Anthony
Carolina já estava chegando ao hospital, então fiquei perto a entrada para ver quando ela chegasse.
Ela entrou, apertando uma mão a outra, visivelmente angustiada.
Foi até a recepção. Ia perguntar por alguém, e eu sabia que era o irmão. Então me adiantei e chamei seu nome.
Não queria que outra pessoa lhe desse a notícia, que não fosse eu mesmo.
"Carolina!?"
Ela se virou e me olhou. Meu coração errou as batidas. Deve ser por causa do que vem agora.Eu vou ter que lhe dar a notícia da morte de seus familiar
Lhe indiquei umas cadeiras mais afastadas, assim poderíamos conversar com mais privacidade.
Ela me acompanhou. A moça que estava com ela, ficou mais para trás. Mas de longe cuidando da amiga.
Não sabia como começar. Seria difícil. E realmente foi.
Carolina desabou a chorar. Parecia uma criança, ali , tão fragilizada.
Nem a sombra daquela mulher de nariz empinando que não desceu do salto no batizado da Mavi.
Ali a patricinha estava destruída. Não é para menos. Acabou de perder seu único irmão. Ela que já era órfã de pai e mãe.
Agora só lhe restou Mavi.
Me comovi e a abracei.
Eu precisava daquele abraço tanto quanto ela. Cris também era um irmão para mim. E Mônica uma ótima amiga.
A dor foi tanta que ela desmaiou, como se seu corpo e mente quisessem esquecer tudo o que tinha acabado de descobrir.
Cuidei dos preparativos para os enterros, enquanto Carolina estava medicada.
Quando estava retornando para seu quarto, ouvi seu choro. Ela perguntava a amiga sobre Mavi, de forma desesperada, achando que a sobrinha também estava com os pais na hora do acidente.
A acalmei falando que Mavi estava bem e segura.
Não o sei bem o que me deu, mas eu senti a necessidade de abraçá-la novamente.
Então me sentei ao seu lado na cama, a puxei para os meus braços, e ali ela adormeceu.
Era estranho, eu tinha acabado de me reencontrar com ela depois de a ter visto uma única vez a anos atrás. Mas era como se já a conhecesse a muito tempo.
Ter ela ali, nos meus braços, sentir que assim ela se acalmava, me gerou sentimentos que não sei explicar. Só sei que eu gostei.
Depois veio o enterro. Triste demais ter que me despedir do meu amigo irmão.
Mônica que foi tão amiga de minha Cloe. Agora, apenas dois anos depois da amiga, ela também se foi.
Carolina pediu para ficar sozinha no túmulo do irmão, depois que a cerimônia de sepultamento já havia sido encerrada.
Eu fiquei a uma certa distância, lhe dando privacidade para a despedida ao irmão, mas perto suficiente para lhe ter sob meus olhos.
Depois fomos para a casa que era de seu irmão. E ali foi triste demais.
Carolina entrou, com os passos pesados, como se andar fosse um esforço enorme para ela.
Se sentou em uma poltrona. Pegou uma fotografia que tinha numa mesinha ao lado dessa poltrona. E chorou. Chorou muito. Eu deixei, mas fiquei ali, a
o seu lado.
Carolina: Por que Cris? Por que você me deixou? Você não tinha esse direito! Você prometeu que ia cuidar de mim, lembra? Quando mamãe nos deixou, você me prometeu. Você era minha única família! Agora estou sozinha. Você prometeu que ia passar o natal comigo. Prometeu Cris!
Ela falava com a fotografia do irmão e chorava. Mas chorava de cortar o coração até da pessoa mais insensível do mundo.
Era um choro tão doído, tão profundo.
Eu e a amiga dela estávamos em prantos juntos com ela.
Mais uma vez senti a necessidade de abraçar aquela mulher, tão forte é tão frágil ao mesmo tempo.
A trouxe para meus braços, ela se aconchegou. E depois de tanto chorar, foi se acalmando.
Pedi a amiga dela que fizesse um chá calmante para Carolina, enquanto eu continuava ali, com ela bem apertada nos meus braços.
Ela tomou o chá, meio contra gosto, mas tomou.
Já mais calma eu a ofereci que fosse se deitar, precisava descansar. Ainda tínhamos que conversar com Mavi.
Mas ela não quis. Me falou que não ia conseguir ficar ali, na casa do irmão, com tantas lembranças.
Queria ir para um hotel na cidade. Mas eu não ia permitir isso.
A levei para a minha casa. Sim, minha casa.
Poderia ter oferecido de levar ela a fazenda dos meus pais? Poderia! Mas eu queria ela na minha casa. Não me perguntem porquê, eu só queria. Melhor, eu precisava.
Jessy ajudou a amiga a se acomodar em um dos meus quartos de hóspedes. Ela quis dormir junto com Carolina, assim poderia cuidar dela durante a noite.
Eu fui para o meu quarto. Mas dormi com a porta aberta. Ao menor sinal de Carolina, eu queria estar com ela.
Carolina virou minha prioridade naquele momento.
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Atualizado até capítulo 59
Comments
anônima15
nunca perdi alguém quem eu realmente amo só o pai do meu primo eu o considerava um pai mais eu era pequena no tenho muitas lembranças dele só sei que o amava, mais chorei junto com eles e com algumas leitoras que sei que mais alguém chorou e não me chamem de besta por tá chorando por conta de uma história, me coloquei no lugar dela graças a Deus nunca tive essa terrível notícia, tenho pai, mãe, irmãos e uma irmã, mesmo que eu não viva com eles não sei oque seria de mim ser eles fossem embora
2025-02-15
6
Amanda Mariana
tô achando muito bonitoooo esses sentimentos dele que estão surgindo por ela❤️esse cuidado, essa proteção 🙌🏻😻❤️
2025-03-04
3
Elida Carolina
Meu Deus que dor 😭 sei bem essa dor também já perdi um irmão e agora tou aqui me acabando de chegar
2025-02-01
1