Capítulo 9: O Jogo Começou
Lucas não conseguia tirar aquela mensagem da cabeça. Alguém sabia demais. Mas quem?
Sentado em seu quarto, ele girava o celular entre os dedos, olhando para a tela iluminada. A mensagem piscava diante de seus olhos como um alerta.
Número desconhecido: "A verdade sempre vem à tona. Você está pronto para isso?"
Ele expirou lentamente e respondeu:
Lucas: "Quem é você?"
Os três pontinhos indicando que a pessoa estava digitando apareceram… depois sumiram. Nada. Nenhuma resposta.
Ele se levantou e foi até a janela. Lá fora, a noite estava silenciosa demais. Seu instinto gritava que algo estava prestes a acontecer.
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No café da manhã
Lucas desceu as escadas com passos calculados. Como esperado, Rafael estava sentado à mesa, mexendo no celular com um sorriso irritante.
— Bom dia, irmãozinho. — Rafael disse com uma falsa doçura.
Lucas pegou uma torrada sem responder.
— Dormiu bem? — Rafael insistiu.
— O que você quer? — Lucas finalmente olhou para ele, entediado.
Rafael riu, colocando o celular sobre a mesa.
— Eu? Nada. Só queria saber como anda sua… vida secreta. — Ele sorriu de lado. — Você tem andado tão misterioso ultimamente…
Lucas estreitou os olhos.
— E desde quando minha vida te interessa?
— Desde que descobri que você pode estar escondendo algo bem grande. — Rafael apoiou o queixo na mão. — O que acha de me contar tudo antes que eu descubra sozinho?
Lucas não demonstrou emoção. Ele apenas tomou um gole de café.
— Você anda assistindo dramas policiais demais. — Ele se levantou. — Se me der licença, tenho aula.
Rafael o observou sair, seu sorriso nunca desaparecendo.
— Você não vai conseguir esconder para sempre, maninho… — murmurou para si mesmo.
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Na escola
Lucas entrou na sala de aula e imediatamente sentiu os olhares sobre ele. Murmúrios. Risadinhas. Algo estava acontecendo.
Victor apareceu ao seu lado.
— Tá sentindo isso? — Ele perguntou, olhando em volta.
— Difícil não sentir. — Lucas suspirou, jogando a mochila na carteira.
Antes que pudessem falar mais, Davi se levantou no meio da sala e bateu palmas.
— Pessoal, pessoal! Eu acho que todos nós devemos dar as boas-vindas ao nosso ilustre colega Lucas. Parece que ele tem muito mais segredos do que imaginávamos! — O tom dele era debochado.
Lucas o encarou, sem paciência.
— E você sempre teve esse desejo desesperado de atenção ou é algo novo?
A turma riu, mas Davi não recuou.
— Engraçadinho. Mas me diz, Lucas, como um "pobrezinho" como você anda sumindo tanto depois da escola? Quem são as pessoas estranhas com quem você se encontra? Hein? — Ele ergueu o celular, mostrando uma foto.
Lucas congelou por um segundo. Na tela, havia uma imagem dele entrando discretamente em um prédio… um dos locais associados à sua máfia.
Victor se inclinou para ver melhor e franziu o cenho.
— Como você conseguiu isso? — Victor perguntou, sério.
Davi sorriu presunçoso.
— Eu tenho meus contatos. E digamos que algumas pessoas acham bem interessante investigar a vida de certos alunos "inofensivos". — Ele se virou para Lucas. — Então, nerd, quer explicar essa foto?
Lucas cruzou os braços, mantendo a calma.
— E por que eu teria que te dar satisfações?
— Porque se você não explicar, eu posso espalhar isso por toda a escola. Quem sabe até pra polícia? — Davi piscou.
A sala ficou em silêncio.
Victor bufou, cruzando os braços.
— Você é um idiota, Davi. Se tivesse mesmo algo concreto, já teria mostrado. Mas tudo que tem é uma foto tirada de longe e muito falatório. — Ele olhou para Lucas. — E você não precisa dar explicações pra ninguém, principalmente pra ele.
Lucas olhou para Victor por um momento. Ele estava o protegendo… de novo.
Davi revirou os olhos.
— Fiquem à vontade para ignorar. Mas aviso: eu sei que tem mais coisas por trás disso. E eu vou descobrir. — Ele se sentou, ainda sorrindo.
Lucas sentiu seu sangue ferver. Alguém estava passando informações sobre ele. E ele precisava descobrir quem era.
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Na sede da máfia
Lucas entrou na sala com passos pesados. Seus homens ficaram em silêncio ao vê-lo.
— Alguém está vazando informações sobre mim. — Sua voz era baixa, mas carregada de ameaça. — Eu quero saber quem.
Ricardo, um dos seus homens de confiança, trocou olhares com Marco antes de responder.
— Temos algumas suspeitas, chefe. Mas se for alguém de dentro… vai ser difícil pegar sem levantar suspeitas.
Lucas bateu a mão na mesa.
— Então façam isso rápido. Eu não posso ter pessoas na escola e na máfia investigando meus passos ao mesmo tempo.
Marco assentiu.
— Vamos dar um jeito. Mas e aquele garoto… Victor? Você confia nele?
Lucas hesitou por um segundo.
— Eu… ainda não sei.
Mas no fundo, algo dizia que ele precisava confiar. Ou tudo desmoronaria.
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Continua...
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Atualizado até capítulo 38
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