Após o jantar, Han Se Jun olhou para Sn com um semblante mais suave do que o habitual. Ele levantou-se da mesa e, com uma leve exasperação, falou:
– Senhorita Sn, você pode descansar no quarto de hóspedes. Está bem, você fez seu trabalho, agora precisa descansar.
Sn olhou para ele, ainda um pouco confusa, mas assentiu com um leve sorriso, sentindo-se aliviada por não ter cometido outro erro. Ele a conduziu até o quarto de hóspedes, um ambiente luxuoso e bem decorado, que parecia mais um hotel cinco estrelas do que um simples quarto. Era confortável, com móveis elegantes e uma vista panorâmica da mansão, que mostrava o jardim imenso e a chuva caindo com intensidade lá fora.
– Você pode ficar aqui. Se precisar de algo, avise. – Han Se Jun disse, antes de se retirar.
Sn entrou no quarto e, após alguns minutos, pegou o celular para mandar mensagens. Primeiro, enviou uma para sua avó, agradecendo pelo prato que ela havia aprendido a fazer. Ela também mandou mensagens para suas amigas Hana e Yumi, contando brevemente o que aconteceu. Elas, claro, estavam animadas e curiosas, mas Sn não queria falar muito sobre os detalhes do que acontecera naquela noite, ainda processando tudo em sua mente.
Enquanto esperava uma resposta, Sn sentiu o cansaço bater. Ela olhou para a cama enorme, que parecia tão confortável, e decidiu descansar. Deitou-se e fechou os olhos, tentando relaxar, mas as imagens de tudo o que ocorrera na mansão não saíam da sua cabeça. Ela logo adormeceu, sentindo o sono a envolver lentamente.
Do lado de fora, na varanda da mansão, Han Se Jun estava sozinho, olhando fixamente para a chuva que continuava a cair. Ele parecia absorto em seus próprios pensamentos, o rosto taciturno, com os olhos fixos no horizonte. Ele pegou um cigarro e acendeu, aspirando a fumaça enquanto refletia. O silêncio da noite contrastava com a tormenta lá fora, mas dentro dele, havia uma tempestade de pensamentos.
Chan Ho, seu fiel segurança, aproximou-se cautelosamente.
– Senhor, – Chan Ho começou, com a expressão séria de sempre, – o que aconteceu? O senhor não gostou da comida?
Han Se Jun soltou a fumaça devagar, sem desviar os olhos da chuva. Por um momento, ele parecia perdido em seus próprios pensamentos.
– Não é isso, Chan Ho. – Han Se Jun falou com um tom que, mesmo calmo, trazia consigo uma certa carga emocional. – Eu gostei da comida. Mas... isso me lembrou de algo.
Ele ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse refletindo profundamente.
– Me lembrou dos pratos que minha avó e minha mãe faziam para mim quando eu era criança. – Ele continuou, a voz agora um pouco mais suave, como se revivesse uma memória distante. – Era uma sensação boa... Mas também me trouxe uma sensação de perda. Eu nunca mais consegui comer algo assim.
Han Se Jun olhou para o cigarro, apagando-o lentamente, antes de se recostar contra o parapeito da varanda. Ele ficou em silêncio, os olhos se perdendo na chuva, pensativo. Por mais que tentasse parecer implacável e controlado, havia algo que o tocava profundamente. Algo que Sn, sem querer, tinha ativado dentro dele.
– O problema... – Ele murmurou para si mesmo, em um tom quase inaudível. – O problema é que ela... ela me lembra de um tempo que eu preferiria esquecer.
O vento soprou suavemente, e ele sentiu como se o som da chuva fosse a única coisa que realmente o acalmava naquele momento. Ele olhou para a mansão, lembrando-se de Sn, e um suspiro escapou de seus lábios.
– Qual é o problema dessa garota? – Ele perguntou em voz baixa, com um leve semblante de frustração. – Por que sempre que ela está perto, tudo parece fora de controle?
Han Se Jun não sabia bem o que pensava sobre Sn ainda. Ela era uma incógnita, alguém que parecia tanto desafiar seus limites quanto trazer à tona sentimentos que ele não queria lidar. Enquanto ele se perdia nessas reflexões, as luzes da mansão brilhavam por trás dele, e ele sabia que o que quer que acontecesse a seguir seria inevitável.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 100
Comments