Capítulo 5 - O Renascimento

Merlin estava mudado. O homem que um dia foi consumido pela frustração e pelo desespero agora encontrava propósito na alquimia de suas emoções. Ódio pela limitação, esperança por um futuro melhor e frustração pelo passado perdido. Esses sentimentos se tornaram o combustível para uma transformação única: ele forçou seu corpo a evoluir. Seu sistema nervoso mágico, algo que até então era rudimentar, foi completamente reconfigurado. Ele expandiu seus circuitos mágicos, conectando-os ao seu próprio cérebro de uma maneira que permitia um raciocínio acelerado e uma precisão mágica nunca vista antes.

Esse novo entendimento não apenas aumentou sua capacidade de manipular mana, mas também o colocou em um estado de simbiose com a própria magia. Pela primeira vez, ele sentiu que magia não era apenas um poder místico, mas uma extensão de si mesmo—uma ferramenta lógica, científica, que ele podia dominar com esforço e inteligência. Era um salto evolutivo que poucos ousariam tentar, mas que Merlin, movido por sua obsessão, realizou.

 

...O Giz Mágico e o Controle Absoluto...

Sua primeira criação foi simples em conceito, mas brilhante na execução: um giz mágico. Merlin percebeu que, para decifrar os segredos das runas, ele precisava de uma maneira mais eficiente de registrar suas descobertas. A ideia de um giz que ele pudesse conjurar, manipular e usar sem esforço físico parecia a solução perfeita.

A fórmula mágica para criar o giz começou com componentes básicos: sulfato de cálcio (CaSO₄), água (H₂O) e carbonato de cálcio (CaCO₃). Ele converteu essas substâncias usando runas alquímicas que ele mesmo havia codificado, ajustando as proporções com uma precisão quase microscópica. No entanto, criar o giz era apenas o primeiro passo. Para que ele se movesse sozinho e escrevesse em uma lousa, Merlin teve que ir além.

Ele projetou círculos mágicos interligados, cada um com uma função específica. Um círculo calculava os componentes e a forma do giz. Outro gerava um jato de ar controlado, que propulsionava o giz em direção à lousa. Um terceiro círculo definia a trajetória e a velocidade do jato, garantindo que o giz escrevesse exatamente onde ele desejava. Tudo isso era orquestrado por sua mente, que agora operava em um nível de raciocínio mágico jamais visto.

Quando ele viu o giz deslizar pela lousa pela primeira vez, traçando símbolos complexos com perfeição, um misto de orgulho e inquietação o invadiu. O que ele fazia com esforço monumental, outras pessoas neste mundo realizavam de maneira quase instintiva. Prodígios mágicos, capazes de manipular a mana com naturalidade, jamais precisavam de cálculos ou fórmulas. “Como?”, ele se perguntava. “Como algo tão intrincado pode ser feito sem estudo, sem lógica, apenas por talento bruto?”

Essa comparação o irritava, mas também o motivava. Ele sabia que o caminho que estava trilhando era diferente. Enquanto outros confiavam em dons inatos, Merlin buscava transcender os limites da própria realidade, moldando a magia em algo universal, compreensível e replicável.

 

...Uma Nova Perspectiva sobre Magia...

Com o giz e os círculos mágicos, Merlin começou a decifrar as runas com uma velocidade e precisão que antes seriam impossíveis. Ele não apenas observava as runas; ele as desmembrava, analisava suas funções e as conectava a conceitos científicos. Para ele, magia não era mais um mistério, mas uma linguagem codificada, esperando para ser traduzida.

 

Movido por suas descobertas e pelo desejo de corrigir os erros do passado, Merlin voltou sua atenção para a criação de uma nova arma. Ele ainda se lembrava da dor de ver sua invenção original—uma arma de fogo revolucionária—ser distorcida e transformada em algo que dependia de magia. As armas rúnicas, que deveriam empoderar os fracos, haviam se tornado instrumentos de opressão, usadas por magos para amplificar ainda mais seu poder.

Dessa vez, ele faria diferente.

Merlin começou projetando cada componente da arma com um nível de cuidado sem precedentes. Usando suas novas habilidades mágicas, ele forjou o metal e a madeira da arma diretamente de runas pré-programadas. Cada elemento era criado com precisão absoluta, alinhado às suas especificações. Ele queria uma arma que fosse acessível a qualquer pessoa, independentemente de sua habilidade mágica. Para isso, ele desenvolveu um sistema que permitia que até mesmo indivíduos com pouca ou nenhuma mana pudessem utilizá-la.

A arma funcionava com um mecanismo único: pequenos círculos mágicos, integrados internamente, calculavam e realizavam os processos necessários para disparar os projéteis. Isso incluía o ajuste da trajetória, a potência e até mesmo o recuo, tudo otimizado para garantir eficiência. Era uma obra-prima de engenharia mágica, um testemunho do que a ciência e a magia podiam alcançar juntas, mas sem depender inteiramente de nenhuma delas.

— “Mais uma vez,” Merlin disse para si mesmo enquanto admirava a arma, “as pessoas comuns terão o poder de se igualar aos poderosos.”

 

...Reflexão e Determinação...

