A Nova Vida de Pedro

A Nova Vida de Pedro

Primeiro dia de aula

Pov Pedro

Era 01 de Fevereiro de 2016 e já deviam ser 7 horas da manhã mas eu continuava deitado na cama enquanto cobria meu rosto do lençol para proteger meu rosto da claridade que entrava pelas brechas da cortina.

- Pedro está na hora - disse minha mãe batendo na porta do quarto.

- So mais um minuto mãe deixa eu dormir mais um pouco - disse para ela enquanto mudava de posição por baixo do lençol.

- Pedro está na hora meu filho ! - Vamos nos mudar hoje - disse minha mãe tentando fazer eu sair da cama mas a preguiça tava me dominando.

Eu estava com muito sono pois não havia conseguido dormir muito na noite anterior.

Alguns minutos se passaram e minha mãe apareceu novamente no quarto mas desta vez ela desligou o ventilador e disse que era bom eu descer logo.

Eu ignorei a advertência de minha mãe e continuei deitado na cama sem perceber que alguém se aproximava sorrateiramente.

Eu estava embrulhado com um lençol de algodão e logo comecei a sentir calor e quando pensei em levantar e ir até o ventilador e o ligar novamente tomei um susto vendo que alguém estava em cima de cima.

- AAAAaa gritei me espantando vendo que a Bia estava em cima de mim

Bia era uma cachorrinha que usava óculos e pinces no nariz ,ela era metida a emo mas isso não combinava muito com ela.

Bia ficou rindo vendo que eu havia levado um baita susto enquanto eu tentava recuperar o fôlego e sentia o meu coração quase sacar para fora de minha boca

- Tu quer me matar ? - Perguntei para ela enquanto me acalmava.

- Eu quero mas de beijinhos - disse ela enquanto lambia o meu rosto todo , eu adorava aquilo.

- Feliz aniversário amigão - disse ela enquanto me apertava e me beijava.

Eu escutei mais algumas pessoas chegando ao meu quarto e eram os meus amigos

Meus amigos eram Marx o leão , um lobo guará chamado Tiago e uma tigresa chamada Nicole , eu tinha mais outros dois amigos mas eles não estavam no quarto.

- Tarannn feliz aniversário - disse Marx o leão trazendo um bolo de framboesa meu sabor preferido.

- Marx - obrigado - disse enquanto me sentava na cama e o leão trazia o bolo cheio de velas ascessas.

Os meus amigos começaram a cantar parabéns ali no quarto e na hora de dizer com quem eu ia ficar Bia disse que seria com ela e começou a me beijar na frente de todo mundo o que me deixou envergonhado.

- Bia por favor pare ! - dizia para ela envergonhado mas ela continuava enquanto todo mundo sorria , Bia parou de me beijar quando a mãe dela gritou - Bia o que você tá fazendo aí em cima ?

- Meninos desçam - gritou minha mãe e nós todos descemos.

- Não e bom um monte de menino ficar sozinho , eles fazem besteira - escutei minha mãe dizer isso enquanto a gente passava pela cozinha e ia para o enorme quintal de nossa casa.

O bolo que o Marx havia levado para mim era apenas o café da manhã, havia mais coisas sendo preparadas.

O enorme quintal de minha casa estava todo arrumado com várias pessoas ali presentes incluindo amigos e parentes.

Haviam poucos parentes e mais amigos e a maioria dos parentes já eram adultos.

Eu meti a mão em uns salgados que estavam sobre a mesa e os levei a boca e minha mãe apareceu e disse para mim ir tomar banho e foi o que fiz.

Enquanto ia tomar banho e passava pela casa vi meu tio irmão de minha mãe orientando alguns homens que tiravam nossos móveis da nossa antiga casa e levavam para um caminhão.

Com um pouco de tristesa via a hora de me mudar ficar cada vês mais e mais próxima

Entrei no banheiro e liguei o chuveiro, quase tudo já havia sido levado , os tapetes o espelho e os ascessorios da parede ,só testando apenas um sabonete na saboneteira e nada mais.

Eu liguei o chuveiro e a água começou a cair sobre os meus pêlos, eu costumava tomar banho com pressa mas naquela vez era diferente, eu queria aproveitar meu último banho naquela casa e queria sentir cada minuto da água caindo sobre os meus pêlos

Eu fiquei a sentir a água cair sobre os meus pêlos enquanto cheirava ao máximo o ambiente pois não queria esquecer aquele agradável cheiro de lavanda que aquele banheiro tinha.

