Ryan POV
Me despeço da Isabella, a deixando em casa depois da confusão que foi no restaurante, não achei que ficariam tão curiosos sobre com quem eu saio, mas com certeza Clara resolve isso, ela sempre resolve, foi por isso que eu a contratei.
Chegando em casa, noto a luz da sala ligada e logo penso que Clara está no cômodo, mas ao entrar, percebo que não tem ninguém. Ela deve estar dormindo.
Tiro a gravata e passo pelo corredor principal, indo até o quarto dela. Inicialmente bato, mas ela não responde, então entro sem ela responder.
Ao abrir os olhos (que havia fechado por precaução), percebo a mesma sentada em frente à mesa, sua cabeça apoiada nos braços e seus cabelos ondulados e castanhos caindo pelas costas. E uma garrafa de vinho vazia ao seu lado.
Passo as mãos pelo cabelo nervoso e noto algumas coisas escritas em seu bloco de notas. Me inclino para ler, mas sou surpreendido com um soco no nariz.
Clara POV
— Desculpa... Não foi minha intenção.
— Tudo bem. Por que bebeu uma garrafa inteira de vinho? E por que estava até esta hora acordada?
— Como sabe que eu estava acordada?
— Seu bloco de notas foi atualizado pela última vez há 15 minutos.
— Estava bisbilhotando meu computador?
— Não. — cerro os olhos, desconfiando dele e desligo, tendo flashes de memórias do porquê eu comecei a beber.
— O jantar foi bom? Aposto que sim, já são três da manhã.
— Podemos conversar?
— Não. Não podemos.
— Precisamos conversar. Olha, eu só fui sair com uma amiga.
— Claro, com uma amiga que você já dormiu várias vezes.
— Isso está no passado, eu estava solteiro, agora preciso ser fiel, a minha empresa depende disso.
— Ah, sim, me esqueci disso. Incluindo, o que vamos fazer? Os boatos só crescem e o processo já foi divulgado.
— Eu contatei um conhecido meu, vamos ainda hoje para Virgínia.
— E você só me fala isso agora? Que horas iremos?
— 12h00.
— Ótimo, tenho algumas horas de sono, vou dormir.
— Ei, Clara, não aja como se não precisássemos conversar sobre a Isabella.
— Faça o que quiser, mas não na frente das pessoas. Não se esqueça de que só estamos nesse relacionamento para salvar a sua empresa, fique com quem quiser, mas não espere que eu aja como sua secretária nessa casa. — digo o olhando.
Me tranco no meu quarto e passo as mãos pelo rosto, suspirando. Pego meu celular, abro minha conversa com Anna, faz um tempo que não me encontro com ela.
— “Anna, podemos nos encontrar?” — abraço minhas pernas e fico olhando para o nada esperando um sinal de vida da minha melhor amiga.
— “Achei que tinha me esquecido.”
— “Desculpa, aconteceu muita coisa.”
— “Tudo bem, podemos conversar agora, prefere que nos encontremos em algum lugar ou podemos nos encontrar na minha casa?”
— “Pode ser na sua casa.”
— “Certo, estou terminando uma coisa e já vou para casa, quer alguma coisa?”
— “O de sempre.”
— “Tudo bem, nos encontramos lá.”
Desligo o telefone e, mesmo meio zonza, procuro uma roupa quente e confortável, pois atualmente está fazendo muito frio de madrugada.
Bocejo e arrumo meu cabelo, fazendo um rabo de cabelo. Coloco minhas botas e pego minha bolsa.
Abro a porta acreditando que Ryan já havia ido dormir, mas o encontro sentado à mesa da cozinha comendo algo.
— Para onde pensa que vai essa hora?
— Vou me encontrar com uma amiga.
— Não, não vai.
— Vou, sim, você saiu com a Isabella e voltou agora, quero ir à casa da minha amiga e não posso?
— Essa hora não. É perigoso.
— Não me importo com o que você ache.
Reviro os olhos quando o mesmo segura meu pulso, me parando.
