medo mas com curiosidade

Sebastian se ergue lentamente das rochas onde se ocultava, enquanto a sereia o observa se levantar, sentindo um misto de temor e hesitação, afinal, ele era um pirata, e isso era evidente por suas vestes e pela cicatriz que cruzava seu rosto, logo abaixo do olho direito. Contudo, mesmo sendo um pirata, sua presença despertava curiosidade sobre quais seriam suas intenções. Então, Sebastian direciona seu olhar para os olhos dela, que reluziam em um tom dourado; seus lábios vermelhos agora estavam completamente visíveis, e seu semblante transparecia tanto medo quanto uma pitada de curiosidade. Foi então que ela se pronunciou, com uma voz doce e suave:

— O que faz aqui? Ninguém vem a esta parte da praia.

Sebastian, absorto, contemplava a encantadora mulher diante dele, sem perceber que ela era uma sereia. Assim que seu olhar se afastou das formas voluptuosas que se insinuavam sob o cabelo azul, ele finalmente se manifestou:

— Eu apenas queria ficar sozinho; aprecio a solidão para refletir.

Sebastian se desloca lentamente pela área da praia, avançando com cautela em direção a ela, evitando entrar na água para não se molhar. Com um semblante preocupado, ele diz:

— Para uma bela senhorita, a água está bastante fria; é melhor sair daí para não correr o risco de ficar doente.

Ela solta uma risada suave, que faz o coração de Sebastian acelerar, e ele a observa, perplexo. Ela inclina a cabeça de modo delicado e responde com sua voz doce e suave:

— Eu não me preocuparei em adoecer por estar na água; sou filha das águas e vivo pelo mar. Contudo, sua preocupação é realmente admirável.

Sebastian, intrigado, acomoda-se na areia da praia, ainda encantado por sua beleza, enquanto um olhar suave se forma em seu rosto. O vento frio do mar acaricia seus cabelos e seu rosto, e ele pergunta:

— O que uma mulher tão fascinante faz, a essas horas, na água? Estava se divertindo com algum amante?

Ela inclina a cabeça, fecha os olhos e responde de maneira suave, como se sua voz fosse uma melodia:

— Eu sou uma sereia, habito as profundezas do mar.

Sebastian, despertado pela curiosidade, hesita em acreditar que ela realmente seja uma sereia, considerando que a morada delas estava a cerca de quatro noites de distância, e então indaga:

— Contudo, a área das sereias está a quatro noites de distância, e é improvável que haja sereias por aqui, especialmente em uma ilha tão diminuta.

Ela solta uma risada, acaricia os cabelos e suas bochechas se tingem de vermelho, enquanto seus olhos adquirem um brilho dourado, e sua voz suave se mistura às suas gargalhadas.

— Não precisamos nos restringir a um só lugar; nós habitamos qualquer parte das águas do mar, pois este é o nosso lar.

Sebastian está prestes a dizer algo, mas ela se afasta para uma pedra que, apesar de pequena, parecia perfeita para delicadeza dela. O coração de Sebastian acelera, e ele se sente aquecido e entusiasmado, pois há muito não sentia uma admiração tão pura por alguém que não fosse apenas de natureza sexual. Quando ela emerge da água, sua calda azulada, repleta de escamas que cintilam, se torna ainda mais hipnotizante, enquanto gotas de água escorrem de sua pele delicada, moldando uma silhueta perfeitamente desenhada.

Sebastian, ainda deslumbrado, repousa na areia da praia, apoiando-se em suas pernas, enquanto fala de maneira que lhe é habitual, revelando um toque de arrogância para disfarçar seu interesse por ela.

— Qual é o nome da encantadora sereia?

Ela, com um gesto gracioso, passa as mãos pelos cabelos, jogando-os para trás e expondo seus seios, que são indiscutivelmente voluptuosos. Sebastian tenta desviar o olhar de seu corpo, mas a tarefa é quase impossível, pois ela exibe suas formas de maneira tão provocante. Com suavidade, ela dirige a palavra a ele:

— Você é um pirata, assim como eu não pertence a nenhum lugar. Como é viver pelo mundo afora e testemunhar todas as maravilhas do mar?

Sebastian oferece um sorriso cheio de autoconfiança para ela, enquanto desliza suas mãos pela superfície e diz:

— É essa a sua maneira de evitar revelar seu nome? Mas, de fato, sou um pirata há anos; não me imagino em outro lugar. Já testemunhei inúmeras loucuras e aventuras, arriscando a única coisa que realmente possuo: minha vida.

Ela posiciona suas mãos delicadas sobre sua cauda, e a curiosidade brilha em seus olhos, enquanto pergunta:

— E como é viver em meio ao mar? Como é não sentir medo?