Fiquei tão entretido no banheiro que sem perceber já haviam se passado 20 minutos e minha mãe bateu na porta dizendo para mim me apressar.

Desliguei o chuveiro e me sequei com a toalha em seguida vesti um calção e uma camisa novos e quando sai do banheiro minha mãe perguntou porque estava demorando tanto e Yuri um leopardo e meu tio ficaram com uma cara maliciosa como se eu estivesse fazendo algo errado no banheiro.

Yuri

Eu não respondi pois fiquei envergonhado com a insinuação visível no rosto dos dois.

Voltei ao quintal e me sentei com meus amigos em uma mesa embaixo de um enorme ipê cor de rosa , o ipê não estava florido pois o mês de estiagem já havia passado.

Eu queria me despedir dos meus amigos pela última vez por isso estava aproveitando cada minuto ao lado deles , eles gostavam de mim mas eu senti a falta de uma pessoa muito especial para mim mas essa pessoa não estava ali.

- A thomace não vem ? Perguntei para os meus amigos enquanto tentava ver ela no meio da multidão que chegava.

Meus amigos ficaram em silêncio pois sabiam que ela não ia querer vir.

Bia quebrou o silêncio e disse que ela não quiz vir porque não ia aguentar se despedir de mim.

- Mas a gente ia continuar se falando pelo celular e eu ia continuar vindo aqui as vezes - disse para Bia.

- Pedro , Você sabe como a Thomace e ,ela e muito emotiva ,ela acredita que você e a alma gêmea dela e  ela acha que você indo para longe dela , você vai encontrar outra garota e vai se esquecer dela - disse Marx o leão.

- Não, não vou - disse protestando , mas em parte a Thomace tinha razão em ficar com medo de me perder ,nos dois éramos hienas europeias e nossa raça a cada geração ia diminuindo.

- Eu tentei convencer ela a vir mas ela não quiz - disse Nicole a Tigresa.

- Eu vou até a casa dela e trazer ela para a festa - disse para os meus amigos enquanto me levantava da cadeira e atravessava o quintal.

- Ela não está em casa ,ela saiu para a casa de uma tia - disse Bia , mas eu não dei ouvidos e comecei a caminhar até a casa da Thomace enquanto todos me acompanhavam.

A casa da Thomace ficava a duas ruas de distância da minha e a rua da casa dela era de terra , não havia asfalto mas a rua era bem arborizada e as casas bonitas ,era uma rua cheia de chácaras . No período da estiagem era ruim ficar ali pois o vento levava muita poeira pelos ares, mas o período da estiagem já havia passado.

A casa da Thomace era uma chácara e ficava quase no final da rua , a casa era cercada por um enorme muro branco , eu apertei a campainha e ninguém atendeu e depois de mais alguns segundos apertei a campainha novamente.

- A thomace não está ! - disse a Tigresa enquanto eu ficava esperando que a Thomace aparecesse.

Havia um buraco no muro e eu olhei por este buraco mas não vi nada a não ser galinhas e patos ciscando no terreiro.

Eu vi a vizinha da casa ao lado sair e fui até ela perguntar se ela havia visto a Thomace.

- Thomace saiu hoje pela manhã com a tia - disse ela.

Eu voltei para casa um tanto triste , eu queria me despedir da Thomace pela última vez , eu gostava muito dela.

- Não fica assim Pedro , quando você voltar poderá encontrar ela - disse Bia me consolando.

-  Minha mãe veio morar aqui antes de eu nascer e meu pai ficou em Goiânia e eles ficaram dois anos se falando pelo celular,no final das contas o amor deles foi mais forte e eles estão hoje juntos - disse Marx o leão.

Voltei para casa um tanto desolado por uma pessoa tão importante para mim não está ali mas eu escutei o que Marx e Bia tinham me dito , eu ia continuar falando com a Thomace pelo celular e ia voltar as vezes até o dia que pudéssemos ficar juntos.

Quando voltei para casa vi minha cama sendo levada e colocada em um caminhão e a casa já estava praticamente vazia sem nenhum móvel e minha mãe veio até mim dizendo que estava na hora de cantar parabéns.

Fui para trás da mesa e novamente começaram a cantar parabéns para mim , naquele momento me sentia grato por está cercado de pessoas que me amavam tanto ,os meus amigos,minha família e aquela linda festa mas ao mesmo tempo eu sentia meu coração apertado eu ia embora daqui há algumas horas e eu gostava muito daquele lugar e não queria sair dali.

