Sou apenas uma menina

Alice ficou um pouco surpresa ao ver Akif ali, tão próximo e tão gentil. Ela havia ouvido algumas coisas sobre ele, mas nada a preparou para vê-lo de perto.

A beleza dele era algo que ela jamais imaginara encontrar em um homem: seus traços fortes e sérios combinavam com aquele olhar intenso que, ainda que rapidamente, parecia observá-la de uma forma que a fazia sentir um leve calor nas bochechas.

Com a pouca idade e a inocência que ainda carregava, Alice achou impossível que alguém como ele, alguém com aquela aura de segurança e autoridade, pudesse reparar nela.

Aquela primeira impressão a deixara encantada, mas um toque de insegurança também a fazia pensar que talvez estivesse apenas imaginando.

Percebendo o jeito admirado de Alice, Cassandra, que a conhecia bem, não conseguiu segurar o riso. Com um sorriso malicioso e, ao mesmo tempo afetuoso, ela se inclinou para perto de Alice e sussurrou:

— Eu vi como você olhou para ele. E não se preocupe, Alice, Akif é um excelente partido — disse, com um tom bem-humorado. — Ele é respeitador, discreto e, além de tudo, um homem de palavra. Pode parecer um pouco sério, mas ele cuidou de mim durante toda a minha vida, como se fosse um irmão. E, acredite, isso é raro por aqui.

Alice riu, tentando disfarçar o rubor que ainda tingia suas bochechas. Ela olhou para Cassandra, surpresa.

— Ele cuidou de você, Cassandra? — perguntou, com uma curiosidade sincera, e uma leve admiração no tom.

— Sim, ele sempre me protegeu. Akif sempre foi um dos poucos em quem eu podia confiar, não importa o que acontecesse — respondeu Cassandra, sorrindo e lançando um olhar para onde Akif tinha ido. — Ele não mostra muito, mas tem um coração enorme. Um homem com a personalidade dele é precioso, Alice.

Alice escutou cada palavra com atenção, um leve brilho de admiração em seus olhos.

Saber que Akif tinha esse lado cuidadoso e protetor a fazia vê-lo sob uma luz ainda mais encantadora.

Talvez, pensou ela, ele não fosse tão distante quanto parecia. E, por um instante, Alice se pegou imaginando como seria estar mais próxima de alguém como Akif, alguém que parecia ter vivido tanto e ainda era capaz de proteger e cuidar, ela sabia que ele seria hospede ali por dois dias e se animou com a oportunidade de conhecer mais uma cultura e conversar sobre coisas novas.

No dia seguinte, a manhã estava clara e tranquila, e Alice passeava pelo jardim da mansão, absorvendo a paz do lugar, quando se deparou com Akif.

Ele estava perto de uma fonte, com as mãos nos bolsos, observando o movimento tranquilo dos jardins. Quando ele a viu, um sorriso suave apareceu em seus lábios, um gesto discreto, mas carregado de uma gentileza que fez Alice sentir o coração bater mais forte.

Ela retribuiu o sorriso, um pouco tímida, mas com uma sensação de que o encontro de ontem tinha criado uma ligação invisível entre eles.

Akif deu um passo em direção a ela, o olhar ainda sério, mas com uma suavidade por trás que a deixava desconfortavelmente consciente da atenção que ele lhe dava.

— Bom dia, Alice — disse ele, com um tom de voz firme, mas acolhedor. — Como está?

— Bem, obrigada — respondeu ela, tentando esconder a sensação de nervosismo. — O jardim aqui é lindo. Nunca vi algo tão bem cuidado.

Akif observou o entusiasmo dela ao falar sobre o ambiente, e sua curiosidade o levou a perguntar:

— Você gosta de jardins, então? Ou há algo mais que goste de fazer por aqui?

Alice pensou por um momento, um brilho nos olhos ao lembrar de algo que sempre a fascinou.

— Eu... bem, gosto muito de cavalos. É uma paixão que tenho desde pequena, enquanto minha mãe estava fora, as freiras me levavam para andar a cavalo na fazenda que ficava perto do convento. Sempre me senti livre quando estava com eles. — Ela sorriu suavemente ao lembrar daqueles momentos, como se tivesse se transportado para outra época.

