Capítulo 5

Capítulo 5: Alianças e Estratégias no Castelo Blackwolf

Após sair de sua sessão de treinamento, Atlas foi direto ao escritório onde o Patriarca da família Estrella Dourada, Granel, e o Patriarca Francisco da família Farlt o aguardavam, junto de seus herdeiros, Natasha e Sandens. Ao adentrar o ambiente, ele cumprimentou os dois líderes educadamente, assumindo uma postura diplomática, e logo dirigiu-se a Sandens.

— Espero que tenha gostado do presente, Sandens — comentou Atlas, lançando-lhe um olhar direto.

Sandens agradeceu com um aceno sincero e alguns elogios, mas o olhar de Natasha, filha do Patriarca Granel, capturava Atlas de outra forma. Natasha, dotada da habilidade "Olho de Ouro", que lhe permitia estimar a riqueza futura das pessoas, usou-a em Atlas e viu algo surpreendente: ele projetava acumular 230 milhões de moedas de ouro em dois anos. O contraste foi claro quando ela virou-se para Francisco Farlt e percebeu que seu potencial de lucro era bem inferior — 890 mil moedas. Com essas informações em mente, Natasha se aproximou de seu pai e, em voz baixa, sugeriu:

— Precisamos garantir ao menos 30% dos lucros do refrigerante. E, dada a presença do Patriarca Farlt aqui, talvez possamos aproveitar e negociar um contrato de proteção com eles no futuro, oferecendo um desconto nas armas e armaduras.

Assim que as negociações começaram, Francisco Farlt tomou a palavra. Primeiro, ele perguntou a Atlas sobre a quebra do contrato de negócios entre as famílias. Atlas o encarou com firmeza antes de responder.

— Além do contrato já estar vencido, o acordo que meu pai assinou era extremamente desvantajoso — Atlas explicou, seu tom carregado de uma leve ironia. — Só a sua família recebia os benefícios, enquanto a nossa quase foi levada à falência. Reconheço que foi uma jogada inteligente de sua parte. Mas a crise já foi resolvida, e lhe dou um conselho: seria melhor procurar uma família realmente especializada em comércio para contratos de fornecimento de armas.

Francisco engoliu em seco, compreendendo a firme posição de Atlas. Percebendo a oportunidade, Granel, o Patriarca da família Estrella Dourada, interveio.

— Talvez possamos resolver isso com um novo acordo. Podemos oferecer à família Farlt um desconto de 23% nas armas e armaduras e 5% nas demais mercadorias — propôs Granel, após consultar Natasha com um olhar. — Em troca, a família Farlt prestará um juramento de proteção à nossa família por um período de 10 anos.

Francisco hesitou, ciente de que era um acordo pouco vantajoso, mas as circunstâncias não lhe davam escolha. Sem o contrato com a família Blackwolf, eles precisariam de uma alternativa para manter suas defesas.

— Aceito os termos — respondeu Francisco, com um tom resignado.

Atlas entregou-lhe o documento, e Francisco assinou, deixando o escritório com uma expressão amarga. Ele sabia que, além de perder a parceria com a Blackwolf, agora estaria atado aos termos da Estrella Dourada.

Com Francisco fora, Granel voltou-se para Atlas, pronto para discutir a licença do refrigerante.

— Quanto à bebida — disse Granel —, proponho uma divisão de 30% dos lucros para a família Blackwolf e 70% para a Estrella Dourada. Cuidaremos da produção e da distribuição.

Atlas ponderou. Era um valor considerável, mas ele desejava mais retorno.

— Posso aceitar, desde que os lucros da Blackwolf sejam de 35% — replicou ele. — Se concordar, assinamos agora.

Granel consultou Natasha com um olhar, e ela assentiu, percebendo que aquela era a melhor negociação possível. Satisfeitos, ambos assinaram o contrato de licença do refrigerante.

Antes de Granel partir, Atlas interrompeu.

— Espere. Tenho outra proposta para você — disse ele, olhando para Natasha e Granel com um brilho estratégico nos olhos. — A família Estrella poderia se tornar a vendedora exclusiva de um novo produto: o café.

