Fui para o meu quarto, já tinha arrumado tudo na cozinha e Fran não ia ter grande coisa a fazer no dia seguinte, mas mal fechei a porta dei um soco na porta do quarto.
Porque raio é que ela andava a mostrar-me aquelas fotos?! Raios!
Fui tomar banho de água fria na expectativa daquela imagem dele na mota me sair da cabeça, mas mesmo assim não o consegui. Deitei-me na cama e tentei adormecer, mas cada vez que começava a dormir sonhava com ele e acordava logo sobressaltado. Não, aquilo não podia acontecer! Eu não me podia sentir atraído por ele, ele era irmão da minha irmã!
O resto da noite passei acordado literalmente a olhar para o teto à espera que amanhecesse.
- Estás com uma cara...- comentou Tom mal me viu chegar á aula de Inglês de manhã.
- Nem me digas nada, conheci ontem o namorado da minha irmã...
- Quem era afinal?- ele perguntou esfregando as mãos na expectativa de saber, mas nisto começou um burburinho na parte de trás das aulas e olhei para trás vendo Luca chegar.
- Aquele.- eu apontei com a cabeça. Tom olhou para ele e depois para mim.
- Bolas, mas ela atraiu ele com o quê? Notas de dólar? Ele é demasiado para ela...
- Não sei, nem quero saber!- exclameu rabugento por causa do sono.
- Oi, posso sentar?- ouvi uma voz demasiado perto do meu ouvido que me fez arrepiar. Olhei e era Luca.
- Não há lugares lá atrás?- perguntei esquecendo a parte de ser simpático por ele ser meu cunhado.
- Haver há, mas prefiro sentar aqui.- disse puxando uma cadeira literalmente ao meu lado para se sentar! Okay, era só uma aula ao pé dele, o Tom estava logo ali, por isso eu sabia que ia falar mais com ele e não ia dar importância a Luca...isto até ter sentido a mão dele na minha perna.
Ao início pensei que tinha sido um acidente, olhei para ele e ele tirou a mão dele da minha perna e desculpou-se, mas na segunda vez mesmo quando olhei para ele, ele não tirou a mão.
- O que estás a fazer?- perguntei-lhe baixo. Ele sorriu, com um ar quase angelical.
- Nada, tinha a mão fria cunhado...
Cunhado...sim, aquela palavra ajudava a acalmar um pouco os ânimos, mas mesmo assim tratei de tirar a mão dele da minha perna. Durante o resto da aula não me atrevi sequer a falar com ele ou olhar para ele. Só a ideia de ter de falar com ele estava a complicar-me com o sistema nervoso, por isso mal deu o toque do final da aula eu saí disparado quase a arrastar o Tom comigo.
- Okay, há coisas que não sabes Tom.- disse-lhe quando íamos a sair para fora do campus. Tom olhou para mim á espera que eu falasse.
- Ele é Bi.- disse-lhe sem mais demoras. Ele arregalou os olhos e olhou para trás como se estivesse a ver se ninguém nos ouvia.
- Não pode! - ele exclamou. - Quem te disse isso?
- A Hannah, ela ontem esteve a mostrar-me as redes sociais dele...
- Não posso!- ele exclamou novamente. - Mas ela fica com um homem daqueles e anda a esfregar na cara do povo todo que o tem? Não tem amor à vida?!
- Tom, eu sou irmão dela, ela não vê nenhum mal em mostrar-me as fotos dele. Mas ele hoje na aula teve uma atitude estranha.
- Ai não me digas!
- Ele meteu a mão dele na minha perna duas vezes, na primeira vez ele pediu desculpa, na segunda disse que estava com a mão fria, mas sei lá, não me pareceu que fosse isso.
- Será que se estava a fazer a ti?- ele perguntou-me.
- Sou cunhado dele, óbvio que ele não ia fazer uma coisa dessas!
Tom olhou para mim, ergueu o sobrolho e inclinou a cabeça para o lado metendo as mãos na cintura.
- Queres que te diga quantos é que eu conheço que deixaram de ser cunhados para namorados?
- Nunca ia fazer uma coisa dessas à minha irmã, e além disso não acho que ele seja de confiança. Aquilo deve ser uma máscara que ele usa, é impossivel ele ser o pacote completo sem ter nenhum defeito!
Tom ficou pensativo.
- Mas estás assim tão interessado em saber?
- Não, apenas tenho medo pela minha irmã. Não quero que ele ande a brincar com os sentimentos dela! Caramba Tom, tu conheces-me e sabes que eu só quero que ela seja feliz. Vamos parar de falar naquele tipo! Hoje é sexta, amanhã nem quero sair da cama!
Fui para casa com Tom, nós éramos vizinhos desde pequenos. Ele seguiu para a casa dele e eu parei feito estátua à minha porta quando vi a mota de Luca estacionada.
Entrei em casa com medo do que eu podia vir a encontrar, mas suspirei quando osnvi sentados no sofá a ver um filme. Para mimha desgraça ele estava sem o blusão dele desportivo vestido e tinha uma camisola manga cava branca vestida que era um pouco transparente, mal olhei consegui ver o braço dele todo tatuado. Desviei o olhar e tentei passar por eles despercebido, mas Hannah às vezes parecia que me conseguia cheirar, porque mal me viu veio a correr abraçar-se a mim.
- Maninho o Luca pode cá passar o fim de semana?
Olhei para ela na esperança de ter ouvido mal, mas ela ficou á espera de uma resposta e Luca manteve o olhar fixo na tv.
- Eu disse-te para me avisares com antecedência, não disse?
- Mano, vá lá...- ela olhou para mim com uma cara de anjinho que eu sabia que ela não era.
Suspirei.
- Tu sabes que eu sou bastante liberal nestas coisas Hannah, mas porra,tens de me avisar antes, ele já aqui está.
Ela adotou uma postura mais séria.
- Isso mesmo, ele já aqui está. Posso por favor passar a noite com o meu namorado ou tens algo contra isso?!
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