Capítulo 3: Movimentos e Consequências
Atlas ajustou o terno escuro com calma, seus olhos brilhando com determinação. Este baile da família Farlt seria sua primeira oportunidade real de influenciar diretamente o futuro, e ele sabia exatamente o que estava em jogo. A vitória contra o Reino de Griffin havia consolidado o prestígio da família Farlt, mas o que Atlas planejava hoje mudaria os caminhos que essa influência tomaria.
Ao descer da carruagem diante da imponente mansão Farlt, o jovem Patriarca da família Blackwolf foi imediatamente abordado por um recepcionista, que o olhou com desconfiança.
— Quem seria o senhor? — perguntou o recepcionista, tentando esconder sua estranheza.
Atlas olhou diretamente para ele e respondeu, sem hesitar:
— Atlas Blackwolf, Patriarca da família Blackwolf.
A declaração fez o recepcionista hesitar. Ele não havia recebido qualquer notícia sobre a morte do antigo Patriarca, então supôs que o rapaz à sua frente estava mentindo. Logo acenou para os guardas próximos.
— Não tenho permissão para deixar entrar quem não foi anunciado como Patriarca oficial. Sinto muito, mas o senhor terá que se retirar.
Atlas manteve a compostura, mas uma ponta de ironia apareceu em seu sorriso. Ele entregou ao recepcionista uma pequena caixa com fitas negras e prata.
— Nesse caso, informe à família Farlt que o contrato de negócios entre nossas famílias está oficialmente encerrado. E entregue isso ao filho do Patriarca, Sandens.
Assim que deu as instruções, Atlas virou-se e voltou à sua carruagem, deixando o recepcionista confuso e atordoado com a situação. Momentos depois, Francisco Farlt, Patriarca da família Farlt, apareceu na entrada para informar ao recepcionista sobre a recente morte do Patriarca Blackwolf e a ascensão de Atlas ao comando da família.
A realidade da situação caiu como um peso para o recepcionista, que começou a tremer ao perceber a seriedade do erro. Na fila de entrada, a princesa Natasha, da influente família mercantil Estrella Dourada, testemunhou a cena. Ela, que era famosa pela inteligência e perspicácia nos negócios, logo compreendeu a delicadeza do momento.
— Então aquele garoto que você dispensou era o novo Patriarca da família Blackwolf? — Natasha perguntou ao recepcionista, com uma expressão de satisfação contida.
Francisco Farlt, aborrecido com o mal-entendido, tomou uma decisão rápida. Ele gesticulou para que a família Estrella entrasse antes de todos, como um pedido de desculpas. Então, instruiu o recepcionista a permanecer do lado de fora até que todos os convidados chegassem.
Depois de duas horas, com todos já presentes no salão, Francisco abordou novamente o recepcionista, impaciente.
— O que aquele garoto lhe disse? Quero saber exatamente — demandou Francisco.
O recepcionista, agora com o rosto pálido e a voz trêmula, relatou cada detalhe. Explicou que Atlas havia deixado um presente para Sandens e, principalmente, a mensagem de que o contrato de negócios entre as famílias estava encerrado.
Francisco se viu diante de uma péssima notícia. A família Blackwolf era sua terceira maior parceira comercial. Eles forneciam alimentos à família Blackwolf, e em troca, recebiam armas e armaduras da mais alta qualidade, produtos que, para os Farlt, eram cruciais para o fortalecimento militar.
— Se isso for verdade, estamos numa situação perigosa — Francisco murmurou, olhando para Natasha. — A concorrência nos cobra valores abusivos, e eles sequer possuem a mesma qualidade dos Blackwolf.
Enquanto isso, sentado confortavelmente na carruagem de volta para a mansão, Atlas sorria, satisfeito. Essa era apenas a primeira peça de um quebra-cabeça maior. Na linha do tempo original, a destruição da família Blackwolf enfraquecera a posição dos Farlt, que, sem alternativas para suprir sua necessidade de armas, acabaram formando uma aliança com a família Estrella Dourada. Esse casamento político entre Sandens e Natasha só ocorreria em sete anos, mas agora, Atlas já plantava as sementes que manteriam o futuro intacto — ou ao menos o suficiente para que seus planos fluíssem.
O presente deixado para Sandens era ainda mais significativo do que parecia: uma rara e poderosa poção de seiva da árvore da lua, essencial para a sobrevivência do herói na luta contra o primeiro grande chefe do jogo. Com ela, Sandens teria uma vantagem inesperada que o manteria vivo e fortalecê-lo-ia para os desafios à frente.
Atlas suspirou, satisfeito com seu plano. Ele sabia que cada mudança em suas ações aumentava seus pontos de mudança e moldava o destino de maneira sutil, mas eficiente. Ele estava determinado a proteger e expandir a influência da família Blackwolf, mesmo em meio aos perigos e conspirações que rondavam sua nova vida.