Atlas revelou a Granel uma xícara do líquido escuro, colocando cubos de açúcar ao lado para adoçar. Granel experimentou, e, apesar do amargor inicial, percebeu que a bebida tinha um gosto rico e único com um toque de açúcar.

— Interessante — comentou Granel. — Isso também funcionará como o refrigerante?

— Não — explicou Atlas. — Vamos produzir o pó de café, que será embalado junto a instruções de preparo. A Estrella cuidará exclusivamente da venda.

Eles discutiram o preço do produto, chegando a um acordo de 24 moedas de ouro por unidade de café, e estabeleceram uma divisão de 50% dos lucros para cada família. Assim, firmaram um contrato de exclusividade.

Ao sair, Granel agradeceu a Atlas e combinou de receber a primeira remessa de café dentro de dez dias. Atlas observou sua partida, refletindo em como seu novo empreendimento já estava bem preparado. Ele havia contratado equipes para colher, secar e moer os grãos, e tinha uma reserva inicial de 600 mil quilos de pó de café. Com a expansão planejada, logo alcançaria a capacidade de produzir uma tonelada por mês.

Para Atlas, cada movimento era um passo calculado em direção ao fortalecimento de sua família e ao domínio de um mercado que nenhum outro sequer imaginava.

Após sete dias de preparação cuidadosa, Atlas revisou o carregamento para garantir que tudo estava devidamente embalado e organizado. Duas carroças lotadas com 2.500 pacotes de café cada estavam prontas para a viagem. Antes de partir, ele delegou a Rosana a responsabilidade de supervisionar as atividades da propriedade na sua ausência. Então, acompanhado por oito guarda-costas, Atlas partiu em direção à residência da família Mercantil Estrella Dourada.

Após três dias de viagem, chegaram à propriedade da família Estrella Dourada, onde foram calorosamente recebidos por Granel. Ao constatar a hora tardia, Granel ofereceu a Atlas a hospedagem em um dos quartos de hóspedes, e ele aceitou de bom grado.

No dia seguinte, Granel já havia organizado uma reunião com um potencial comprador. Ao entrar na sala, Atlas encontrou Ranshefirld, o quinto filho da família Gramond. Granel começou explicando ao cliente as condições do contrato de exclusividade: a venda do café estava restrita à família Estrella Dourada, e qualquer tentativa de revenda ilegal resultaria em uma multa de 70 mil moedas de ouro.

Ranshefirld, intrigado, perguntou se Granel desconfiava de suas intenções. Granel, mantendo a postura profissional, assegurou que o procedimento era parte do protocolo para garantir a segurança e a legitimidade das transações.

— E então, passei no seu teste? — questionou Ranshefirld.

— Sim, sem dúvida. Agora, gostaria de saber quantas unidades de café deseja adquirir — respondeu Granel.

— Ficarei com todas as unidades disponíveis — declarou Ranshefirld, exibindo uma confiança calculada. — Nosso acesso a outras bebidas está escasso, então essa novidade será muito bem recebida.

Granel sorriu, satisfeito com a demanda.

— Isso totaliza 120 mil moedas de ouro — anunciou ele.

Ranshefirld entregou o pagamento em dois grandes sacos de moedas e, com os pacotes de café em mãos, retirou-se satisfeito. Após a saída do cliente, Atlas e Granel celebraram a venda com uma taça de vinho.

— Ao sucesso do nosso novo empreendimento — brindou Granel, tocando sua taça com a de Atlas.

Mais tarde, após a comemoração, Atlas agradeceu a hospitalidade e se preparou para partir. Granel, curioso sobre a opinião de sua filha, perguntou a Natasha o que ela achava do jovem Patriarca.

— Ele tem apenas oito anos, como eu — respondeu Natasha, pensativa. — Mas sua mentalidade é muito madura, como se tivesse mais de vinte.

O Patriarca sorriu, admirado com o potencial que Atlas demonstrava desde cedo, e refletiu sobre a força daquela parceria.

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