma promessa de prazer. Aquela noite foi surreal, o embate intenso de nossos corpos, pele contra pele, gemidos que ecoavam pelo quarto. Nós nos provocávamos, desafiávamos e nos tomávamos repetidamente, até que a exaustão finalmente nos venceu. Ele era intenso, me conduzindo a prazeres que nunca imaginei, me fazendo o desejar cada vez mais. Quando acordei, já passava das 13:00 horas. Ele estava ao meu lado, seu corpo descoberto, a respiração lenta e tranquila, como se ainda estivesse imerso nos resquícios daquela noite. Aproximei-me sutilmente, deixando meus dedos deslizarem sobre seus músculos bem definidos, traçando linhas invisíveis por sua pele, sem realmente tocá-lo por completo. Apenas o suficiente para senti-lo, para eu me perder um pouco mais naquela visão. Ele esboçou um sorriso, ainda sem abrir os olhos.

Rapaz – Boa tarde!

Eu – Boa tarde! Descanse um pouco mais.

Ele sorriu e me beijou. – Humm... Não quero, mas preciso ir. Tenho um compromisso no fim da tarde que não posso adiar.

Eu – Com aquela garota que estava te acompanhando?

Ele sorriu novamente, seus olhos brilhando com minha curiosidade. – Sim. Temos um compromisso de família.

Eu o encarei – Ela é sua parente?

Rapaz – Ela é minha prima.

Eu – Não à toa achei os dois lindos.

Ele sorriu mais uma vez, a malícia no canto de seus lábios. – Eu sei, percebi que você se interessou por ela assim que a viu entrando no banheiro.

Eu o encarei, surpreendido. – Não posso negar. Mas logo meus olhos se recaíram sobre você.

Ele – Não antes de beijar a garota ruiva que estava com seu grupo.

Eu recuei, levantando as mãos. – Foi ela quem me beijou. Não podia fazer uma desfeita assim.

Ele se aproximou, subindo em meu colo. – Quer dizer que você fica com qualquer um que tome a iniciativa? Ele mordiscou meu queixo, fazendo minha pele formigar apenas com o roçar de seus lábios.

Eu – Não! Eu o beijei, mordiscando seus lábios. – Geralmente fico com quem chama minha atenção. Principalmente se me faz tomar a iniciativa.

Ele mordisca meu pescoço. – Você é bi?

Eu tentando controlar minha respiração com suas provocações. – Sou Pan na verdade.

Ele me encarou, mordendo os lábios. O brilho azul intenso de seus olhos estava carregado de luxúria, um desejo renovador que me fez estremecer. – São os que eu mais gosto. Antes que eu pudesse responder, ele tomou minha boca em um beijo profundo, encerrando qualquer conversa. Suas mãos percorreram meu corpo, reacendendo o fogo, seu toque ainda incendiava minha pele, como na noite anterior. O desejo nos consumiu novamente, nossos corpos já conheciam os caminhos um do outro, cada ponto sensível, cada provocação. O ritmo foi intenso, faminto, cada movimento, cada gemido abafado contra a pele um do outro, nos levando ainda mais fundo. Atingimos o clímax praticamente ao mesmo tempo. Ainda tentando recuperar o fôlego, o segurei em meu colo.

Eu – Qual seu nome?

Ele me encarou, um misto de presunção e divertimento brincando naqueles olhos azuis. – Te conto na próxima vez.

Eu – Então me passa seu contato.

Ele sorriu, me deu um beijo e se levantou, pegando suas roupas e indo para o banheiro. Um tempo depois ele retorna, de banho tomado e vestido, tão lindo quanto a primeira vez que o vi. Eu me sento na ponta da cama e ele se aproxima, me dando mais um beijo, dessa vez, mais lento e profundo, se demorando, como se quisesse gravar meus lábios em sua memória.

Eu – Você não vai me passar seu contato? Ele negou, sorrindo. – Nem vai me dizer seu nome? Ele novamente negou e me beijou. – Pelo menos, me diz se costuma ir àquele pub.

Rapaz – Geralmente apareço quando a banda cover do Queen toca, ou do The Doors... Dependendo da banda, também apareço quando é Metallica. Ele sorriu, me dando mais um beijo que me tirou o fôlego. – Preciso ir, nos vemos por aí. Ele saiu, sem olhar para trás. Fiquei ali, ainda sentado na cama, observando a porta se fechar. O fato dele ser misterioso em relação a sua identidade me deixou ainda mais interessado.

Como eu disse antes, fazia tempo que eu não vivia como solteiro e, eu acho, que não quero mais. Não consegui esquecer minha “Luxúria”, voltando algumas vezes naquele pub, sem sucesso. Pensei em desistir, é como “procurar uma agulha em um palheiro”. Mas Jake acabara de me mandar uma mensagem, me chamando para voltar lá, junto com a imagem do flyer da banda dessa noite.

“Cara, você disse que queria ver o cover do The Doors, tá a fim de ir? Já avisei os caras.”

A SENSUALIDADE

A LUXÚRIA

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Comments

ღPastille 🍬

ღPastille 🍬

I love pansexuais

2025-05-04

1

ღPastille 🍬

ღPastille 🍬

Homens

2025-05-04

1

Kellyla Nunes

Kellyla Nunes

Meu Deus, esse povo não consegue controlar o fogo que habita neles, mal se conhecem e já vão direto para o banheiro se pegar, alguém apresenta um apartamento para eles e dá um tempo dos banheiros.🤣🤣

2025-03-22

2

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