Rosa permaneceu paralisada por alguns instantes, o eco das palavras de Wellington ainda reverberando em sua mente. A multidão que antes a observava agora se dispersava, mas ela se sentia como se estivesse presa em uma bolha de dor e humilhação. O peso da rejeição era esmagador, e tudo o que ela havia construído nos últimos meses parecia desmoronar em um instante.
Enquanto Wellington se afastava, a frustração e a raiva dele a atingiam como um soco no estômago. Ele não percebeu a gravidade de suas palavras, a forma como elas feriram seu coração. Rosa, desesperada, deu um passo à frente e estendeu a mão, tentando segurá-lo. “Wellington, por favor, espere! Eu preciso que você me ouça!” Sua voz tremia, mas a determinação a impulsionava.
Mas, em vez de pará-lo, suas palavras apenas o irritaram mais. Ele se virou, e com um movimento brusco, a empurrou para longe. Rosa não estava preparada para a força do golpe. Ela perdeu o equilíbrio e caiu no chão, as mãos se arrastando pela superfície dura, sentindo a dor da queda se misturar à dor emocional.
O impacto foi violento. Rosa sentiu as lágrimas brotarem de seus olhos, não apenas pela dor física, mas pela sensação de traição e abandono. O chão estava frio sob seu corpo, e a realidade de sua situação a atingiu como uma onda. Ele a havia empurrado, não apenas fisicamente, mas emocionalmente, e o peso da rejeição a esmagava.
“Por que você está fazendo isso?” ela perguntou, a voz entrecortada, enquanto tentava se levantar. O olhar de Wellington era um misto de raiva e confusão, mas não havia compaixão ali. Ele a encarou, a expressão endurecida, como se ela fosse uma estranha.
“Você não entende, Rosa? Eu não posso estar com alguém que se rebaixa a esse nível. Isso é vergonhoso!” Ele respondeu, sem se dar conta do impacto de suas palavras. Para ele, era uma questão de orgulho, uma defesa de sua imagem. Para ela, era a destruição de tudo que acreditava.
Rosa, ainda no chão, sentiu um nó se formar em sua garganta. As lágrimas escorriam livremente agora, e a dor da rejeição era tão intensa que ela mal conseguia respirar. “Eu não sou apenas uma gari”, ela tentou explicar, mas a voz falhou. “Eu sou muito mais do que isso!”
Mas Wellington já estava virando as costas. “Você fez suas escolhas, Rosa. Agora, você precisa viver com elas.” Com isso, ele se afastou, deixando-a sozinha no chão, cercada pela indiferença do mundo.
A multidão que antes assistia em silêncio agora começava a se dispersar, alguns lançando olhares de pena, outros de julgamento. Rosa se sentiu exposta, como se cada um deles estivesse a avaliando. A dor da rejeição se mesclava com a vergonha, e a solidão a envolvia como um cobertor pesado.
Com as mãos tremendo, Rosa se levantou, sentindo o coração partido. Cada batida era um lembrete do amor que acreditava ter, agora desfeito em pedaços. Ela olhou para a direção em que Wellington havia ido, desejando que ele olhasse para trás, que sentisse a dor que ela estava sentindo. Mas ele não olhou.
Caminhando lentamente, ela se afastou do parque, cada passo carregando o peso de sua desilusão. As vozes ao seu redor se tornaram um ruído distante, e o mundo parecia desfocar. O que ela havia imaginado como um teste de amor se transformara em uma batalha devastadora, e a única coisa que restava era a dor.
Enquanto caminhava, as lembranças dos momentos felizes que compartilharam inundaram sua mente. Os risos, os abraços, os sonhos sussurrados à luz da lua. Cada um deles agora era uma facada em seu coração, uma lembrança de tudo que parecia perdido. A ideia de que Wellington poderia não amá-la se soubesse a verdade a assombrava.
No fundo, Rosa sabia que a queda não era apenas física, mas emocional e espiritual. Aquele momento de rejeição havia quebrado algo dentro dela. A confiança que tinha em seu amor, a esperança de que ele a aceitasse, agora pareciam ilusões. E, com cada lágrima que escorria, ela sentia que estava se despindo de uma parte de si mesma.
Ela precisava de um lugar para desabafar, para processar a avalanche de emoções que a consumia. Rosa decidiu que não poderia voltar para casa naquele estado. As paredes que um dia foram um refúgio agora pareciam uma prisão. Com o coração pesado, ela se dirigiu a um café próximo, um lugar onde poderia encontrar um pouco de paz, mesmo que temporária.
Assim que entrou no café, a familiaridade do ambiente a envolveu. O cheiro do café fresco e o som suave de conversas preenchiam o ar. Ela se sentou em uma mesa no canto, longe dos olhares curiosos. O garçom logo se aproximou, mas Rosa mal percebeu o que estava acontecendo ao seu redor. Ela pediu um café, mas não conseguiu se concentrar. Seus pensamentos estavam em um turbilhão, e a dor da rejeição a sufocava.
Enquanto esperava, Rosa olhou pela janela, observando as pessoas passarem. Cada uma delas parecia tão feliz e alheia à sua dor. A vida continuava, mas para ela, tudo havia mudado. O amor que havia construído com Wellington parecia um sonho distante, e a realidade de sua situação se tornava cada vez mais clara.
As lágrimas voltaram a brotar em seus olhos, e ela as limpou com raiva. Não queria ser vista como uma mulher fraca. Rosa havia escolhido um caminho de autodescoberta, mas agora se sentia perdida, sem saber como seguir em frente. O que ela havia aprendido até agora? O que realmente significava amar alguém?
Quando o café chegou, ela pegou a xícara com as mãos trêmulas, sentindo o calor que emanava. O calor era reconfortante, mas não suficiente para aquecer o vazio dentro dela. Rosa precisava encontrar uma maneira de se levantar novamente, de se reerguer após a queda. Mas, para isso, primeiro precisava enfrentar a verdade que sempre escondeu.
A noite caiu lentamente, e Rosa ficou ali, sozinha em um café, cercada por estranhos, mas completamente isolada. O mundo continuava a girar, enquanto ela tentava juntar os pedaços de um coração quebrado, sem saber que o caminho à frente exigiria mais coragem do que ela jamais imaginou.
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Atualizado até capítulo 25
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