Não gosto de caras como você
Não gosto de caras como você
Com essas palavras se repetindo dentro de sua mente, Elián buscava em seu computador os últimos gostos em ômegas nesses dias, as últimas tendências mostravam como resultado um alto índice de popularidade em um ator alfa dominante, do qual seus fãs eram em sua maioria ômegas.
Assim como a popularidade de um grupo musical formado por alfas, que tinha uma grande base de fãs ômega.
Ao que parece, estes eram os gostos em ômegas nesses dias.
Enquanto deslizava a página de busca, Elián encontrou mercadoria à venda deste grupo e daquele ator alfa.
"É isto o ideal nesses dias?"
Os caras nas fotografias pareciam ter uma boa personalidade, e nos vídeos anexos notava-se que eram bastante amáveis, e embora fosse irritante, tinha que admitir que não eram tão feios.
"Ele também gosta disso?"
Se isto era tendência entre os ômegas, poderia ser que Neo também...
"Não", Elián fechou seu computador com um golpe, se recostou sobre o encosto de sua confortável cadeira recordando aquele jovem adolescente com o antigo uniforme de secundária.
Neo sempre havia sido um jovem reservado, costumava caminhar pelos corredores e pátio da secundária segurando sempre um livro diferente.
A primeira vez que Elián o viu, foi pela janela de sua sala de aulas no horário de descanso, nos dias posteriores, vê-lo se tornou um costume, seguia seus passos inconscientemente e esperava vê-lo passar todos os dias.
Algo que chamou sua atenção, foi que Neo sempre levava um livro distinto sobre agricultura e jardinagem cada vez que o via.
No grupo de ômegas que costumavam se reunir para torcer sobre os rapazes e raparigas bonitas dos grupos musicais, ou sobre alguns de seus atores e atrizes favoritos, Neo nunca costumava participar disso, parecia gostar mais dos livros sobre agricultura.
"Um agricultor"
Talvez esse seja o tipo ideal de Neo, pensou Elián.
Não lhe havia ocorrido, mas sabia muito bem que Neo costumava cuidar das plantas e rosas do jardim da secundária, já que o viu várias vezes nesse lugar, inclusive um dia, ambos tiveram uma pequena conversa nesse jardim.
Com um Elián emocionado por aquela conversa nesse dia, o jovem e torpe alfa ocasionou um acidente no precioso jardim de Neo, sentindo-se culpado e envergonhado por isso, Elián nunca confessou sua culpa.
Com tais aptidões, não seria um bom agricultor e menos um cuidadoso jardineiro.
"... Se irritará mais se souber daquilo"
Sem nenhuma outra pista sobre o tipo ideal de Neo, Elián se decidiu a fazer aulas sobre agricultura e jardinagem.
Nos dias seguintes, o CEO Elián Dumont se encarregava de cuidar das plantas e rosas da empresa sob a guia dos jardineiros, além de encher seu escritório com distintas plantas e um pequeno vaso com um cultivo de tomates.
Um cultivo de tomates que pereceu rapidamente.
...****************...
A cesta se encheu de grandes e vermelhos tomates que Neo colheu de sua horta.
Se viam tão exquisitos que podiam comer-se de imediato.
Neo usava um grande chapéu para cobrir-se do sol que hoje era mais abrasador que o costume.
Depois desse dia em que se encontrou com Elián, o alfa não voltou a aparecer, era algo bom, mas... os pesadelos haviam voltado, não eram tão recorrentes e aterradoras como no passado, mas ainda assim, não deixavam de ser molestas.
Culpado ou não, o certo era que a presença de Elián lhe recordou aquele dia desse desagradável incidente.
Podia culpá-lo?, era responsável?, por que Elián teve que fixar-se nele?, o fez de propósito?, Elián o sabia?, foi cúmplice dessa atrocidade?.
Se perguntou várias vezes o mesmo naqueles anos.
Com o apoio de seus pais e seu médico, Neo superou aquele incidente já há vários anos, só que não sabia que ver Elián depois de anos podia chegar a afetá-lo de alguma maneira.
Esse rapaz louro que sempre costumava incomodá-lo na secundária, inclusive que certo dia apareceu no jardim da secundária que Neo costumava cuidar, assim que para se livrar dele, teve que falar com o alfa para aborrecê-lo e para que se fosse.
Por sorte, Elián não voltou a aparecer no jardim depois desse dia, mas, Neo se encontrou com todas as belas rosas que cuidou com tanto esmero completamente secas, alguém havia borrifado um líquido estranho sobre elas.
Com essa molesta recordação, Neo levantou a vista e se encontrou com o forte reflexo do sol, hoje era especialmente brilhante, demasiado brilhante.
Com sua cesta cheia de deliciosos tomates, Neo pegou outra cesta para colher os tomates restantes.
Aparte de ter se cruzado Elián em seu caminho, Neo esperava não ver mais ninguém daquela secundária, menos esses caras.
...****************...
Na casa principal da família Dumont, a bela Senhora da casa se encontrava com o coração partido enquanto olhava desconcertada suas belas rosas que jaziam sem vida em seu jardim.
As havia cuidado com tanto esmero.
"... Senhora", a empregada se aproximou com cuidado de sua amável contratante.
"... Que?, que aconteceu aqui?", perguntou tartamudeante a bela senhora de cabeleira loura.
Vacilante, a empregada lhe passou um frasco com um estranho conteúdo líquido dentro.
"... O jovem Elián borrifou isto sobre as rosas, se via emocionado, disse que com isto as rosas brilhariam mais"
"... Elián?"
"Sim, Senhora"
A mãe de Elián pegou o frasco da mão da empregada e quase cai desmaiada ao ler o escrito na cobertura do frasco.
"Senhora!", a empregada segurou sua delicada contratante.
"... Joana, minha querida Joana, o que acontece com meu filho?", perguntou a mãe de Elián com seus belos olhos azuis afligidos.
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Atualizado até capítulo 54
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