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*Ameli

Acordo num sobressalto com o susto e o despertador tocando, pego o celular tentando controlar minha respiração e desligo o alarme, me sento na cama e respiro fundo me acalmando, mais uma vez aquele pesadelo,olho a hora no celular e vejo que estou quase atrasada, me levanto e vou para o banheiro, escovo os dentes faço minha higiene e tomo meu banho, assim que termino me visto e vou pra cozinha prepara o café da manhã, Tadeu ainda dorme tranquilamente, faço um café e tomo com algumas torradas e uma fatia de bolo,pego minha bolsa e sigo até o local que combinei de encontrar minha turma, hoje faremos uma apresentação na rua.

Vou andando pra aproveitar o sol nas primeiras horas do dia, observo as pessoas saindo de suas casas para ir trabalhar, e respiro fundo,hoje consegui até dormir um pouco mais, foram quase quatros horas e meia de sono um novo record. Enquanto vou descendo naquelas ruas coloco meu fone de ouvido para escutar uma música já que ainda vou andar alguns quarteirões até chegar no meu destino, o som preenche meus ouvidos e dou um sorriso, é assim que me sinto feliz.

🎶( DNCE - Cake by the ocean)🎶

Vou deixando me levar pela batida boa da música, cantarolo baixinho somente pra mim e observo ao redor como tudo parece engraçado com o ritmo da música, passo por algumas pessoas que me olham estranho mais eu nem ligo continuo andando escutando minha música até chegar no local combinado, retiro meus fones quando a música acaba e me aproximo do pessoal.

Ameli- Oi oi gente, me atrasei?

Túlio - De forma alguma Mili.

Ele me abraça e assim os outros fazem também.

Gabriela- Então o que temos pra hoje?

Ameli- Vocês lembram da coreografia que fizemos semana passada?

Todos concordam.

Ameli- Eu disse que o melhor de dançar seria ao ar livre e em movimento então vamos fazer ela hoje, de preferência naquele sinal.

Aponto pro meio da rua e todos riem.

Elenor- Tá falando sério? A gente nunca fez isso tipo no meio da rua.

Ameli- Pra tudo tem uma primeira vez Elenor e tenho certeza que vão gostar da experiência, vamos nos organizar pra gente observar o trânsito e começar ok.

Eles se juntam e nos começamos a discutir como será, ficamos um tempo observando o movimento dos carros e motos e também dos pedestres,cronometramos o tempo que o sinal leva pra abrir e fechar e logo estamos prontos.

Ameli- Ok galera vamos iniciar assim que o sinal fechar, e depois só conduzimos no meio dos automóveis, por favor tenham muito cuidado, aconselho o meio e as laterais mais fiquem alerta para qualquer movimento, lembrando estamos no meio da rua,nos que vamos invadir o espaço deles então precisamos ter muito cuidado.

Laerte- Como ficará as contribuições?

Ameli- Dois de vocês vão passando pegando as contribuições tudo bem?

Eles concordam e nos vamos para nosso lugar, espero o sinal fechar e logo tomamos posição em cima da faixa de perdeste de frente para os automóveis, o pessoal nos olham desconfiados e muitos com olhares julgadores mais nada que eu já não tenha visto na vida, dou sinal de que podem ligar o som e assim começa, olho para meus alunos e eles começam a dançar no ritmo da música assim como eu.

🎶( Usher ft. Pitbull - Dj got us falling in love)🎶

Fecho os olhos e assim começo a dançar também, como falei eles se embrenham pelas laterais enquanto eu vou pelo meio algumas pessoas são gentis e interagem com a gente outras nem nos dão atenção, fecham os vidros dos carros na nossa cara e até aceleram para não ter que contribuir, o pessoal quem vem atrás vai pegando os valores enquanto me solto no meio dos carros, danço pulo e me remexo conforme a batida eletrônica da música, o sinal abre e os carros passam,logo outros se aproximam e assim como nos que se foram fazemos o mesmo com os que encostam agora,tentando trazer o máximo de interação e doações possíveis, afinal esse dinheiro é totalmente para meus alunos. A música vai chegando ao fim e eu não paro de dançar e interagir com meus alunos e o pessoal que vai passando, recebo elogios ao longo do caminho e também xingamentos mais isso não me abala, assim que faço meu último passo de dança paro de frente a uma viatura de polícia,estou ofegante e dou um sorriso sincero quando vejo que eles estão contribuído, meu olhos varrem o local e vejo que o sinal está fechado, mais atrás algumas pessoas ainda estão contribuído e eu resolvo chamar o pessoal para sair da rua.

Nesse momento passo ao lado da viatura que está com os vidros abertos e meus olhos pousam em um homem vestido de preto que me encara intensamente, não sei se é coisa da minha cabeça mais sinto como se ele visse minha alma, seu olhos verdes me encaram com uma intensidade que não consigo descrever, o momento parece estar em câmera lenta e sinto um arrepio percorrer minha espinha, sou despertada desse momento quando o outro policial que está dirigindo fala comigo.

Homem- Você dança muito bem moça, agora acho melhor saírem da rua pra não serem atropelados.

Ele da um sorriso gentil e eu finalmente pisco.

Ameli- Claro, obrigada.

É tudo que consigo falar sinalizo pro pessoal ir pra calçada e saiu da rua,vou andando e viro a cabeça de lado logo vejo o momento que a viatura vai embora e o homem ainda me encara pelo retrovisor do carro. Balanço a cabeça em negativo, que sensação estranha, o pessoal se junta e comemora o sucesso da nossa incrível experiência, as doações também foram muito generosas então valeu a pena, vamos até uma praça que tem perto daqui e nos sentamos,divido o dinheiro por igual para todos.

Matheus- Foi incrível, eu acho que nunca me senti tão livre como hoje.

Fabiana- A música super envolveu a gente e a dança fluiu tranquilamente.

Geovana- Quero fazer de novo.

Todos rimos.

Ameli - Que bom que gostaram pessoal, de fato a dança ela tem que ser algo libertador, se pensarmos somente em apresentações em praça, local fechado, nunca sentiremos a adrenalina que só a dança pode proporcionar, por isso trouxe essa experiência pra vocês, assim como pretendo trazer outras.

Dilan- Eu gostei muito,quanto mais experiências como essa melhor.

Patrick - Eu digo o mesmo, você sempre nos impulsiona pro melhor Mili, sempre extrai da gente nosso melhor, dançar ao seu lado é simplesmente incrível.

Fico emocionada com as palavras do Patrick, eu tenho um carinho enorme por cada um deles e os amo como meus irmãos.

Ameli- Aí gente vão me fazer chorar me dá um abraço vai.

Ele começam a rir e se aproximam de mim me dando um abraço coletivo, eu posso não ter minha família de sangue me apoiando, mais construí uma bem melhor que me apoia acima de qualquer coisa.

Alunos da Ameli.

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