Juro que tentei dormir, mas a meio da noite o cão do meu novo vizinho não parou de ladrar. Era óbvio que ele estava a estranhar a nova casa e era por isso que ainda não se tinha calado, mas também ele não tinha qualquer controlo sobre ele,porque eu só o ouvia dizer para ele se calar sem sucesso.
Sentei-me na cama e fiquei a olhar para as paredes do meu quarto, no dia seguinte ia ser lindo para eu me levantar!
As horas foram passando e sempre que eu ia começar a dormir o cão começava a ladrar de novo e eu a certa altura perdi o resto da minha paciência e levantei-me da cama furioso saindo do quarto pronto para iniciar a discussão do século. Dei com o punho fechado na porta dele várias vezes até ele abrir a porta, o cabelo despenteado, de boxers, e sem paciência também pelos vistos.
- Eu sei que ele está a fazer muito barulho, mas não tenho como o calar!- ele justificou-se mal eu abri a boca para falar. O cão veio atrás dele e espreitou olhando para mim.
- Max para trás!- ele disse, mas quando reparei ele já me tinha atirado ao chão e estava a lamber-me a cara.
Ele apressou-se a tirá-lo de cima de mim e eu levantei-me ainda com as costas duridas derivado ao tombo.
- Entra.- ele pediu-me, pelos vistos tinha ficado preocupado com o que o Max me tinha feito.
- Não é preciso, eu estou cansado, preciso mesmo que ele se cale, amanhã tenho de ir trabalhar bem cedo e por este andar não me vou aguentar em pé!
- Entra porra!- ele disse mais alto e eu tive medo que alguém da administração do prédio o ouvisse, por isso entrei em casa dele fechando a porta atrás de mim.
A casa estava cheia de caixotes, parecia que ele ainda não se tinha dado ao trabalho de arrumar as coisas e o Max como era óbvio estava irrequieto por causa disso, ele não tinha espaço quase para se mover.
- Ele está ansioso.- disse-lhe olhando para Max que olhava para mim como se eu fosse uma tábua de salvação.
- Como sabes?- ele perguntou-me curioso fazendo festas no lombo do cão.
- No meu primeiro emprego eu passeava cães z consigo perceber o que se passa com ele. Ele quer espaço para se mover e à frente dele só existem caixas e caixas...
Ele olhou para a sala e coçou a cabeça olhando depois para Max.
- Companheiro, amanhã vou tentar despachar estas caixas, com sorte já vamos ter tudo tratado!- ele sorriu para Max e eu perdi-me durante segundos no sorriso dele. Ele olhou para mim e eu ainda estava ali a derreter-me.
- Sou o Ohm. Sei que não começámos muito bem, mas espero que isso melhore.
Sorri para ele e fui para sair, mas Max voltou a ladrar.
- Acho que ele não quer que vás...- ele disse olhando para Max que parecia estar a boicotar o meu regresso a casa.
- Um dia vou passear-te, prometo!- disse-lhe fazendo-lhe festas no lombo. Ohm sorriu.
- Ele gosta de ti, se fosse outra pessoa ele tinha já arrancado algum pedaço.
- É bom saber...- eu disse olhando para Max com um leve receio.
- Ainda sobrou bolo?- ele perguntou-me de repente.
- Sim, o meu melhor amigo por acaso ainda deixou algum bolo. por sorte não se lembrou de o levar com ele...
- Posso ter uma fatia?
Juro que quando ele me disse aquilo eu tive a nitida sensação que não era do bolo que ele queria uma fatia, mas eu só podia estar a imaginar coisas, eram ilusões provocadas pela privação de sono, só podia, por isso fui a casa e fui buscar o prato do bolo para lhe dar o bolo que por acaso até tinha sido feito para ele.
- Queres comer comigo?- ele perguntou-me, e juro que mais uma vez tive a impressão que não era de comer o bolo que ele estava a falar.
- Acho que ele já sossegou por isso vou para casa, preciso de descansar, fica para outra altura...
Despedi-me dele e saí porta fora com o coração aos pulos. Eu estava a imaginar coisas ou ele tinha acabado de se fazer a mim?
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Comments
Carla Santos
as falas bem engraçada tudo no final tem t kkkkkkkkkk
2024-12-18
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