Capítulo 3: O Primeiro Passo
As semanas seguintes foram marcadas por uma combinação de entusiasmo e nervosismo. Clara e Ana estavam imersas no processo de adoção, preenchendo formulários, realizando entrevistas e buscando entender melhor o que significava ser mães adotivas. Elas visitaram agências de adoção, conversaram com assistentes sociais e participaram de workshops sobre parentalidade e os desafios emocionais que as crianças adotivas poderiam enfrentar.
Em uma tarde ensolarada, Clara e Ana estavam na sala de estar, cercadas por papéis, canetas e anotações. O cheiro de um bolo de chocolate assando no forno preenchia o ambiente, e o clima era leve, apesar da seriedade do que estavam prestes a fazer.
“Estou tão animada para a nossa primeira reunião com a assistente social amanhã,” disse Clara, batendo a caneta na mesa nervosamente. “É como se fosse o primeiro passo oficial.”
Ana sorriu, percebendo a ansiedade da parceira. “Eu também estou animada! Vai ser a nossa chance de mostrar o quanto estamos comprometidas com essa jornada.”
Clara olhou para Ana, sua expressão misturando empolgação e medo. “E se ela não gostar da gente? E se achar que não somos boas mães?”
Ana se aproximou, segurando a mão de Clara com firmeza. “Amor, não podemos deixar que essas preocupações nos impeçam de seguir em frente. Temos muito amor para oferecer, e isso é o que realmente importa. Vamos ser honestas sobre quem somos e o que queremos.”
Clara assentiu, sentindo um pouco de conforto nas palavras de Ana. “Você tem razão. Vamos dar o nosso melhor.”
Na manhã da reunião, as duas se arrumaram com cuidado, escolhendo roupas que transmitissem uma imagem de calor e acolhimento. Clara vestiu uma blusa de algodão azul clara, enquanto Ana optou por um vestido florido que refletia sua personalidade vibrante. Ambas queriam se apresentar da melhor forma possível.
Quando chegaram ao escritório da assistente social, o ambiente era acolhedor, com fotos de famílias adotivas nas paredes e brinquedos espalhados pela sala de espera. Uma mulher de meia-idade, chamada Renata, as recebeu com um sorriso caloroso. “Olá, Clara e Ana! Que bom ver vocês aqui. Estou animada para conhecer vocês e saber mais sobre o que buscam na adoção.”
As duas se sentaram em uma sala confortável, e a conversa logo fluiu. Renata fez perguntas sobre suas vidas, suas profissões e o que as motivou a adotar. Clara e Ana compartilharam histórias de seu relacionamento, de como se apaixonaram e da decisão que tomaram juntas para se tornarem mães.
“Queremos oferecer amor e segurança a uma criança,” disse Ana, seus olhos brilhando com sinceridade. “Estamos preparadas para enfrentar os desafios e garantir que ela se sinta sempre acolhida.”
Renata ouviu atentamente, anotando alguns pontos enquanto conversavam. “É maravilhoso ouvir isso. O amor e o apoio que vocês têm uma pela outra são fundamentais para o sucesso da adoção. Muitas vezes, as crianças que vêm para o sistema de adoção já passaram por experiências difíceis, então é crucial que sintam que têm um lar seguro.”
Durante a conversa, Clara se lembrou de algumas das histórias que haviam ouvido na reunião anterior e compartilhou uma delas. “Ouvi sobre uma criança que foi adotada e tinha dificuldade em confiar nas novas mães. A forma como elas lidaram com isso foi inspiradora. Queremos estar preparadas para ajudar uma criança a lidar com suas emoções.”
Renata sorriu, admirada com a visão de Clara. “É uma abordagem muito madura. Vocês já estão pensando no que pode ser necessário para a criança e como apoiar seu desenvolvimento emocional. Isso é um bom sinal.”
A reunião continuou, e Clara e Ana se sentiram cada vez mais confortáveis. Elas falaram sobre suas expectativas e o tipo de criança que esperavam adotar, discutindo desde a idade até as características que achavam que poderiam se adequar melhor à sua família.
Quando a reunião terminou, Clara e Ana saíram do escritório sentindo-se um pouco mais leves, com um sorriso no rosto. “Eu me sinto tão bem sobre isso,” disse Clara, sua voz cheia de emoção. “Acho que conseguimos mostrar quem somos e o que estamos dispostas a fazer.”
Ana concordou, apertando a mão de Clara. “Sim, e Renata parece uma ótima pessoa. Estou confiante de que estamos no caminho certo.”
Nos dias seguintes, enquanto aguardavam o retorno da assistente social, Clara e Ana passaram a dedicar tempo a se prepararem para a chegada de uma criança. Elas começaram a decorar um quarto que haviam transformado em um espaço acolhedor, com cores suaves nas paredes, um berço recém-comprado e prateleiras cheias de livros infantis.
O processo estava longe de ser simples, mas cada pequeno passo fazia com que suas esperanças crescessem. Elas visitaram lojas de brinquedos e escolheram algumas coisas, imaginando a alegria de uma criança correndo pela casa. O clima de entusiasmo era palpável, e mesmo as tarefas mais simples se tornavam especiais para o casal.
Uma noite, enquanto estavam deitadas na cama, Clara virou-se para Ana e disse: “Eu tenho sonhado com isso, você sabe? Imaginar como será a nossa vida com uma criança.”
Ana sorriu, acariciando o cabelo de Clara. “Eu também. Sonhei que estávamos levando nossa filha ao parque pela primeira vez. Ela estava tão feliz, correndo e rindo.”
Clara fechou os olhos, visualizando o cenário descrito por Ana. “Isso seria incrível. Quero que ela saiba que sempre estaremos ao seu lado, não importa o que aconteça.”
O tempo passou, e cada dia trazia uma nova mistura de ansiedade e esperança. Clara e Ana estavam mais unidas do que nunca, preparadas para enfrentar o que quer que a vida lhes reservasse. Elas sabiam que ainda havia muito a ser feito, mas a jornada estava apenas começando, e juntas, eram capazes de qualquer coisa.
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Debora Melo
lendo esse trecho deu até uma vontade de adotar também
2024-11-03
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