^Sob a Máscara^

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O Menino Invisível

Capítulo 1: O Menino Invisível

Lucas sempre fora o tipo de garoto que passava despercebido. No último ano do ensino médio, sua vida parecia uma repetição interminável de dias cinzentos. Ele não era rico, mas isso era o que todos pensavam, e isso o tornava alvo fácil de bullying. Os colegas zombavam de suas roupas simples, das marcas de seus tênis e até mesmo da maneira como ele ficava sozinho durante os intervalos. Para eles, ele era apenas o "nerd" da sala, o garoto que não tinha dinheiro para se encaixar nos padrões dos populares.

Mas Lucas sabia que havia algo muito mais profundo em sua vida, algo que ninguém jamais imaginaria. Ele não era apenas o garoto invisível da escola. Era muito mais do que aquilo. Mas ele mantinha esse segredo escondido com zelo. Ele era o líder de uma organização secreta e poderosa. A empresa que ele comandava valia bilhões, e por trás das cortinas, ele comandava uma máfia com tentáculos que se estendiam por toda a cidade. Mas isso não interessava a ninguém na escola. Lucas sabia como se esconder sob a máscara de um garoto comum, frágil e sem recursos.

Sua vida em casa não era melhor. A madrasta e o meio-irmão faziam questão de lembrá-lo todos os dias de que ele não era bem-vindo ali. Eles o tratavam como um estorvo, alguém que devia estar lá apenas para servir. A madrasta, uma mulher fria e calculista, sempre fazia questão de deixá-lo claro que ele não fazia parte da "família". Seu meio-irmão, um garoto arrogante e popular, não perdia uma oportunidade de humilhá-lo, de zombar de suas roupas e de seu jeito quieto.

E o seu pai… O homem que deveria ser o apoio dele. Mas para o pai de Lucas, ele era nada mais do que uma lembrança dolorosa de uma tragédia. A mãe de Lucas, que ele sempre chamava de "omma", falecera no parto, e o pai nunca conseguiu superar essa perda. Ele culpava Lucas por aquela morte, como se o filho tivesse alguma responsabilidade por algo que aconteceu quando ele ainda era um bebê. Para o pai, Lucas não era uma pessoa, mas uma memória de dor.

Lucas sabia que ninguém o amava. Ninguém realmente se importava com ele. Mas ele não se importava também. Sua missão era sobreviver e seguir adiante, mantendo sua verdadeira identidade oculta. Na escola, ele era apenas mais um garoto sem valor, invisível aos olhos de todos. E ele estava bem com isso. Pelo menos, até aquele dia.

Durante o intervalo, Lucas estava sentado sozinho em seu lugar habitual, longe da multidão de estudantes, lendo um livro enquanto tentava ignorar as risadas e fofocas dos outros. Ele já estava acostumado com isso. No entanto, algo no ar parecia diferente, como se algo estivesse prestes a mudar.

De repente, a porta da sala se abriu, e uma voz interrompeu o murmúrio da turma.

— Pessoal, temos um novo aluno. Ele vai se juntar à nossa turma.

Lucas ergueu os olhos, mais por reflexo do que por real interesse. Era sempre a mesma coisa. Mais um aluno novo que logo se perderia na massa. Mas quando ele viu o novo garoto entrar na sala, algo dentro dele mudou.

O rapaz que entrou tinha uma postura imponente. Ele era alto, com cabelos escuros que caíam sobre a testa e olhos que brilhavam com um tipo de intensidade que Lucas nunca tinha visto antes. Ele não era como os outros. Sua presença dominava o ambiente, e por um momento, Lucas sentiu como se todos os olhares estivessem voltados para ele.

— Olá, eu sou o Victor. — Ele sorriu, e sua voz soou clara e confiante.

Algo naquele sorriso fez Lucas se sentir desconfortável. Não porque fosse hostil, mas porque era caloroso de uma maneira que ele não estava acostumado. Quando Victor se virou para escolher um lugar para sentar, seus olhos se encontraram com os de Lucas. A conexão foi instantânea, como se o tempo tivesse desacelerado por um segundo.

Lucas rapidamente desviou o olhar, sentindo um arrepio estranho percorrer sua espinha. Ele não sabia o que era, mas algo estava diferente.

Victor, por outro lado, parecia ter algo mais em mente. Ele não era o tipo de aluno que se sentava silenciosamente. Quando o intervalo terminou, ele se aproximou de Lucas, que estava novamente absorto em seu livro.

— Ei, você é o Lucas, certo? — perguntou Victor com um sorriso descontraído.

Lucas olhou para cima, surpreso. Não estava acostumado a ser abordado, especialmente por alguém como Victor, que parecia ter tudo o que os outros queriam.

— Sim, sou eu — respondeu Lucas, desconfiado. Não sabia o que Victor queria, mas estava alerta.

— Eu sou o Victor. Cheguei ontem, mas já percebi que você não é como os outros aqui. — O sorriso de Victor era amigável, mas havia algo mais. Lucas não conseguia identificar o quê, mas a maneira como ele falou despertou um certo interesse em Lucas, embora ele tentasse não demonstrar.

— Não sou nada de mais. — Lucas murmurou, desconfortável com a conversa.

— Não parece. Eu vejo algo em você, Lucas. Algo que os outros não percebem. — Victor deu um passo mais perto, quase como se quisesse deixar claro que estava genuinamente interessado.

Antes que Lucas pudesse responder, o sinal tocou, e todos começaram a se mover para suas salas. Mas Victor não se afastou imediatamente. Ele olhou para Lucas mais uma vez, seus olhos fixos no garoto de maneira intensa.

— Nos vemos mais tarde, Lucas. Tenho certeza de que podemos conversar mais.

Lucas ficou parado, observando Victor se afastar. Seus pensamentos estavam em turbilhão. Quem era esse cara? O que ele queria de verdade? Algo dentro dele sentia que sua vida estava prestes a mudar de maneira que ele não poderia controlar.

Continua...

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