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Dois dias na mesma casa que Luca... a ideia fazia-me sentir calafrios. Eu não era santo nenhum e sabia que a Hannah também não era e ela ia aproveitar o fim de semana para lhe saltar para cima, mas quem era eu para a criticar?

Olhei para ela.

- Pode ficar\, mas vê lá o barulho\, sim?

- Não sei do que estás a falar…

- Nas gavetas do meu quarto tens preservativos\, não quero ser tio.

- Credo Gabe\, podes parar? Eu tomo a pílula!- ela disse-me resmungando indo sentar-se ao pé de Luca.

Subi para o meu quarto, tinha imensas coisas para estudar, na semana seguinte tinha vários exames importantes e não queria mesmo nada ter negativa a nenhum deles. Larguei a mochila em cima da cama e meti os meus phones nos ouvidos, pelo menos se eu estudasse sem os ouvir aos risinhos no piso de baixo já era meio caminho andado para não ter de os aturar…

As horas foram passando, já estava na hora de jantar, mas recebi uma mensagem de Hannah a dizer que Luca tinha mandado vir comida chinesa e que assim que chegasse ela chamava-me. Okay, menos trabalho para mim, eu podia continuar a estudar sem me ralar com mais nada.

Passado algum tempo a porta do meu quarto abriu-se um pouco e vi Luca espreitar para dentro do quarto á minha procura. Tirei os phones.

- Que foi?

- A comida chegou. Queres descer ou queres que traga cá cima?

- Já vou buscar\, só quero acabar de estudar esta matéria e já vou.- ele entrou dentro do quarto e viu os meus livros.

- Matemática?- perguntou pegando no que eu estava a estudar\, fiquei a olhar para a tatuagem dele\, se eu não tivesse cuidado ia começar a babar a olhar para ele…

- Sim\, exame na semana que vem\, já estudaste?

- Para ser sincero não. A Hannah quis que eu viesse para cá e eu nem trouxe nada comigo de livros...- ele disse dando um leve sorriso que me fez querer esmurrá-lo\, ele não podia sorrir assim para mim. Até o ar dele atrapalhado fazia-me querer ficar a saber mais dele.

- Podes levar\, já acabei por hoje com esse\, devolve-me amanhã de manhã.- disse-lhe. Ele ficou a olhar para o livro durante um momento e depois olhou para mim.

- Não tiveste dúvidas em algumas partes?

- Nem por isso\, tenho memória fotográfica\, lembro-me de tudo á primeira.

É considerado agressão se batermos em nós mesmos? Porque naquele exato momento apeteceu-me bater com a cabeça na minha escrivaninha, quando ele puxou uma cadeira e sentou-se ao meu lado abrindo numa página do livro.

- Podes ajudar-me nesta questão? Ando ás voltas á dias…

- A Hannah está á nossa espera...- eu respondi com esperanças que desse para irmos jantar\, mas ele manteve-se ali a olhar para mim desvalorizando o facto da namorada dele estar á nossa espera.

- Ela pode esperar\, isto não demora nada.

Estávamos próximos um do outro, tão próximos que senti o meu joelho tocar no dele, desviei o meu, mas ele voltou a tocar com o joelho dele no meu. Mas o que é que ele queria afinal?!

- Luca\, o teu joelho.- avisei-o. Ele olhou para baixo para os nossos joelhos e depois olhou para mim.

- Que tem?

- Estás a meter o teu joelho colado com o meu.

- Já reparei.- ele disse com o ar mais natural do mundo. Fiquei sem saber o que lhe dizer. Ele sorriu\, novamente aquele sorriso que me fazia querer esmurrá-lo.

- Relaxa\, tu pensas demais Gabe.- ele disse-me olhando para mim sorridente.- São apenas joelhos\, não te estou a comer nem nada…

Ouvi no corredor os passos de Hannah e afastei-me rapidamente dele.

- Meninos venham comer!- ela gritou entrando no quarto de rompante. Luca estava ainda sentado com o livro de matemática nas mãos e eu estava levantado já pronto a sair.

- O Luca precisou de tirar uma dúvida comigo!- disse-lhe aflito a rezar quase para ela não fazer nenhum drama\, mas Luca fechou o livro de deixou-o em cima da mesa passando por mim dizendo.

- Já tirei a dúvida que tinha.

- Temos exame de matemática na semana que vem...- expliquei-lhe e ela sorriu para mim feliz.

- Lindo e inteligente! É um máximo\, não é?

- É...- respondi começando a sentir que a minha vida ia mudar drásticamente em breve.

Jantei ao pé deles, mas estive sempre a trocar mensagens com Tom, estando a falar com ele eu não tinha de participar nas conversas do jovem casal.

- Vou para a cama.- disse mal acabei de jantar\, levantei-me e nem me preocupei em despedir-me deles. Subi logo para o meu quarto e quando lá cheguei tranquei a porta\, eu não queria surpresas indesejadas.

Meti os meus phones e adormeci a ouvir música, mas para meu azar acordei a meio da noite, estava ainda escuro e eu já nem tinha sono. Destranquei a porta e desci as escadas, mas ao descer notei que a tv da sala estava ligada.

Mas quem seria que estava acordado áquela hora?

Assim que entrei na sala estava Luca de boxers esticado no sofá. Deus meu que procurei logo rotas de fuga, mas ele ouviu-me e levantou a cabeça olhando para mim.

- Acordei-te?

- Não\, estou sem sono.- respondi mantendo olhar na cara dele\, porque se olhasse mais para baixo eu ia perder-me sem mesmo me importar.

- Espero que não leves a mal eu estar aqui\, mas a tua irmã não me largava e odeio que me abracem quando durmo. Por isso vim cá para baixo.

- Não há problema...- respondi virando-lhe as costas entrando na cozinha. Fiquei parado em frente ao frigorífico sem me lembrar já do que ia buscar e acabei por tirar uma garrafa de água fresca. Ele veio atrás de mim e tirou-me a garrafa das mãos para dar um gole.

- Obrigado.- ele disse quando me devolveu a garrafa de água.

Fiquei encostado ao frigorifico na esperança de me acalmar, mas ao mesmo tempo comecei a ficar chateado com ele e fui atrás dele, agarrando ele por um braço.

- Vem comigo.- disse-lhe levando-o para o escritório do meu pai.

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