Conexões e Confiança

Kenji continuava seu treino na sala de alta tecnologia, tentando melhorar seu controle sobre o Yin. A sala mudava constantemente, simulando novos inimigos e desafios que exigiam foco e precisão. Enquanto ele suava para manter o ritmo, do lado de fora da arena, Nahuana monitorava tudo, os olhos atentos em cada movimento do jovem.

Mas, por um momento, a atenção de Nahuana se desviou quando a porta principal se abriu. Shin entrou, trazendo consigo uma presença marcante e familiar. Ao vê-lo, Nahuana deu um sorriso de canto, e sua postura formal relaxou.

**Nahuana:** (rindo levemente) “Olha só quem resolveu dar as caras... o ‘Agente Estrela’. Não tá cansado de ser sempre o herói, Shin?”

**Shin:** (com um sorriso contido) “E perder o show? Nunca. Tive que ver como o prodígio está se saindo.”

Nahuana balançou a cabeça, ainda sorrindo. Entre todos, Shin era uma das poucas pessoas que conseguia fazê-la baixar a guarda. Havia uma amizade antiga ali, algo raro no ambiente de tensão constante em que viviam.

**Nahuana:** “Kenji tá indo bem, mas ele ainda tá longe de controlar o Yin como deveria. Ainda falta aquela faísca, sabe? Mas ele tem potencial. Só precisa de um empurrãozinho.”

Shin observava Kenji atentamente, notando as falhas e os acertos. Ele entendia o peso que o jovem carregava, ainda mais com a confusão de não ter controle sobre suas habilidades.

**Shin:** “Vai ser um longo caminho, mas ele vai conseguir. Ele é teimoso, lembra alguém que conheço...” (olhando para Nahuana com um sorriso provocativo)

**Nahuana:** (rindo) “Ei, teimosia é uma qualidade subestimada, especialmente nesse trabalho. Mas, me fala, você tá planejando algo? Essa missão é importante, mas tenho a sensação de que você tá pensando em mais alguma coisa.”

Shin cruzou os braços, ainda com os olhos no treinamento.

**Shin:** “Kenji precisa de alguém que entenda o que ele tá passando, alguém que conheça os dois lados do Yin e Yang... E bem, ninguém melhor que eu pra isso, certo? Quero ver até onde ele pode ir.”

**Nahuana:** “Sempre um mentor improvável, hein? Você e suas estratégias. Mas, Shin, cuidado pra não pressionar demais. Ele é um novato, e a última coisa que a gente precisa é perder o garoto pra uma crise de identidade.”

Shin concordou, mas havia uma firmeza em sua expressão. Ele sabia que o potencial de Kenji era imenso, mas também entendia que uma abordagem equilibrada seria necessária.

**Nahuana:** (apontando para Kenji, que estava enfrentando um grupo de alvos holográficos) “Olha, ele tá conseguindo manter o ritmo. Quem diria que o garoto que entrou aqui sem saber nada poderia estar enfrentando esses desafios tão rápido?”

**Shin:** “Ele é bom. E vai ficar ainda melhor. Só precisa encontrar o equilíbrio. Igual a... nós dois, né?”

Nahuana deu um leve soco no braço de Shin, um gesto amigável que mostrava a confiança que tinha nele.

**Nahuana:** “Falando em equilíbrio, a próxima fase do treino vai ser intensa. Acho que é hora de você entrar na arena e dar uma ‘aula’ pro nosso garoto. Nada como aprender da forma mais difícil, certo?”

**Shin:** (sorrindo) “Ah, pensei que você nunca ia pedir.”

Com isso, Shin se dirigiu à arena. Kenji, que estava tomando um breve momento para recuperar o fôlego, olhou para ele surpreso ao vê-lo se aproximar. Caio e Stolas pararam o que estavam fazendo, sabendo que algo interessante estava prestes a acontecer.

**Kenji:** “Shin... você vai treinar comigo?”

**Shin:** “Não. Eu vou te ensinar. Há uma diferença.”

A tensão na sala subiu imediatamente. Todos sabiam que o treinamento com Shin era algo raro e que exigiria de Kenji mais do que apenas força. Ele teria que usar sua mente, instinto e, acima de tudo, sua capacidade de adaptação.

**Shin:** “Vamos ver do que você é feito, Kenji. Mostre-me que você merece estar aqui.”

Kenji respirou fundo, sentindo o peso da expectativa. Era o momento de enfrentar não só os desafios da arena, mas o olhar atento de alguém que conhecia cada nuance do Yin e Yang. Era o início de um novo tipo de treinamento, um que poderia definir seu futuro como agente — ou selar seu destino como mais uma promessa não cumprida.

Nahuana, assistindo do painel de controle, cruzou os braços com um sorriso de satisfação. Ela sabia que, com Shin ao lado, Kenji estava em boas mãos. Agora, restava apenas ver se o jovem conseguiria transformar o potencial em habilidade real.

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