"Tem proporções muito boas para a sua altura, são as proporções ideais para um artista que procura um modelo perfeito"
"Uma escultura, definitivamente uma escultura"
Com sua risada contagiante, o doutor elogiava maravilhado as boas proporções do alfa a quem conhecia desde pequeno.
Já que o viu crescer, sentia-se orgulhoso de que aquele pequeno menino tenha se convertido em um homem tão bonito.
"Qual é a minha altura?"
Bom, crescer também significa mudar, como a mudança na voz que já não se parecia com a daquele pequeno e terno menino.
O propósito de Elián ao vir a uma revisão com o doutor da família Dumont, era saber sua altura exata, desejava ouvir que havia reduzido esse único centímetro que o separava da altura ideal que Neo gostava.
"Um metro e noventa e oito centímetros", elogiou o bom doutor.
"É bom para um alfa ter uma boa altura, o faz parecer mais confortável, ideal para proteger sua família e mostrar-se seguro"
"... Espere um momento, um metro e noventa e oito?, foi isso o que disse?", interrompeu Elián as palavras do doutor.
"Assim é"
"Não é um erro?, seria possível realizar a avaliação outra vez?"
"Não se preocupe, meus estudos nunca falham, senão, não seria o doutor da família Dumont", disse sorridente o doutor.
Esse centímetro que desejava reduzir, aumentou a seis centímetros, estava muito fora do alcance de altura que Neo disse que gostava.
"... Doutor"
"Existe alguma maneira de encurtar a minha altura?"
"... Desculpe?"
...****************...
"Você parece tranquilo"
"Sim"
"Suponho que os pesadelos já não te afetam demasiado apesar de que voltaram"
"Não são regulares, reduziram conforme passaram os dias"
"Ainda assim, os pesadelos voltaram porque viu esse alfa, não é assim?"
"Assim é"
Na varanda de uma cafeteria, Neo se encontrava reunido com uma bela mulher de uns quarenta anos aproximadamente.
Neo a apreciava muito, foi a pessoa que o ajudou a suportar todo esse trauma causado por aquele incidente.
Ela era sua confidente, sua amiga, já que existia uma parte da história que Neo omitiu de seus pais e de seu médico quando sucedeu aquilo.
Não podendo suportar mais essa carga oprimida pelos pesadelos, Neo buscou ajuda por si mesmo, sabia que necessitava ajuda psicológica para continuar com sua vida, e encontrou essa ajuda na doutora Stuart.
Ainda que Neo não cumprisse a maioridade nessa época, a doutora Stuart fez uma exceção com ele quando o viu desesperado, sem o consentimento nem permissão de seus pais, foi difícil começar com seu tratamento, mas o fez de igual forma.
"O fato de que não se visse tão afetado quando voltou a ver esse alfa, significa muito, inclusive os pesadelos que haviam voltado reduziram"
"Eu sei, é diferente dessa vez", afirmou Neo.
A última vez que viu Elián, foi na formatura do ensino médio, nesse momento só sentiu ódio e repulsa ao vê-lo rodeado desses tipos.
"É como disse nesse momento, espera ouvir algo dele, o esperava nessa época e agora também, mas não o ouvirá a menos que esse alfa saiba o que aconteceu"
"Todas essas perguntas que se fez sobre ele, só se resolverão se ouvir as respostas dele mesmo", falou a doutora Stuart e bebeu de sua xícara de café depois.
"Assim que, já não o odeie tanto"
...****************...
Não odiá-lo tanto
Não odiá-lo tanto
Neo repetia essas palavras em sua mente, tal como disse a doutora Stuart, era bom para ele resolver esse problema e perguntas que tinha sobre Elián, resolvê-lo significaria fechar uma parte pendente de seu tratamento.
Lhe agrade ou não o alfa, sempre era bom conhecer a verdade.
Não obstante, não podia deixar de pensar que caiu na mira dessas pessoas pela atenção que recebeu de Elián no ensino médio, o alfa o incomodava tanto que terminou por chamar a atenção de pessoas incorretas.
Foi por isso que seu ódio foi dirigido também a Elián, ademais, esses tipos não deixavam de dizer que foi graças a Elián que descobriram alguém interessante.
A doutora Stuart costumava sempre dizer que não podemos controlar os atos dos demais, que ser próximo a alguém não te faz responsável das ações da outra pessoa.
Um jovem Neo nesse momento, não o entendia e encontrava culpados a todos.
E ainda que agora era diferente, depois de tudo, mudar os pensamentos é mais fácil que mudar os sentimentos.
Como todos os dias, Neo caminhava de volta até o ponto de ônibus, só que desta vez tinha uma leve dor de cabeça por pensar demasiado.
Já quando estava por chegar ao ponto, uma grande sombra o cobriu bloqueando seu caminho.
Ao levantar a vista, se encontrou com o radiante alfa de quem havia estado pensando até há uns minutos.
"Olá"
Depois de saudar, Elián quem apareceu de improviso, se pôs ao lado de Neo para caminhar juntos até o ponto de ônibus.
"Da vez anterior fui de muita utilidade, pensei que talvez alguém poderia necessitar minha ajuda", se desculpou Elián referindo-se a essa vez que ajudou a carregar uma bolsa de compras.
Neo só observou o alfa enquanto caminhava, igual que as demais pessoas que transitavam pelo lugar.
Não era estranho que Elián chamasse a atenção, mas, desta vez, era sua maneira de caminhar a que era interessante.
"Hoje é um bom dia, o clima é agradável..."
Antes de que pudesse terminar de falar, Elián deteve suas palavras ao ouvir uma leve risada junto a ele.
Neo cobria parte de seu rosto tratando de aguentar as ganas de rir.
A razão, a maneira tão particular de caminhar de Elián.
O alto alfa mantinha as costas curvadas e os joelhos ligeiramente dobrados.
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Atualizado até capítulo 54
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