Ao concluir sua nova criação, Merlin sentiu um misto de realização e angústia. Ele sabia que estava moldando um futuro diferente, mas também sabia que isso o colocaria em conflito com aqueles que dominavam o status quo. Os magos, os reis, até mesmo os deuses—todos poderiam ver seu trabalho como uma ameaça. Mas Merlin não se importava. Ele não fazia isso por glória ou reconhecimento. Ele fazia isso porque acreditava que o mundo precisava mudar.

Enquanto testava a arma em sua oficina, ele olhou para as runas que havia criado, para os diagramas que cobriam as paredes e para o giz mágico que ainda pairava ao seu lado. Cada item ali era um reflexo de sua jornada, de sua luta para desafiar a ordem natural das coisas.

— “Se o talento bruto pode conquistar a magia,” ele murmurou, “então o conhecimento pode conquistá-la duas vezes mais.”

E assim, Merlin continuou sua busca, determinado a transformar o impossível em realidade, não apenas para ele, mas para todos aqueles que ousassem sonhar com um mundo onde a lógica, e não o acaso, fosse a força mais poderosa.

Capítulos
1 Capítulo 1 - O Fracasso Acende...
2 Capítulo 2 - A Revolução
3 Capítulo 3 - A queda e a Centelha
4 Capítulo 4 - Não é Magia, é Ciência!
5 Capítulo 5 - O Renascimento
6 Capítulo 6 - Chama da Revolução
7 Capítulo 7 - Desperdício
8 Capítulo 8 - Encontro de Gênios
9 Capítulo 9 - Revolução da Informação
10 Capítulo 10 - Uma Nova Jornada
11 Capítulo 11 - Nova Estratégia
12 Capítulo 12 - Caminho de Midlands
13 Capítulo 13 - Máscara Branca
14 Capítulo 14 - O Início da Caçada
15 Capítulo 15 - Cabeça de Wyrmboroso
16 Capítulo 16 - O Mercado Negro: Parte 1
17 Capítulo 17 - O Mercado Negro: Parte 2
18 Capítulo 18 - O Enigma do Frasco
19 Capítulo 19 - O Flagelo dos Fortes
20 Capítulo 20 - O Caminho para Yggdrasil
21 Capítulo 21 - O Desafio
22 Capítulo 22 - O Confronto no Vale Cinzento
23 Capítulo 23 - O Campo de Batalha de Merlin
24 Capítulo 24 - Um Passo a Diante
25 Capítulo 25 - O Segredo das Dimensões
26 Capítulo 26 - Missão Secreta
27 Capítulo 27 - Adentrando a Mansão Greyrat
28 Capítulo 28 - Pai e Filho
29 Capítulo 29 - Início de Duelo
30 Capítulo 30 - Contra-ataque
31 Capítulo 31 - O Teste Final
32 Capítulo 32 - O Remanescente
33 Capítulo 33 - A Última Peça
34 Capítulo 34 - O Caminho de Volta
35 Capítulo 35 - Mana Natura
36 Capítulo 36 - O Reservatório Absoluto
37 Capítulo 37 - O Domínio do Feiticeiro Perfeito
38 Capítulo 38 - A Lenda do Físico Caído
Capítulos

Atualizado até capítulo 38

1
Capítulo 1 - O Fracasso Acende...
2
Capítulo 2 - A Revolução
3
Capítulo 3 - A queda e a Centelha
4
Capítulo 4 - Não é Magia, é Ciência!
5
Capítulo 5 - O Renascimento
6
Capítulo 6 - Chama da Revolução
7
Capítulo 7 - Desperdício
8
Capítulo 8 - Encontro de Gênios
9
Capítulo 9 - Revolução da Informação
10
Capítulo 10 - Uma Nova Jornada
11
Capítulo 11 - Nova Estratégia
12
Capítulo 12 - Caminho de Midlands
13
Capítulo 13 - Máscara Branca
14
Capítulo 14 - O Início da Caçada
15
Capítulo 15 - Cabeça de Wyrmboroso
16
Capítulo 16 - O Mercado Negro: Parte 1
17
Capítulo 17 - O Mercado Negro: Parte 2
18
Capítulo 18 - O Enigma do Frasco
19
Capítulo 19 - O Flagelo dos Fortes
20
Capítulo 20 - O Caminho para Yggdrasil
21
Capítulo 21 - O Desafio
22
Capítulo 22 - O Confronto no Vale Cinzento
23
Capítulo 23 - O Campo de Batalha de Merlin
24
Capítulo 24 - Um Passo a Diante
25
Capítulo 25 - O Segredo das Dimensões
26
Capítulo 26 - Missão Secreta
27
Capítulo 27 - Adentrando a Mansão Greyrat
28
Capítulo 28 - Pai e Filho
29
Capítulo 29 - Início de Duelo
30
Capítulo 30 - Contra-ataque
31
Capítulo 31 - O Teste Final
32
Capítulo 32 - O Remanescente
33
Capítulo 33 - A Última Peça
34
Capítulo 34 - O Caminho de Volta
35
Capítulo 35 - Mana Natura
36
Capítulo 36 - O Reservatório Absoluto
37
Capítulo 37 - O Domínio do Feiticeiro Perfeito
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Capítulo 38 - A Lenda do Físico Caído

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