CAMILA

CAMILA

Capítulo 1: O Mundo de Camila e o Início dos Conflitos

A brisa suave do fim da tarde deslizava pelas janelas abertas do imponente palácio da família Argent, também conhecido como o Palácio de Prata, refletindo o esplendor aristocrático do século XV. Seus grandes salões ecoavam passos silenciosos dos criados, que passavam com discrição, carregando bandejas de prata adornadas com iguarias. Era um dia comum para a jovem Camila, filha única do Conde Argent, uma mulher de apenas 19 anos, envolvida em um mundo de luxos e excessos que a definia tanto quanto suas vestes elegantes.

Naquele momento, Camila estava sentada em um dos sofás da grande sala de estar, o corpo relaxado sobre o brocado dourado e a cabeça levemente inclinada, em uma pose perfeita de aristocracia. Seu vestido, feito dos mais finos tecidos trazidos da Itália, era de um tom azul celeste, adornado com rendas delicadas e bordados dourados que refletiam à luz das enormes janelas. O corpete apertado acentuava sua cintura fina, enquanto as saias volumosas se espalhavam ao seu redor como um leque. O colar de pérolas em seu pescoço era pesado, mas ela nunca permitia que o desconforto transparecesse. Cada peça de sua vestimenta era um símbolo de sua posição privilegiada na sociedade.

Apesar de toda a opulência, o rosto de Camila exibia um olhar distante, entediado. Sua vida, embora cheia de luxos, era desprovida de afeto. O pai, Conde Argent, era um homem reservado, austero e constantemente ocupado com os assuntos do condado, distante não apenas fisicamente, mas também emocionalmente. Para ele, Camila era pouco mais do que uma obrigação a ser cumprida — um fardo social que deveria ser preparado para um bom casamento, mas sem o envolvimento de sentimentos ou carinho.

A ausência da mãe, que falecera anos antes, ainda deixava uma marca profunda no coração da jovem. Camila sentia-se constantemente isolada, embora cercada por criados e todas as riquezas que uma jovem de sua posição poderia desejar. Mas, para ela, joias e vestidos não preenchiam o vazio deixado pela indiferença de seu pai e pela ausência de qualquer figura materna.

A jovem nobre passou os dedos, longos e delicados, sobre o anel de rubi que adornava sua mão direita, observando o brilho vermelho cintilar à luz do entardecer. Joias, pensou ela, são os únicos companheiros leais. Havia algo reconfortante nas pedras preciosas: sua beleza era eterna, imutável, e, ao contrário das pessoas, não traziam decepções. No entanto, por mais que tivesse tudo que o dinheiro pudesse comprar, Camila sabia que faltava algo — e esse vazio a tornava amarga e sarcástica, uma defesa natural contra as expectativas sufocantes da sociedade ao seu redor.

Naquela tarde, uma carta repousava em uma mesa ao lado. Era um convite para o Grande Baile de Inverno, oferecido pela Marquesa de Léon, uma das figuras mais influentes da nobreza. Todos os olhos da sociedade estavam voltados para esse evento anual, onde alianças eram feitas, casamentos arranjados e reputações destruídas ou elevadas em uma única noite. Camila suspirou. Festas como essa eram oportunidades perfeitas para reafirmar sua posição, embora as interações com outras damas da nobreza fossem sempre uma batalha silenciosa de palavras afiados e falsos sorrisos.

"Minha senhora," a voz de Eliza, sua criada mais leal, interrompeu seus pensamentos. Eliza era uma mulher de meia-idade, com olhos gentis e uma presença tranquila que, de alguma forma, conseguia acalmar os ânimos de Camila. A jovem virou-se lentamente, olhando para a criada como quem observa algo distante, sem verdadeira consideração. "Há algo que desejas, Eliza?", perguntou Camila, com a voz suave, mas carregada de desdém. O sarcasmo era sua maneira de mascarar o vazio.

"Vossa presença é requisitada no salão principal," respondeu Eliza, baixando a cabeça em um gesto respeitoso. "O Conde Argent chegou e deseja falar convosco."

Camila ergueu uma sobrancelha. Seu pai raramente a chamava para qualquer coisa. Quando o fazia, era geralmente por questões de aparência ou protocolo — raramente por interesse genuíno. Levantando-se com graça, ela ajeitou o vestido e seguiu em direção ao grande salão.

Ao entrar no ambiente, foi recebida pelo brilho dourado das lareiras, o som abafado de passos no chão de mármore e a figura imponente do Conde Argent, parado à frente de uma grande tapeçaria que representava as façanhas heroicas de seus antepassados. Ele usava um traje formal escuro, como sempre, e sua postura ereta exalava autoridade e distanciamento. Seu olhar frio encontrou o de Camila, e, por um breve momento, o silêncio pairou entre os dois, como sempre acontecia nas raras ocasiões em que estavam juntos.

"Chamaste por mim, pai?", disse ela, com um tom neutro. Não havia ternura em suas palavras, apenas uma formalidade que ambos estavam habituados a manter.

"Camila," começou ele, a voz grave e controlada. "Recebemos um convite da Marquesa de Léon para o Grande Baile de Inverno. Será uma oportunidade importante para que você faça novas alianças... e, quem sabe, se prepare para um futuro casamento."

