ANNABELLE
Annabelle estava sentada em uma mesa no pequeno restaurante italiano, à luz do sol filtrando-se pelas janelas, criando um ambiente acolhedor. O aroma de pratos frescos misturava-se ao som suave de conversas, trazendo uma sensação quase confortável quase.
Tudo o que ela mais desejava era ser livre, longe das amarras do avô. Respirou fundo, pensando no favor que seu tio Max lhe devia por ajudá-lo a resgatar a noiva de Vlad.
Enquanto observava as pessoas ao seu redor, o pensamento de como Vlad havia a esquecido tão rapidamente invadiu sua mente.
Uma mistura de raiva e amargura a dominou. Poderia ter acabado com aquela mulher ridícula no momento em que entrou naquela casa e quando toda a passagem explodiu. A pergunta era: por que não a eliminou? Por que não acabou com ela e seus bebês? Depois, seria simples consolar Vlad.
Annabelle tomou um gole do suco e olhou o celular que vibrava na mesa. Ignorou uma notificação. A lembrança de todos escondera dela que Vlad iria se casar ainda a corroía. Foi nesse mesmo restaurante que Serguei, sem cerimônia, havia dada a notícia que a despedaçou. O aparelho tornou-se um vibrador. Dessa vez, ela pegou e olhou a mensagem.
Grupo: Garotas Barone
Mia: Oi, meninas! 🎉
Sofia: Estamos pensando em ir a nova boate em Londres! É aniversário da Mia!
Lia: Sim! Vamos nos divertir e comemorar!
Annabelle revirou os olhos ao ler as mensagens. Aquela leveza, aquela liberdade, parecia pertencer a um mundo tão distante dela. Seus donos nunca, permitiria algo assim, e, mesmo que fosse, ela não sabia se conseguiria se adaptar. Justo quando pensou em ignorar o grupo novamente, uma nova mensagem surgiu.
Mia: Vamos, Annabelle! Falo com seu pai!
Ela bufou, rindo ironicamente.
"Falar com meu pai? Nunca que a família deixaria seu 'cão particular' socializar", pensava, enquanto as palavras ecoavam em sua mente.
“Annabelle!”, a voz de Serguei chamou sua atenção, arrancando-lhe um sorriso raro.
Ela se levantou e o recebeu com um abraço caloroso.
“Serguei, que bom vê-lo.” Sua voz soava gentil, mas seus olhos procuraram automaticamente por Vlad. Serguei assisti, mas preferi não comentar.
“Como você está?”, ele perguntou, os olhos fixos nela, cheios de preocupação.
“Estou… sobrevivendo”, respondeu, tentando parecer mais otimista do que realmente se sente.
“Sobreviver é um começo.” Ele sorriu levemente. “Quero agradecer pelo que fez. Sei que Rami al-Zahir nunca deveria voltar, mas você o trouxe de volta à vida, de certa forma.”
Os olhos de Annabelle brilharam ao ouvir o nome de um de seus disfarces.
“Era necessário. Só assim pude entrar em Fortaleza. Agora preciso hackear o sistema de segurança da Rússia”, ela disse, tamborilando os dedos na mesa.
“Você sabe que isso é arriscado, não sabe? Coloca sua identidade em risco.”
“Não tenho escolha. Foi parte do acordo com o tio Max.” Ela olhou de canto e disse “Além disso, ele me deve um favor agora.”
“Cuidado com Maximiliano. Ele nunca faz nada sem, esperar algo em troca. Pode ter certeza que ele ganhará milhões com essa informação junto com governo do Líbano”
“Não duvido. Mas também estou ganhando. Quero dividir isso com você.” Ela se inclinou um pouco. “Trouxe o que pedi?”
Serguei assentiu, puxando um pequeno relógio do bolso. “Coloque isso. Ele neutralizará o chip no seu braço.”
Annabelle pegou o relógio e colocou no pulso, com um sorrisinho de satisfação nos lábios. Do bolso, tirei um aparelho e acessei sua conta bancária pelo aplicativo. Em seguida, estendeu o celular para ele.
“10 bilhões, pelo serviço”, disse enquanto ele pegava o aparelho.
Serguei arregalou os olhos ao ver os números na tela e assobiou, incrédulo.