Sebastian desvia o olhar, seu cabelo sendo agitado pelo vento gelado, e ela continua, suavemente:

— É fascinante, mas todos nós, seres humanos, temos nossos medos. Contudo, o meu medo ainda me impulsiona a lutar e a seguir em frente.

Ela abre os lábios para falar novamente, mas um estrondo vindo da direção da cidade interrompe o momento. Ele se vira, percebendo uma luz intensa emanando dela, como se algo estivesse prestes a acontecer. Ao retornar seu olhar para a água, nota que ela já havia desaparecido, o que o deixa pensativo. Rapidamente, ele se levanta, sacode sua roupa e, mancando, se dirige apressadamente para a cidade, pois lá estão seus homens.

Quando Sebastian adentra a cidade, ele se aproxima de um dos bares e encontra um grupo rindo, mesmo com o corpo coberto de pólvora e uma cerveja nas mãos. Ele solta um suspiro, ri e comenta:

— Pensei que vocês estavam sob ataque, seus malucos!

Namu, que estava um pouco embriagado e cambaleando, tentando se recuperar do zumbido em seu ouvido causado pela explosão, grita:

— O que aconteceu foi que aquele doido escocês achou que não daria em nada ao brincar com uma arma que ele mesmo fez!

Sebastian toca as têmporas com as mãos, solta uma risada e se une ao grupo que já se divertia, rindo e trocando histórias sobre suas aventuras. Ele começa a beber junto com eles, que estavam animados, discutindo suas experiências e compartilhando memórias. Sebastian, então, avisa que deveriam aproveitar, pois na manhã seguinte partirão, retornando ao mar; era essencial que se apressassem para encontrar o tesouro que precisavam resgatar, já que ele pensava que esta poderia ser sua última aventura. Todos ficam surpresos, pois ninguém imaginava que ele fosse parar de ser capitão. Nesse momento, Namu pede mais cerveja para celebrar a última missão com seu capitão, e assim, se preparam para se divertir nessa derradeira jornada pelos mares.

*****************

Durante a manhã, eles já estavam organizando os itens que faltavam. Namu mostrava-se entusiasmado e agitado desde cedo, enquanto Sebastian ainda tentava se recuperar da festa da noite anterior com a turma. Namu se aproxima dele, adotando um tom brincalhão e diz:

— Está ficando velho, não consegue aguentar uma noite de farra?

Sebastian se apoia no seu navio com as mãos, também em tom de brincadeira, e responde:

— Eu não sou velho, apenas faz tempo que não participo de uma dessas. Vamos terminar logo com isso, antes que uma daquelas doidas apareça.

Namu, fazendo uma careta e rindo, retruca:

— Elas não são loucas o suficiente para vir. Aposto que ainda estão na cama, com as pernas bambas; para um velho com a perna manca, dá no couro!

Sebastian fica ereto, começa a andar para dentro do navio, rindo, e declara com orgulho:

— Ainda não perdi a prática de conquistar uma bela mulher.

Quando eles se preparavam para zarpar com seu navio, convocando todos para atrasar no mar, uma jovem de cabelos presos e uma longa trança, vestindo calças marrons e uma camisa que delineava sutilmente seu corpo, começou a gritar em direção ao navio. Sebastian, surpreso com a beleza da mulher que se aproximava, virou-se para ela e perguntou com curiosidade:

— O que faz aqui? E o que deseja?

Com um brilho nos olhos, ela colocou as mãos na cintura e respondeu com um tom doce e meigo, que o fez recordar da sereia da noite passada, mas logo ele se recompôs e ouviu a jovem mulher dizer:

— Vim para ir com vocês; quero me aventurar no mar como vocês.

Seus olhos reluziam de entusiasmo, transbordando inocência e alegria. Sebastian, mantendo seu tom habitual de arrogância, replicou:

— O mar não é lugar para uma mulher ingênua; a terra firme é.

Determinada, ela bateu o pé no chão de madeira e falou, cheia de coragem e animação:

— Vou com vocês! Não sou uma mulher que deseja ficar em terra; quero explorar e conhecer os mares.

Sebastian apreciou a firmeza em sua voz e a coragem com que se dirigia a eles. Ele escutou Namu rindo da jovem, chamando-a de tola por querer embarcar. Então, com um tom provocativo e arrogante, Sebastian disse:

— Muito bem, venha. Mas no primeiro momento em que perceber que não é para você, deixarei você em qualquer ilha para que se vire e retorne à sua vila.

Ela sorriu radiante, pulou de alegria e, antes que Sebastian pudesse dizer mais, já estava subindo a bordo do navio, rindo e admirando toda a aparência da embarcação.

continua.......(⁠ㆁ⁠ω⁠ㆁ⁠)

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