E assim, o jovem Patriarca retornou à mansão Blackwolf, mais próximo do que nunca de seu objetivo de reescrever o destino que o jogo lhe reservara.
Atlas já estava em seu escritório, acomodado em sua poltrona de couro com uma expressão serena, quando o dono da fábrica de vinho, Osvaldo, entrou após ser anunciado. Osvaldo havia sido um parceiro crucial no recente contrato de produção e distribuição dos refrigerantes. Assim que entrou, fez uma breve reverência e cumprimentou o jovem Patriarca.
— Lorde Blackwolf, tenho boas notícias para lhe informar sobre a primeira distribuição do refrigerante — começou Osvaldo, com entusiasmo. — Conseguimos vender as primeiras 850 garrafas. Uma grande quantidade foi comprada para o baile de ontem à noite, reunindo patriarcas e seus herdeiros para celebrar a vitória contra o Reino de Griffin. As demais foram distribuídas para dois restaurantes de alta classe que também demonstraram grande interesse.
— Impressionante — respondeu Atlas, com um leve sorriso. — Quantas moedas de ouro conseguimos ao todo?
— Até agora, as vendas geraram aproximadamente 17 mil moedas de ouro — informou Osvaldo.
Atlas olhou para o grande saco de moedas ao lado do negociante e acenou, chamando o Ministro das Finanças, que logo entrou no escritório. Atlas ordenou que ele separasse a parte de Osvaldo, 10% do valor total, e adicionasse as 15.300 moedas de ouro restantes ao cofre da família.
Depois de fecharem o cofre, Atlas soltou uma risada leve ao notar o quanto aquele empreendimento havia rendido logo na primeira venda.
— De fato, um lucro impressionante — comentou Atlas. — Parece que estamos no caminho certo.
Com os negócios encerrados, Atlas se despediu de Osvaldo e voltou a se concentrar em suas outras prioridades. Logo em seguida, Rosana entrou no escritório, visivelmente cansada após retornar da missão.
— Senhor, encontramos os locais exatos onde estavam suas três irmãs, conforme o previsto — relatou ela. — No entanto, infelizmente, eles conseguiram escapar com elas antes que nossos soldados pudessem trazê-las de volta.
Atlas cerrou os dentes e pressionou uma das mãos contra o rosto, tentando controlar a raiva. Não ter suas irmãs adotivas sob controle significava que elas continuariam seguindo o caminho das vilãs. Ele suspirou, já recalculando seus próximos passos para contornar essa perda.
— Entendo… ao menos conseguimos algum valor com essa operação? — perguntou, retomando a calma.
— Sim, senhor. Capturamos todos os tesouros e itens valiosos dos esconderijos delas. O Ministro avaliou que os ganhos ficam entre 1,5 a 2 milhões de moedas de ouro — informou Rosana, orgulhosa do sucesso parcial da missão.
Atlas sorriu, sentindo-se parcialmente compensado pela perda. Olhou para Rosana e fez um gesto de aprovação.
— Rosana, sinta-se à vontade para escolher um item desses tesouros como recompensa pessoal — ofereceu. — Quanto ao restante, diga ao Ministro das Finanças para organizar um leilão. Quero que venda tudo, exceto os livros de magia e os manuais de esgrima. Esses serão úteis para nossa própria formação e defesa.
Rosana assentiu com um sorriso e saiu para cumprir as ordens, deixando Atlas a sós com seus pensamentos.
Enquanto isso, voltamos ao baile da vitória, realizado na noite anterior em celebração à vitória contra o Reino de Griffin. Patriarcas e herdeiros das mais influentes famílias se reuniram em meio a músicas e luxuosos banquetes.
O anfitrião do evento, Francisco Farlt, chamou Osvaldo ao centro do salão para que ele apresentasse a novidade.
— Com o apoio do Patriarca, gostaria de lhes apresentar uma nova bebida: o refrigerante com sabor de laranja — anunciou Osvaldo, com voz firme e um brilho de orgulho nos olhos. — Esse produto inovador foi desenvolvido pelo novo Patriarca da família Blackwolf, em colaboração com alquimistas de alto nível.
O murmúrio de curiosidade percorreu o salão enquanto os convidados se aproximavam para experimentar a bebida. Francisco, que estava próximo, provou o refrigerante com cautela e, ao sentir o sabor refrescante, ficou surpreso. Imaginou que Osvaldo, o distribuidor, tivesse criado a bebida, sem perceber que o jovem Atlas, filho de seu falecido amigo, estava por trás da ideia.
A reação positiva foi instantânea. Os patriarcas ficaram maravilhados com a qualidade do refrigerante, e alguns até fizeram discretas anotações sobre como poderiam negociar diretamente com a família Blackwolf no futuro.
Atlas, que aguardava as notícias em seu escritório, tinha certeza de que esse era apenas o começo.
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Atualizado até capítulo 32
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