O Início de Algo Novo.

Após o primeiro encontro, Lúcia não conseguia parar de pensar em André. Naqueles primeiros dias, as lembranças de sua conversa no café flutuavam em sua mente, como se ele tivesse deixado uma marca invisível em seu coração. Ela percebeu que, em meio à rotina intensa do trabalho e das responsabilidades diárias, havia algo de especial naquela conexão, algo que a fazia se sentir viva de uma maneira que ela não experimentava há muito tempo.

E foi justamente isso que a motivou a mandar uma mensagem para ele. "Oi, André. Estava pensando em nossa conversa. Que tal a gente tentar aquele café de novo? 😊"

Ela hesitou um pouco antes de apertar o botão de envio, com o peito apertado pela ansiedade, mas logo viu a resposta surgir na tela do celular.

"Oi, Lúcia! Claro, seria ótimo. Quando você tem um tempinho?"

Eles combinaram de se encontrar novamente naquele mesmo café, que agora já começava a se tornar o "lugar deles". A ideia de um novo encontro trouxe a Lúcia um sorriso bobo, algo que ela não conseguia controlar. Quando chegou ao café, já sentiu aquela sensação familiar de acolhimento, mas desta vez havia algo mais. Algo no ar parecia vibrar, como se o simples ato de se encontrar com André tivesse um significado que ultrapassava o físico.

André chegou pontualmente, com seu sorriso tranquilo, e se sentou na mesma mesa de antes. Eles trocaram olhares e risos tímidos, como se estivessem compartilhando um segredo só deles. Mais uma vez, a conversa fluiu naturalmente, como se o mundo ao redor deles não existisse.

“Eu acho que você tem razão,” André disse, enquanto eles falavam sobre um livro que ambos haviam lido. “Às vezes, o que realmente importa em uma história não é o final, mas a jornada dos personagens. Eu me sinto assim também… A gente acaba buscando o final perfeito, mas, na realidade, os momentos simples é que fazem tudo valer a pena.”

Lúcia sorriu, admirada com a maneira como ele via o mundo. Sentiu uma cumplicidade crescente, como se ela e ele estivessem numa jornada paralela, mesmo que ainda estivessem se conhecendo.

“Eu também penso assim,” Lúcia respondeu, sentindo um calor aconchegante crescer dentro de si. “Acho que, por muito tempo, vivi em busca de um futuro idealizado, mas o que mais me toca são os momentos... como esse, agora. Aqui com você.”

Os olhos de André brilharam de uma maneira que fez o coração de Lúcia bater mais rápido. “Eu também. Acho que é por isso que gostamos tanto desse lugar. Ele tem uma calma que faz a gente se sentir… em casa.”

Eles passaram horas conversando, rindo sobre histórias engraçadas da infância e discutindo sobre as coisas simples da vida, como suas comidas preferidas e os filmes que mais marcaram suas vidas. A cada encontro, o laço entre eles se fortalecia de maneira silenciosa, mas palpável. A amizade que estava começando a florescer parecia algo sólido e genuíno, algo que ela jamais esperaria encontrar de forma tão espontânea.

Com o tempo, os encontros se tornaram mais frequentes. Eles começaram a dividir não apenas suas preferências e sonhos, mas também suas inseguranças e medos. André revelou que, apesar de ser extrovertido e bem-sucedido no trabalho, tinha uma grande dificuldade em confiar nas pessoas. Lúcia, por outro lado, compartilhou sua luta constante contra o medo de não ser suficiente, de não conseguir alcançar as expectativas que impunha a si mesma.

Era curioso, mas sempre que se encontravam, o mundo ao redor parecia desaparecer. O café se tornou o lugar onde podiam ser apenas quem eram, sem máscaras ou pressões externas.

Em uma tarde particularmente tranquila, enquanto a chuva tamborilava na janela, André olhou para Lúcia com um sorriso mais suave, quase introspectivo. “Eu não sabia que poderia me sentir tão… confortável assim, com alguém. Não sei bem por quê, mas acho que já faz um tempo que eu não me sinto tão à vontade.”

Lúcia sentiu um nó no estômago, não de ansiedade, mas de algo mais profundo. “Eu me sinto da mesma maneira,” ela disse, sua voz um pouco mais baixa. “Eu não sabia que era possível encontrar uma amizade assim… tão... natural.”

O silêncio que se seguiu não foi desconfortável, mas carregado de um entendimento mudo. Algo estava começando a se transformar, e ambos sabiam disso, embora não falassem sobre isso. Havia uma tensão no ar, uma mistura de amizade com algo mais, algo que ambos sentiam, mas que ainda estava indefinido.

Nos encontros seguintes, isso só ficou mais evidente. A forma como André olhava para ela tinha algo diferente, mais intenso, como se ele estivesse começando a ver Lúcia de uma maneira que não podia ser apenas amizade. Lúcia, por sua vez, também começou a se perceber de maneira diferente ao estar com ele. O simples fato de seu sorriso iluminar o ambiente já era suficiente para aquecer seu coração, e ela começou a se perguntar se aquilo era só uma amizade ou se havia algo mais.

Em um desses encontros, depois de rirem de uma piada boba, André a olhou de uma maneira mais séria. “Lúcia…” Ele pausou por um instante, como se fosse difícil encontrar as palavras certas. “Eu realmente… gosto de passar tempo com você.”

Lúcia sentiu o coração bater mais rápido, mas se permitiu sorrir com sinceridade. “Eu também, André. Você tem sido uma das melhores coisas que aconteceram nos últimos tempos.”

E assim, com o tempo, o que começou como uma simples amizade foi se transformando em algo mais profundo, mais visceral. Sem pressa, sem cobranças, mas com uma sensação crescente de que esse "algo mais" estava prestes a acontecer. Eles estavam começando a entender que aquilo que compartilhavam não era apenas sobre o café, as conversas ou os risos, mas sobre uma conexão que ia além da amizade — algo que os dois ainda estavam tentando compreender.

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