capítulo 5:Expectativas e realidades

Capítulo 5: Expectativas e Realidades

Nos dias seguintes à pintura do quarto, Clara e Ana estavam em uma mistura de euforia e ansiedade. A preparação para a adoção tomava conta de suas vidas, e cada pequeno detalhe parecia conter um significado imenso. O dia da visita da assistente social estava se aproximando rapidamente, e com ele, a oportunidade de dar um passo decisivo em suas vidas como futuras mães.

Em uma manhã ensolarada, enquanto tomavam café da manhã, Clara folheou um livro sobre parentalidade que havia comprado. “Olha isso, Ana! Este capítulo fala sobre a importância de criar um ambiente seguro e acolhedor para a criança,” disse Clara, animada. “E como a comunicação aberta pode ajudar a estabelecer a confiança entre os pais e os filhos.”

Ana ouviu atentamente, segurando uma xícara de café quente. “É verdade. Eu quero que nosso filho ou filha saiba que pode falar sobre qualquer coisa com a gente, mesmo sobre as coisas difíceis que pode ter vivido antes. Precisamos estar preparadas para isso.”

O clima de expectativa era palpável, mas também trazia à tona dúvidas que se escondiam nas entrelinhas de suas conversas. As duas começaram a discutir o que esperavam do processo de adoção e como lidariam com os desafios emocionais que poderiam surgir.

“E se a criança não gostar de nós?” Clara perguntou, seu tom refletindo uma vulnerabilidade que ela raramente mostrava. “E se ela não quiser se abrir ou não conseguir se adaptar?”

Ana respirou fundo, tentando transmitir confiança. “Eu sei que é uma possibilidade, mas precisamos lembrar que não estamos sozinhas. Temos a ajuda da assistente social e de outras mães adotivas que conhecemos nas oficinas. Não é um caminho fácil, mas estamos fazendo isso juntas.”

Clara assentiu, mas a insegurança ainda a incomodava. “Eu só quero ser a melhor mãe que eu posso ser. Não quero que a criança sinta que não pertence a nós.”

“Ela vai pertencer a nós, Clara,” Ana garantiu, segurando a mão de sua parceira. “Desde o momento em que a adotarmos, ela será nossa. Temos que confiar que, com amor e paciência, conseguiremos fazer dela parte da nossa família.”

Com essas palavras, Clara começou a relaxar um pouco. O amor e o apoio de Ana sempre foram uma âncora em sua vida, e ela sabia que juntas poderiam enfrentar qualquer desafio. Elas trocaram olhares cúmplices, como se compartilhassem um segredo: estavam prestes a embarcar em uma aventura que mudaria suas vidas para sempre.

Na manhã da visita da assistente social, Clara acordou mais cedo, o coração batendo rápido. “É hoje!” ela exclamou, sentindo a adrenalina percorrer seu corpo. Ana, ainda sonolenta, sorriu e levantou-se rapidamente para se juntar a Clara na preparação. Juntas, vestiram-se com roupas confortáveis, mas cuidadosas, como se fossem à uma entrevista importante.

Ao chegarem à sala de estar, o ambiente estava especialmente arrumado, e o quarto da criança, que ainda estava em processo de finalização, exibia um ar de acolhimento. Clara acendeu algumas velas aromáticas, e o cheiro de baunilha encheu o ar, criando uma atmosfera tranquila.

A campainha tocou e, com um misto de nervosismo e excitação, Ana foi até a porta para receber Renata. “Olá, Clara! Olá, Ana! Que bom ver vocês novamente,” disse a assistente social, sorrindo ao entrar.

As duas a cumprimentaram, e Clara ofereceu a Renata um copo d’água antes de se sentarem. A conversa começou de forma leve, com Renata elogiando o novo quarto que elas estavam preparando. “Vocês realmente se dedicaram a criar um espaço lindo e acolhedor. Isso é muito importante.”

Renata fez perguntas sobre a vida delas, sobre como se conheceram e sobre o que as motivou a adotar. Clara e Ana compartilharam suas histórias, explicando o que havia trazido cada uma delas a essa decisão. Elas falaram sobre o amor que sentiam uma pela outra e o desejo de compartilhar esse amor com uma criança.

Depois de alguns minutos, Renata mudou de assunto, tocando em tópicos mais delicados. “Agora, gostaria de falar sobre suas expectativas e o que vocês acham que será mais desafiador no processo de adoção. É importante que tenhamos uma compreensão clara para que possamos apoiá-las da melhor forma.”

Ana, com uma expressão pensativa, respondeu. “Acho que o maior desafio será criar um espaço seguro para a criança, especialmente considerando que ela pode ter passado por experiências traumáticas. Queremos que ela sinta que pode confiar em nós.”

Renata acenou, demonstrando compreensão. “Esse é um ponto muito importante. A confiança leva tempo para ser construída, e vocês já estão pensando nisso desde o início. É um bom sinal. E quanto ao que esperam da criança?”

Clara hesitou, olhando para Ana em busca de apoio. “Nós queremos uma criança que… bem, que nos aceite como mães. Mas também sabemos que isso pode levar tempo.”

“Sim,” concordou Ana. “E queremos fazer isso da maneira certa, respeitando seus sentimentos e seu passado.”

Renata sorriu, impressionada com a sinceridade do casal. “Vocês estão demonstrando um nível de consciência emocional muito admirável. É fundamental que entendam que cada criança tem seu próprio ritmo. Algumas podem se adaptar rapidamente, enquanto outras podem levar mais tempo para confiar. O importante é que vocês estejam abertas e dispostas a ouvir e a compreender.”

A conversa fluiu naturalmente, e as três mulheres discutiram sobre as necessidades emocionais das crianças adotivas, a importância de ter um apoio psicológico se necessário e como lidar com a transição. Ana e Clara compartilharam suas preocupações, mas também suas esperanças de criar um ambiente amoroso.

Após algumas horas de conversa, Renata se levantou, com um olhar satisfeito. “Estou muito feliz com o que vi e ouvi. Vocês estão preparadas para este desafio, e isso é um grande passo. Vou recomendar que avancemos com o processo de adoção.”

O coração de Clara pulou de alegria. “Sério? Isso significa que estamos um passo mais perto de encontrar nosso filho ou filha?”

Renata assentiu, sorrindo. “Sim! Agora, vamos precisar começar a considerar o perfil da criança que vocês desejam adotar. Vou fornecer algumas informações e orientações para ajudá-las nessa etapa.”

Quando Renata saiu, Clara e Ana se abraçaram, sentindo uma mistura de alívio e euforia. Elas estavam oficialmente a caminho de se tornarem mães. “Não posso acreditar que isso está realmente acontecendo!” disse Clara, os olhos brilhando de felicidade.

Ana sorriu, segurando o rosto de Clara entre suas mãos. “Nós conseguimos, amor! E estamos mais preparadas do que nunca.”

As duas se sentaram no sofá, ainda em estado de choque e alegria. O mundo estava prestes a se transformar, e a cada instante, a expectativa aumentava. Juntas, elas estavam prestes a criar a família que sempre sonharam, e a realidade de sua adoção estava finalmente tomando forma.

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Atualizado até capítulo 37

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