...Otávio...
Observei o relógio Rolex no meu pulso, que mostrava precisamente 09:00 horas. Faltava pouco menos de meia hora para a princesinha Mezzadri chegar aqui, e, claro, eu não estava me ocultando. Poderia ter me escondido na noite passada, quando ela sugeriu que me hackeassem.
A realidade, no entanto, é que eu desejava que ela me encontrasse. Queria ver seu rostinho encantador mais uma vez. Ela achava que estava no controle, que seus joguinhos eram suficientes para me pegar de surpresa, mas o que a princesinha Mezzadri não sabia era que eu já conhecia todas as suas cartas. E talvez, só talvez, isso a fizesse ainda mais irresistível.
O restaurante do hotel estava quase vazia, exceto por um casal distraído no canto e o barista que trabalhava calmamente atrás do balcão. A xícara de café à minha frente já estava esfriando, mas não importava. A adrenalina pulsava nas minhas veias com a expectativa do encontro iminente.
Às 09:25, os passos firmes de um salto alto ecoaram pelo chão de mármore. Meu olhar foi automaticamente em direção à entrada, e lá estava ela. Katherine Mezzadri, impecável como sempre, envolta em um casaco de lã elegante e óculos escuros que não escondiam sua expressão afiada. Ela sempre soube como fazer uma entrada dramática.
Ela tirou os óculos lentamente, me encarando. Seus olhos, frios e calculistas, eram como lâminas prontas para cortar qualquer um que atravessasse seu caminho. Só que, dessa vez, eu estava preparado para o corte.
— Você está se divertindo? – Ela perguntou, sua voz suave, mas cheia de veneno. – Porque eu, definitivamente, não estou.
— Ah, Kat, sempre tão direta. – respondi com um sorriso. – Achei que fôssemos brincar um pouco antes de irmos ao ponto.
Ela se aproximou da mesa, puxando uma cadeira e sentando-se sem ser convidada. Seus movimentos eram precisos, controlados. Cada detalhe, desde a maneira como ajeitou o casaco até o olhar que lançou ao redor, mostrava que ela não deixava nada ao acaso.
Ela sorriu, um sorriso frio que não alcançou seus olhos.
— O que você quer, afinal?
— Otávio. – respondeu com uma calma que eu sabia ser apenas fachada. Havia algo de urgente em seus olhos, algo que ela tentava disfarçar enquanto se aproximava da minha mesa.
Eu me inclinei para trás na cadeira, observando cada movimento dela. Ela respirou fundo, cruzando os braços como se aquilo a protegesse de mostrar qualquer fraqueza.
— Eu vim porque preciso da sua ajuda.
— Minha ajuda? – Eu arqueei uma sobrancelha. Aquilo estava ficando interessante. – E por que eu ajudaria você, Katherine?"
Ela deslizou um envelope sobre a mesa. Seu olhar encontrou o meu, firme, mas eu conseguia ver a tensão ali. Havia algo mais acontecendo.
— Alguém está vazando informações sobre a minha família. Coisas graves, Otávio. E se isso continuar, pode destruir a reputação do meu pai e acabar com a nossa empresa.
Peguei o envelope, mas não o abri de imediato. Queria ouvir mais da boca dela.
— E você acha que eu sou o cara certo para descobrir quem está por trás disso?
Ela assentiu.
— Você é o melhor no que faz. E eu sei que não se envolve em joguinhos. Se pegar esse caso, é porque acredita na verdade, na justiça.
Parei por um momento, tentando decifrar o que ela estava realmente dizendo. Não era só um pedido de ajuda. Katherine sempre foi boa em esconder o que sentia, mas dessa vez, ela estava nervosa. Não só pelo caso.
Levantei-me e caminhei até a janela enorme, deixando as palavras dela ecoarem na minha cabeça. Claro, poderia pegar o caso. Mas isso implicaria em mais do que eu estava preparado para lidar. Eu sabia que, se entrasse nessa, coisas do passado viriam à tona, e nem tudo seria agradável de reviver.
— Não acho que você veio até mim só por causa da minha experiência. – disse sem olhar para ela. – O que mais você está escondendo, Katherine?"
Silêncio. Eu me virei para encará-la, vendo-a morder o lábio por um breve segundo. A máscara dela estava começando a cair.
— Porque, além de tudo, acho que você é a única pessoa em quem minha família pode confiar.
Aquelas palavras me atingiram mais do que deveriam. Confiança? Depois de tudo que nossas famílias passaram? Eu não esperava ouvir isso dela. Mas o olhar nos olhos dela me disse que não era uma jogada.
Suspirei, caminhando de volta para a mesa.
— Tá bem. Eu aceito. Mas se eu for investigar isso, vai ter que ser do meu jeito.
Ela assentiu, parecendo aliviada.
— Não esperaria menos de você.
Eu sabia que não seria simples, mas algo me dizia que aceitar esse caso era mais do que uma questão de trabalho. Talvez fosse o começo de algo que nós dois ainda não estávamos prontos para encarar.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Conce Mota
Os jogos estão apenas começando..🥴🥴🥴
2025-03-09
0
Fatima Maria
AGORA É QUE VAI COMEÇAR A HISTÓRIA.🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤫🤫🤫🤫🤫🤫🤫🤫🤫🤫🤫🤫
2025-02-27
0
Anatalice Rodrigues
Tá começando a ficar interessante.
2024-10-17
3