capítulo 08

O dia tinha sido longo e cansativo. Giovanna saiu da escola sentindo o peso da rotina, mas também aquele vazio que não conseguia preencher desde que foi mandada embora de casa. Fazia semanas que estava morando com a tia, e mesmo que ela fosse gentil, não era o mesmo. Nada era o mesmo.

Ela subiu os degraus da casa, girou a maçaneta e entrou. Assim que deu o primeiro passo para dentro, congelou.

Seus pais estavam ali.

Sentados no sofá da sala, sérios, como se nunca tivessem feito nada de errado. O estômago dela revirou.

— O que vocês estão fazendo aqui? — a voz dela saiu mais dura do que pretendia.

A mãe foi a primeira a se levantar.

— Viemos conversar.

— Agora vocês querem conversar? — Giovanna riu sem humor, jogando a mochila no chão. — Depois de me expulsarem de casa como se eu fosse um lixo?

O pai suspirou, esfregando o rosto.

— Giovanna, você precisa entender que fizemos isso pelo seu bem.

— Pelo meu bem? — Ela sentiu a raiva borbulhar no peito. — Me mandando embora porque não gostaram de quem eu sou? Vocês acham mesmo que isso é pro meu bem?

A mãe cruzou os braços, impaciente.

— Você ainda não entende…

— Não! Eu entendo perfeitamente! — Giovanna interrompeu. — Eu nunca fui boa o bastante pra vocês. Vocês não querem uma filha, querem uma boneca que obedeça tudo sem questionar!

O silêncio na sala ficou pesado. A tia de Giovanna observava tudo da cozinha, sem intervir.

O pai tentou novamente:

— A gente quer você de volta.

Giovanna piscou, surpresa.

— O quê?

— Volte para casa — ele continuou. — Podemos esquecer tudo isso. Você pode mudar…

Aquelas palavras foram a gota d’água.

— Mudar? — Ela deu um passo à frente, o olhar queimando. — Vocês ainda acham que eu posso me consertar, né?

A mãe desviou o olhar. O pai apertou os punhos.

— A gente só quer o melhor pra você.

— O melhor pra mim? — Giovanna riu, mas não havia alegria ali. Só dor. — O melhor pra mim teria sido ter pais que me amassem como eu sou. Mas vocês não são esses pais.

O silêncio veio de novo. Dessa vez, carregado de algo irreversível.

A mãe suspirou, derrotada.

— Então é isso? Você realmente escolhe isso?

Giovanna sentiu o peito apertar. Mas se manteve firme.

— Eu não escolhi ser quem eu sou. Mas hoje eu escolho não me odiar por isso.

Os pais dela se entreolharam. A mãe pegou a bolsa. O pai levantou sem dizer mais nada.

Eles foram embora sem olhar para trás.

E pela primeira vez, mesmo com o coração em pedaços, Giovanna se sentiu livre porque além do país nunca ter apoiado ela em nada no momento que ela sentiu livre sem a dor do desprezo dos pais sua sorte foi sua tia de longe que apoiou ela até esse triste momento mais ao mesmo tempo alívio nem ela queria que chegasse a esse ponto queria só o apoio dos dois meio por fim foi isso afastamento de amor que nunca poder ser substituído amor de sua filha

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