— Não, não vai.
— Ela mora a poucos metros daqui, então não se preocupe. — Me solto rapidamente.
— Vou pedir para Carlos te levar.
— Não, é do outro lado da rua.
— Então te acompanho, além de você estar sozinha no meio da noite, está bêbada.
Me encolho dentro do casaco quando ele abre a porta de casa.
— Ainda quer sair nesse frio?
Começo a andar o ignorando e faço meu trajeto até a casa dela. Pego a chave debaixo de um fundo falso da caixa de correspondência.
Anna herdou a enorme casa antiga da família, é extremamente imponente e bonita, em tons de marrom-carvalho e com detalhes que deixariam assaltantes com vontade de roubá-la. Relíquia de família, ela não mudou nenhuma decoração ou mobília, apenas reformou.
— Essa casa é meio-
Ryan começa a falar fazendo uma careta.
— Medieval?
— Eu ia dizer antiquada e feia.
— Que desrespeito, ela te bateria se ouvisse isso.
— Mas e então? O que veio fazer aqui?
— Conversar com a minha amiga, ué, o que mais seria?
— Não sei, se encontrar com algum cara.
Enquanto tiro o casaco e jogo no sofá, olho para ele indignada.
— Não sou como você.
— O que quer dizer com isso?
— Acho que fui bem clara. Agora que cheguei em segurança, pode ir embora.
— Eu fico até ela chegar.
— Não mesmo, cai fora.
— Está meio ousada para uma assistente.
— Eu não sou sua assistente fora da empresa, então posso te tratar do jeito que eu quero.
— Tem tanta certeza assim? — Ele se aproxima tanto a ponto de me deixar nervosa. Sou assistente dele há anos, convivo com ele o tempo todo, é impossível não ter uma queda por ele, todas as mulheres da empresa têm e não as culpo.
— Absoluta. — Ele se aproxima ainda mais, mas logo para ao vermos Anna entrar.
— Ok. Vou fingir que não acabei de ver vocês praticamente se comendo na minha casa.
— Anna!
— Desculpa, mas é verdade. Prazer, sou Anna Campbell, melhor amiga dela.
— É um prazer te conhecer.
— Se a machucar, eu o mato, estamos entendidos?
— Vou fazer de tudo para que isso não aconteça.
— Por que está aqui, por sinal? Clarinha não me contou que iria trazer o namorado para a minha casa no meio da madrugada. — Ela me olha sorrindo, curiosa.
— Está de madrugada e ela está bêbada, não podia deixar ela vir sozinha.
Reviro os olhos subindo as escadas.
— Entendi... Para onde está indo, Dona Clara? Vamos bater um papo.
— Eu pretendia, mas descobri que vou ter que viajar ainda hoje, então preciso dormir.
— Então acho melhor voltar para a sua casa, mocinha. — Ela cruza os braços.
— Não. Eu vou dormir aqui.
Olho para Ryan de maneira irritada e subo para o quarto, mas consigo escutar a tempo de eles se despedirem.
— Ele já foi, agora pode me contar o que houve?
— Depois, eu não estava brincando quando disse que descobri quase agora que terei que viajar.
Ela me dá um abraço. — Tudo bem, mas não se esqueça, estarei aqui quando quiser conversar.
— Obrigada, eu te amo, amiga.
— Eu também te amo, sua boba. Agora, vai dormir, você parece acabada.
Rio e lhe jogo um travesseiro, ela desvia com facilidade e joga em mim e começamos a rir, nos despedindo e me encolho debaixo da coberta sentindo o conforto da cama que há anos é meu refúgio quando preciso de um tempo para mim.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Graça Barbosa
seu cretino isso não impede você de ter respeito e consideração por ela 😡
2025-04-10
1
Jhay_Focas
Kkkkk, pior que muito provavelmente não ia rolar kkk
2025-01-16
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Tatah Oliveira
Só espero que essa seja amiga de verdade...
2025-01-10
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