Capítulo 8

Três dias depois, Catherine havia saído da água da lagoa e descansava confortavelmente sozinha, em suas cadeiras especiais, quando sentiu que alguém estava tapando o sol, então abriu os olhos, encontrando-se com o príncipe herdeiro, que a olhava surpreso…

- Se pode saber o que está fazendo aqui… que eu saiba não o convidei, príncipe…

O príncipe estava tão surpreso em vê-la assim, com aquela roupa, com aquela atitude, que não respondeu nada… e é que James havia chegado há quase duas horas na mansão, decidiu investigar primeiro, mas sob ameaça entrevistou os funcionários da mansão, que comentavam a mesma coisa do guarda do ducado… e quando conseguiu saber onde ela estava, também não podia acreditar…

Quando saiu de seu espanto, a raiva se apoderou dele imediatamente…

- Se pode saber o que está fazendo aqui? Como ousa sair da capital sem me avisar?, sou seu noivo! Não é isso que você grita para todos… enche a boca dizendo que é a princesa herdeira, mas não está se comportando como uma… com essa roupa, parece uma…

- Uma o quê… fale, príncipe… uma o quê…

- Chega! Vista-se que você tem trabalho no palácio… Vamos embora!

- Me solta! Não vou para o palácio, agora nem nunca, não quero mais ser a princesa herdeira, a estúpida que beija o chão por onde você pisa, chega…

- Você é mimada! Implorou para seu pai por este compromisso e agora quer terminá-lo!

- É isso mesmo… exatamente assim… pense de mim o que quiser… me acuse na corte por abandonar meus deveres, não me importo, te pago o dobro da ridícula compensação por terminar o noivado, não me importo…

- Hahaha, se esse noivado se romper, acredite em mim, você nunca mais vai me ver…

- Perfeito! É tudo o que eu quero… além disso, quando meu pai chegar, vou embora deste reino e você também nunca mais saberá nada de mim…

- Hahaha, não acredito, você me persegue desde que tenho memória, não me deixava ter amigas, fazia birra por tudo e agora, de um dia para o outro, decide terminar o noivado.

- Sabe que eu quase morri e que você nem ligou… não vou morrer sozinha, deprimida porque o idiota do meu noivo me ignora, sou bonita, rica, inteligente, posso ter o homem que eu quiser, não vou mais chorar por um que nem liga para mim…

- Você me chamou de idiota! Quem você é? Sabe que isso é uma agressão verbal direta à coroa…

- Bom, meu bem, e o queijo…

- Queijo?

- Não importa, tanto faz…

Catherine respirou fundo, enquanto se aproximava dele e falava calmamente, como se fosse uma criança pequena…

- Príncipe James, sejamos honestos por uma vez em nossas vidas, você não quer este compromisso, me odeia… e eu já me cansei de persegui-lo, seja livre, procure alguém que não seja estupidamente obcecada por você, seja feliz… eu assumirei as consequências, pagarei o que tiver que pagar, falarei com meu pai, para que você não tenha problemas e com seu pai se for necessário, apenas vá embora agora e aproveite sua vida sem mim, como sempre quis…

- Eu… eu… eu preciso da agenda de reuniões, todas foram descumpridas esta semana…

- Ah, então por isso veio… a agenda é feita semanalmente, você tem que fazer uma nova…

- Você não tem agenda para a próxima semana?

- Não, príncipe, como eu disse, ela é feita semana a semana, porque é preciso organizar, confirmar, planejar, ver a logística, os horários, e para que tudo corra bem, deve ser feito semana a semana.

- Todas as semanas?

- É isso mesmo, diga ao seu assistente para fazer isso, diante dos olhos da corte, é ele quem faz…

- Bem. Enviarei o papel do término do noivado para este lugar, para que não precise ir ao palácio! Não quero…

- Muito obrigada, Majestade… tenha uma boa viagem.

- Você está me dispensando? A mim, o príncipe herdeiro?

- O quê? Quer ficar…?

- Não! Claro que não…

- Bem. Tenha uma boa viagem, se quiser pode inventar na capital que você me abandonou ou algo assim, não me importo, não pretendo voltar para lá…

- Eu vou fazer isso… vou terminar o noivado… vou assinar o papel…

- Bem. Assim que me trouxerem, eu assino e eles levam… a propósito, você quer seus presentes de volta? As joias, essas coisas?

- Devolver os presentes?

- Sim, os presentes que seu assistente escolhia para mim… talvez você não saiba, mas alguns são de muito valor…

- Você sabia…

- Sei disso e de muitas outras coisas, príncipe, mas não guardo rancor, eu também agi como uma louca, perseguindo-o e obrigando-o a me amar…

- E por que você não reclamou antes?

- Porque eu fui uma tola, talvez acreditasse que meu amor era suficiente para nós dois… mas aprendi que você não pode obrigar ninguém a te amar…

- Amar?

- Claro, príncipe, todo o reino sabe que o amava desde que era menina, foi minha primeira ilusão de infância…

 [Maldição, os sentimentos da Catherine original…]

Algumas lágrimas tímidas rolaram pelo rosto dela, mas ela as enxugou rapidamente…

- Majestade, eu pensava em você assim que abria meus olhos pela manhã e era o último pensamento antes de dormir… acredite, eu entendo seu ódio por mim, pela forma como me comportei com você e com muitas pessoas… mas ainda sou jovem, espero que em algum lugar do mundo, encontre alguém para quem eu também seja uma prioridade…

- Eu… vou indo agora mesmo…

- Muito bem, Majestade, vou procurar as joias que você me deu…

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