Logo em seguida tirei algumas fotos

Inclusive uma minha sorrindo

Depois das fotos nos conversamos ainda um pouco enquanto almoçamos e sentia a hora de partir ficando cada vez mais e mais próxima enquanto eu sentia que não podia fazer nada

Então o momento de partir chegou mas eu entrei em minha casa por uma última vez , estava sendo difícil se despedir do lugar em que eu havia crescido , eu caminhava pela casa vazia sozinho , ela estava tão estranha vazia - pensei , enquanto no mesmo momento várias memórias dos bons momentos que havia passado ali me vinham a mente a ponto de eu conseguir observar pela casa minhas melhores memórias acontecendo perante os meus olhos.

Subi as escadas e fui para o meu quarto vazio me imaginei deitado na cama enquanto Thomace fazia cossegas nas minhas patas mas a memória se desfez com minha mãe me chamando dizendo que estava na hora de irmos.

Eu desci as escadas e fui em direção a rua sem antes olhar pela última vez para dentro do lugar que foi o meu lar e sem fareijar bem o ambiente para que seu cheiro não ficasse esquecido.

Antes de entrar no carro abracei meus amigos pela última vez , Marx o leão me abraçou tão forte que quase senti minhas costelas quebrarem , Nicole não era muito afetiva e só me abraçou ,um abraço leve , Yuri disse se cuida cara ! , Rodrigo um lobo ibérico mordeu meu rosto como um sinal de carinho e Bia me lambeu todo e ficou me abraçando até eu entrar no carro.

Eu entrei logo no carro porque se despedir tava sendo difícil ,eu segurei minhas lágrimas na hora e enquanto o carro partia coloquei minha cabeça para fora e fiquei dando tchau para os meus amigos que ficavam para trás e ainda vi Rodrigo uivar enquanto eu partia , aquele uivo significava que alguém muito importante estava se indo.

Eu me ageitei no banco do carro enquanto minha mãe apertou minha mão , seria um novo recomendo mas longe dali.

Eu fiquei em silêncio a viagem toda enquanto o motorista dirigia e nos levava para cada mais e mais longe do lugar que um dia havia sido o meu lar.

Era 5 horas da tarde daquele mesmo dia e nós paramos em um ponto enquanto minha mãe e eu ficamos vendo os homens colocarem tudo dentro de um dos vagões de um trem e colocando cada móvel nosso com a letra do nome e sobrenome de minha mãe para os indentificar dos demais.

Colocamos os móveis no trem e depois entramos no mesmo ,ia ser uma viagem longa até o sul do Brasil , eu entrei no trem e fiquei olhando pela janela as paisagens enquanto o sol ia se pondo.

Minha mãe e eu adormecemos no trem ,acordando por volta das 1 hora da manhã do dia seguinte com um funcionário pedindo as passagens e nós as demos e o funcionário as checou e depois as devolveu para minha mãe e desejou boa viagem.

Nós voltamos a dormir sentados na poltrona e enrolados no lençol com minha mãe apoiando a cabeça sobre meu colo.

No dia seguinte ficamos o tempo todo sentados só nos levantamos para comer algo ou ir ao banheiro enquanto ficávamos vendo as paisagens pela janela do ônibus,as paisagens iam mudando gradualmente de um cerrado para uma vegetação mais verde de campos mais planos para Mares de morros

- Como as paisagens mudam quando se muda de região ! - Pensei enquanto observa as paisagens mudarem gradualmente.

A medida que chegsvamos em nosso destino as paisagens iam ficando cada vez mais cheias de cerras e morros , quando olhava para as cerras tinha a impressão que elas ficavam os céus.

E assim eu ficava ora vendo as paisagens,ora dormindo , comendo algo ,mexendo no celular ou conversando com minha mãe ,e o tempo foi passando mas a viagem continuava exaustiva e devia ser por volta do meio dia quando eu acabei dormindo.

Despertei do sono com o barulho de outra locomotiva passando perto da nossa e a nossa estava parada , eu sonolento me levantei e olhei pela janela e vi uma placa que apontava que São Paulo estava há alguns quilômetros e escutei um auto falante dizendo que a outra locomotiva ia partir.