Akif ficou interessado, seus olhos curiosos se fixando nela.

— Cavalos... Isso é algo que nunca imaginei em você. Você parece mais tranquila, calma. Mas vejo que há algo profundo nesse amor que você tem por eles — comentou ele, quase com um tom de admiração. — A Turquia também tem muitos cavalos, especialmente nas regiões mais ao sul. Os cavalos árabes, por exemplo, são magníficos, quando puder conhecer minha casa te levarei para escolher um cavalo.

Alice, encantada pela ideia, não conseguiu conter o sorriso ao ouvir falar de algo que ela amava em um lugar tão distante.

— Eu adoraria ver os cavalos árabes um dia — disse, com os olhos brilhando de empolgação. — Talvez você me conte mais sobre eles então quando for visitar suas terras.

Akif riu suavemente, sem desviar os olhos dela.

— Eu ficaria feliz em te contar, Alice. Quem sabe eu possa te levar lá um dia né — respondeu ele, o sorriso dele agora mais aberto, com uma leveza que Alice não conseguia ignorar.

Nesse momento, Suzan se aproximou, seus olhos observando os dois com uma expressão levemente desconfortável.

Ele cruzou os braços, como se tentasse esconder um incômodo crescente. Não era que ela quisesse interferir, mas algo na forma como Akif e Alice estavam trocando sorrisos e conversas fazia ele se sentir um pouco deslocado como se estivesse vendo algo que não deveria, afinal para ele até agora era o único que Alice corria e confiava.

Antony, que observava a cena de longe com um sorriso divertido no rosto, se aproximou de Suzan e colocou uma mão em seu ombro, rindo baixinho.

— Suzan, você sabia que a sua irmã está encantada com o nosso amigo turco? — ele disse, com um tom provocador.

Suzan olhou para ele, levantando uma sobrancelha.

— Não, Antony. Não sabia. Mas parece que ele está encantado por ela também — respondeu, tentando disfarçar a leve irritação, embora não conseguisse esconder o desconforto.

Antony riu, balançando a cabeça, e olhou para Alice e Akif mais uma vez, com um sorriso que estava longe de ser dissimulado.

— Bem, quem diria... Entreguei minha irmã para você, e agora ela já está conquistando o coração do nosso turco favorito — disse ele, rindo mais alto, claramente se divertindo com a situação.

Suzan revirou os olhos, mas não pôde evitar o sorriso que se formou em seus lábios. Ela sabia que Antony gostava de provocar, e aquela situação realmente tinha um toque de ironia, especialmente porque ele sentia um tipo de proteção por Alice. Se Akif se importasse com ela, seria bom. Se não, a irmã de Suzan sempre teria seu apoio.

Alice, que já estava se sentindo um pouco mais confortável com Akif, percebeu a troca de olhares e sorrisos, e sua face corou ligeiramente. Ela não sabia exatamente o que aquilo significava, mas de alguma forma, a presença de Akif a fazia se sentir mais à vontade, e, ao mesmo tempo, mais nervosa do que imaginara que fosse possível.

Que idade tem Alice? — questionou ele.

16, faço 17 esse ano e 18 anos que vem — ela respondeu e ele sorriu.

__ Nos encontraremos logo então — finalizou ele sorrindo.

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Comments

Cleise Moura

Cleise Moura

O Anthony rindo e pensando o Suzan está pagando com a mesma moeda bufando de ciúmes da Alice, igual ele quando ficava com ciúmes da Laura kk

2025-03-15

0

Dulce Rodrigues

Dulce Rodrigues

SEMPRE NA FAMÍLIA TEM UM ENGRAÇADINHO... Antony se divertindo com o desconforto do Suzan,😁😂😂😂😂

2025-03-06

0

Vanda Farias de Oliveira

Vanda Farias de Oliveira

Que lindos
Suxan irmão ciumento e o Antony provocando ele kkkkkkk

2025-03-03

0

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