Voltei ao meu quarto, e me joguei na cama feita pelos deuses. A textura das cobertas, da colcha, dos travesseiros, possuía uma maciez tão incrível, que jamais poderia ser descrita pelo melhor dos poetas ou escritor.
A cena do lindo pai e de sua linda filha me embrulhou o estômago. Estávamos exatamente no início da história. No original, Michele questionaria o duque se poderia sair de seu castigo (não poder sair do ducado), ele negaria, tratando Michele com frieza. Ela se trancaria no quarto, e veria essa cena de sua varanda. Após isso, ela passaria a noite importunando Dalila, que amanheceria com hematomas. Enfurecido, Tyler daria um tapa no rosto de Michele, o que faria ela castigar Dalila de outro modo.
Quanto ao novo castigo, Michele pensou em levar Dalila para um lugar deserto, onde os empregados ou qualquer outro funcionário do ducado não pudesse ver. Elas foram ao centro de treinamento dos cavaleiros, e lá, Michele espancou as costas e pernas de Dalila com uma espada de madeira. Os lugares agredidos estavam sempre cobertos com vestido. Michele se sentia orgulhosa, e planejava sempre levar Dalila até aquele lugar para castigá-la.
A situação dura algum tempo, mas então, um personagem novo aparece, interferindo e salvando Dalila: um dos coadjuvantes masculinos, que eram muitos, o capitão dos cavaleiros de Rosae, Willian Belmonte. O charme doce e protetor dele nunca me conquistou enquanto eu lia, mas ele acaba sendo uma mão na roda para Dalila, protegendo ela até que ela é finalmente levada por Ivan.
Minha cabeça doía enquanto eu pensava. Eu precisava fazer algo. Os acontecimentos originais já estavam bagunçados. Eu havia mudado o motivo pelo qual o duque se irritaria comigo. A garrafa de vinho no almoço não era algo que ele simplesmente deixaria passar. Provavelmente eu sofreria alguma humilhação pública ou ele me provocaria com ciúmes demonstrando gentileza e dando presentes a Dalila.
No entanto, ainda não estava bom... Eu tinha de estender meu plano para que conseguisse pegar Dalila. A história já está em um ponto onde Dalila me odeia. Ela não confia no duque, mas estar perto dele faz com que eu não me aproxime. É assim que ela pensa. Dalila apenas quer sobreviver de um modo que seja menos miserável... O que eu deveria fazer?
Houveram algumas batidas na porta. Eram as empregadas que vieram preparar o banho. Ah, aí estava! Era a oportunidade perfeita.
- Ei, hoje preciso de ajuda com o banho, quero lavar meus cabelos.
- Ah... Nesse caso, vossa alteza, permanecerei para te auxiliar.- Maria. Era o nome dela. Uma empregada mais velha e experiente. Ela sabia lidar com Michele muito bem, era sarcástica, respondia até mesmo ao Tyler. Ela protegia Dalila e outras empregadas. Era uma das minhas personagens preferidas, a empregada chefe. Tive de segurar um gritinho quando ela falou.-
- Não, não quero seu auxílio, Maria. Chame aquela que estava passeando pelo jardim hoje à tarde.- Meu coração palpitou por um segundo. Era difícil ser uma vilã. Ah, e eu tinha cometido um deslize. Michele nunca se importou em chamar os empregados pelo nome.- Creio que pode fazer isso, não?
Maria assentiu com a cabeça, e saiu rapidamente, junto com as outras empregadas. Ainda que eu quisesse mudar minha imagem, não era algo que pudesse fazer do dia para a noite. E também, para o meu próprio bem, era vital manter a personalidade de Michele, afinal ela não tinha aquela personalidade por acaso. No entanto, se eu quisesse facilitar as coisas para mim, tinha que começar com Dalila.
- Vossa alteza requisitou meu auxílio? Estou aos seus serviços.- Disse Dalila, entrando timidamente no banheiro.-
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Satoru
essa Dalila não sei não hein
2024-12-04
0
Anonymous
eu não gosto muito da Dalila. ela realmente é tão dócil assim ou está fingindo?🤔
2024-12-24
4
Satoru
hum
2024-12-04
0