O trem que eu estava começou a partir e foi se acelerando cada vez mais e mais e minha mãe dormia tranquilamente no ascento dela ,eu cobri ela para ela não sentir frio.

Olhei no relógio e eram 7:35 do dia 03 de Fevereiro, nos íamos chegar a nossa casa nova no dia seguinte e eu já desejava que esse dia chegasse logo pois eu já me sentia exausto da viagem.

Enquanto o trem avançava eu fiquei pensando nos meus amigos se despedindo de mim todos estavam lá ,menos Thomace o que fez meu coração ficar apertado mas o que o Marx me disse me consolava a gente ia ficar juntos um dia.

O dia passou devagar , foi tortuoso ,penante e chato ,tentava fazer de tudo para me destrair mas tudo estava sendo inútil.

Eu estava cansado mas não conseguia dormir , eu fiz um esforço para tentar cair no sono e nada , minha mãe foi até uma  farmácia dentro do trem e comprou um comprimido para mim dormir ,eu o tomei e depois dormi como um anjo só acordando no dia seguinte com minha mãe me balançando.

Eu sonolento vi minha mãe dizendo que a gente havia chegado no nosso destino ,eu Feliz disse sonolento finalmente e ela achou uma graça.

Não sei se estava sobre o efeito dos remédios ou estava muito cansado da viagem mas eu me sentia leve e meio desorientado enquanto acompanhava minha mãe orientar os caras que tiravam nossos móveis de dentro do vagão e os colocavam em outro caminhão,eu tentava me manter desperto mas não conseguia.

Eu nem me lembro os detalhes do que aconteceu a seguir só lembro de ter acordado naquele dia no meu quarto novo deitado na minha cama e enrolado no lençol.

Vi o celular e eram 5 horas da tarde , fui ao quarto de minha mãe e ela estava dormindo,olhei em volta a casa nova e está era bem menor mas era um pouco melhor do que a antiga mas eu senti falta da antiga casa.

Voltei a dormir acordando no dia seguinte, ia ser meu primeiro dia na escola nova e ia ser o primeiro dia de minha mãe no trabalho novo dela , nos tomamos café juntos e depois ela me acompanhou até minha escola nova.

A escola tinha uma fachada de tijolos vermelhos igual aquelas casas britânicas , era uma escola modesta por fora mas bem moderna por dentro , minha mãe me acompanhou até a secretária e eu como aluno novo fui buscar informação de onde seria minha sala nova e eu peguei a informação de que seria no segundo andar na sala B4.

Minha mãe me deixou ali e depois foi para o trabalho dela e eu fui procurar minha sala e eu logo tomei um choque de realidade, a maioria naquela escola ,era lobo , raposa e gato com algumas hienas diferentes de mim e eu como sou sensível percebi que o povo ali era mais sério e menos extrovertido.

Enquanto caminhava e subia as escadas em direção a minha sala tive a impressão de que algumas hienas me olhavam com um olhar torto e tive a impressão de ser encarado por um gato que me olhava torto.

Eu subi as escadas e notei que minha sala ficava no final do corredor e notei que havia um cachorro e uma hiena bem mau encarados que ficaram me encarando dos pés a cabeça.

Eu continuei caminhando em direção aos dois não permitindo que eles me entimidassem eu passei pelos dois e não sei qual dos dois colocou o pé e eu tropecei e eu caí em cima de um lobo cinzento.

O lobo parecia bem mau encarado e eu fui lobo pedindo desculpas com medo de apanhar.

- Da próxima vez olhe por onde anda ! - disse o lobo me pegando pelos ombros e me balançando e me levantando e me colocando de lado

O lobo foi caminhando enquanto olhou para trás me encarando.

Vi o lobo caminhar e vi que ninguém estava ficando no caminho dele ,ele passava e os outros saiam da frente.

Eu escutei algumas risadas debochadas mas não me importei peguei minhas coisas e fui para a sala.

As cadeiras de quase toda a sala estavam ocupadas e eu me sentei em uma cadeira colada na parede na última fileira.

Eu já me sentia meu ali logo no primeiro dia , estava sozinho em um lugar onde não tinha amigos.

Eu fiquei sozinho esperando a aula começar ,não quis me aproximar de ninguém pois eles pareciam bem arrogantes.

Escutei o sinal bater e os alunos voltarem para a sala de aula inclusive o lobo cinzento em quem havia tropeçado.

O lobo pegou suas coisas e se sentou na cadeira ao meu lado.

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