A palavra "casamento" fez o estômago de Camila revirar. Ela sabia que, para seu pai, isso significava apenas uma transação social. Ela não seria casada por amor, mas por conveniência, para fortalecer os laços da família com outra casa nobre. "Claro, pai," respondeu ela, sem emoção. "Cumprirei meu dever."

O Conde a observou por um momento, como se estivesse avaliando sua resposta, e então assentiu. "É bom que compreendas tua responsabilidade. Teu comportamento nesse evento refletirá sobre toda nossa casa."

Camila sentiu um aperto no peito, mas manteve sua expressão impassível. Já havia se acostumado a ser vista como um peão no tabuleiro de seu pai. "Se não precisas de mais nada, estarei em meus aposentos." Com um leve aceno de cabeça, ela se retirou, sem esperar uma resposta.

Enquanto caminhava de volta para seus aposentos, o som dos saltos de seus sapatos ecoava pelo corredor vazio. O peso da expectativa e da solidão a cercava como uma sombra. Camila sabia que, no fundo, nunca seria boa o suficiente para seu pai, e isso a enfurecia. Ela não queria ser apenas uma jovem obediente destinada a se casar e servir aos caprichos dos homens ao seu redor. Ela queria algo mais — poder, liberdade, e, acima de tudo, controle sobre seu próprio destino.

Ao chegar aos seus aposentos, Camila fechou a porta com um leve tranco e olhou seu reflexo no grande espelho de moldura dourada. Sua imagem era impecável — o cabelo escuro perfeitamente penteado, a pele clara e sem imperfeições, os lábios vermelhos pintados com precisão. Ela era linda, poderosa e impenetrável, mas por trás dessa fachada, seu coração estava fechado, endurecido por anos de indiferença e rejeição.

"Eles acham que podem me controlar, mas eu serei a única a decidir o que farei da minha vida," murmurou para si mesma. "Não importa quantas festas, quantos bailes, quantas alianças. Eu serei mais forte do que todos eles."

Olhando pela janela de seu quarto, ela observou o sol se pôr no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e vermelho. As sombras alongadas cobriam os jardins do palácio, criando uma atmosfera de mistério e intriga. Camila sabia que sua vida estava prestes a mudar, mas ainda não sabia como. Havia algo no ar, uma tensão palpável, que a fazia sentir que o futuro guardava mais do que apenas festas e casamentos.

Ela se virou lentamente, afastando-se da janela e mergulhando em seus próprios pensamentos. Camila sabia que, para sobreviver nesse mundo de intrigas e traições, precisaria jogar o jogo melhor do que qualquer um. E estava disposta a fazer isso, custasse o que custasse.

...Estimados leitores,...

...Com imenso respeito e gratidão, dirijo-me a vós que, com tanta dedicação, tendes acompanhado minha obra em progresso. É com sincera humildade que vos peço paciência e compreensão, pois reconheço que esta história, como uma tapeçaria em construção, ainda apresenta fios soltos e algumas inconsistências que hão de ser corrigidas com o tempo e o devido cuidado....

...Ao escrever a jornada de Camila e dos demais personagens, empenho-me em criar uma narrativa envolvente, cheia de profundidade e emoção. Todavia, como qualquer processo criativo, há momentos em que as ideias fluem mais rapidamente do que as revisões podem acompanhar. É por isso que, ao longo da leitura, é possível que encontreis trechos que careçam de mais clareza ou que revelem pontos de incoerência. Estas falhas não são fruto de negligência, mas de uma história que ainda está em formação e que se molda com cada nova página escrita....

...Peço-vos, então, indulgência para com estas imperfeições que, por ora, ainda se fazem presentes. Esta obra, como uma semente recém-plantada, precisa de tempo para crescer e florescer plenamente. Os personagens estão a ganhar vida, e cada fio da trama se entrelaça aos poucos, à medida que mergulho mais profundamente nos dilemas e nas complexidades que desejo trazer à tona....

...Este é, acima de tudo, um convite para que permaneçais comigo ao longo desta jornada. Sei que muitos de vós já criastes uma ligação com Camila, uma protagonista que, em meio às suas falhas e virtudes, reflete a busca humana por aceitação, poder e amor. No entanto, reconheço que ainda há muito a lapidar em sua história, bem como nas de outros personagens. Cada um deles ainda tem muito a revelar, e conto com vosso olhar atento e paciente enquanto ajusto os detalhes e aperfeiçoo os capítulos por vir....

...Como em um baile da nobreza, onde os anfitriões se preparam meticulosamente para garantir que cada detalhe esteja à altura de seus convidados, eu, como autora, me preparo para vos receber com uma narrativa digna de vossa atenção e carinho. Este é um processo contínuo, e vosso apoio é inestimável para que a história atinja todo o seu potencial....

...Peço, pois, que continueis a caminhar ao meu lado, que aprecieis os momentos já desenhados e que me acompanheis na construção do que ainda está por vir. Vossas sugestões e comentários são sempre bem-vindos e servem como guia para que eu possa melhorar e refinar cada elemento desta história....

...Grata por vossa paciência e dedicação, sigo confiante de que, juntos, faremos desta obra algo verdadeiramente especial....

...Com todo o respeito e apreço,...

...Léria Oliveira...

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