“Topo. O que preciso fazer?”
“Crie uma distração no sistema central. Poderia fazer isso sozinha, mas preciso de alguém em quem confie. E só confio em você.”
“Certo. Quando começaremos?”
“Hoje. Preciso concluir um serviço para o Avô antes, mas em dois dias nos encontramos aqui.”
Serguei concordou, mas Annabelle não resistiu.
“E ele? Onde está?” Sua voz transparente é uma esperança que nem ela queria admitir.
Serguei hesitou.
“Bem… Vlad é praticamente casado. Ele realmente ama uma futura esposa. E logo será pai.”
As palavras caíram como um golpe em Annabelle. Ela sentiu as lágrimas ameaçarem, mas as conteve com dificuldade, recusando-se a parecer vulnerável.
“Então… ele está feliz?” Sua voz era um fio, quase inaudível.
Ele está. E eu quero que ele seja feliz, mas isso não muda nossa amizade."
Annabelle respirou fundo, tentando digerir uma nova realidade. O amor que sentia por Vlad parecia agora um fardo silencioso, algo que ela carregava sozinha, como uma melodia distante que ecoava em seu peito, apertando seu coração a cada batida.
"Eu… Não sei como não a matei. Era tão… tão simples. Hesitei." Sua voz carregava frustração, um misto de raiva e auto reprovação que ela não conseguia esconder.
Serguei a observar em silêncio por um momento, seus olhos cheios de compreensão.
"Por isso estou aqui. Eu sabia que eu precisava conversa, mas… la na hora do resgate, não poderia. Por isso vim até você agora." ela percebe que seu amigo esta triste e preocupado.
"Por que você parece tão triste?" Annabelle perguntou, notando o tom pesaroso em sua voz.
“Alguém que amo está no hospital”, ele respondeu, levando o copo de suco aos lábios.
"Sinto muito, meu amigo." Ela falou de coração, com sinceridade em cada palavra.
"Ela ficará bem." Ele deu de ombros, como se tentasse convencer a si. "Você vai ao casamento do Vlad, na casa do pai dele?"
Annabelle suspirou, confirmando com um leve aceno de cabeça. "Meus pais exigiram minha presença, aposto que vão me apresenta o milésimo pretendente. Tem ideia de como isso me faz sentir? Eu só queria ser… normal. Livre. Não ser eu."
"Por que não matou?" Serguei falou diretamente, sua voz calma, mas firme.
Annabelle encontrou o olhar dele, deixando uma pergunta pairar no ar antes de responder.
"Fui treinada para isso. Criada para isso. Sempre disse a mim mesma que só mataria os maus, os que realmente merecem. Ela nunca me fez nada. E eu não mato crianças."
Ela fez uma pausa, uma lembrança da ilha surgindo em sua mente, vívida e dolorosa.
"Observei os dois de longe naquela ilha. Mary é importante para ele, de um jeito que eu nunca fui." Sua voz falhou no final, deixando escapar a tristeza que tanto tentava esconder.
“O amor é complicado”, comentou Serguei, apoiando a mão no braço dela. "Mas você não pode deixar isso te abater, você é forte. Não pode deixar isso definir quem você é."
“Estou cansada de ser forte!quero ser uma mulher comum doce, frágil, meiga, que um homem forte cuidaria”.
“Você doce, meiga e frágil?não combina”, ele fala sorrindo.
“Mais eu sou! Mais também sou forte e por isso me obriguei a ir nesse casamento”, ela respondeu, com um sorriso amargo. "Preciso enfrentar isso de frente."
“Forte combina mais contigo”,ele fala.
“Mais estou cansada de ser, quero ser cuidada, amada de verdade. Meus pais, parecem nem se importa e todos parecem ter medo de mim”
A conversa contínua por mais alguns minutos, fluindo entre a missão que tinha pela frente, Quando Serguei finalmente se despediu, Annabelle ficou sozinha, perdida em seus pensamentos.
Ela sabia que sua presença no casamento seria uma batalha interna. Mas, como tantas outras que enfrentou, ela estava determinada a não deixar que suas emoções derrotassem.
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Atualizado até capítulo 142
Comments
ROSIMEIRE DA CONCEIÇAO FRANÇA
moça encontra logo esse amor
o homem
2025-03-05
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