CAPÍTULO 5

Alessandro como sempre acordava primeiro que as galinhas, saía pra correr ainda meio escuro, semprem colocava um fone de ouvido e ia refletindo na vida, volta pra casa, toma banho e ao chegar na cozinha a mesa já estava posta para o café da manhã.

Ele sai pro trabalho e sempre enfrenta o trânsito da grande São Paulo, ele chega às 9 na sede de suas empresas e ali já tinha outros funcionários já iniciando seus dias também, ali vai ao escritório e começa a mexer no computador, às 10 tinha uma reunião com sócios e foi nessa reunião que teve uma discussão com um deles, eram 4 na tela do computador, logo sua cabeça começa a doer, a irritação era nítida.

Acabada a reunião ele sai para almoçar, encontra um restaurante e come sozinho, manda mensagem pra sua filha, mas não obtém de resposta como sempre acontecia.

Depois que saiu do restaurante segue para o shopping que trabalha Júnior, já entra de olho aqui e ali buscando um rosto conhecido, e logo encontra Júnior com um sorriso no rosto.

Júnior: ta fazendo o quê aqui?

Alessandro revira os olhos, pois não era ele quem buscava

Alessandro: visitando

Júnior: dois dias seguidos é estranho

Alessandro: não tem nada de estranho em eu vim ver meus empreendimentos.

Júnior: se você tá dizendo

Alessandro suspira apenas

Alessandro: a equipe de limpeza de ontem tá aqui hoje?

Júnior: não, é outro pessoal, trabalham 12/36, por quê?

Alessandro: não é nada, só curiosidade

Júnior estreita os olhos e o encara

Júnior: tá procurando quem da limpeza safado?

Alessandro: não tô procurando ninguém, não posso saber sobre meus funcionários?

Júnior ri sapeca

Júnior: claro, é claro que pode, se por acaso quiser saber onde algum deles mora, sabe, alguém em específico

Levanta as sobrancelhas deixando bem claro, Alessandro o olha mínimo e suspira

Alessandro: deixa de ser abestado

Júnior ri dele e os dois saem caminhando por ali, enquanto conversavam Alessandro ia pensando em Ronan que nem mesmo sabia o nome.

Alessandro: Júnior, como é namorar outro cara?

Júnior para nesse momento surpreso com a pergunta já que o mesmo não queria saber de jeito nenhum

Júnior: como é que é?

Alessandro: sem julgamentos e sem perguntas, só fala como é

Júnior é casado à 2 anos com outro homem, estão juntos à 4, ele fica surpreso e o responde assim mesmo.

Júnior: bom, pra mim é normal, igual namorar uma mulher, só que os olhos julgadores que são a parte ruim, mas fora isso é maravilhoso.

Alessandro: lembro que você já namorou uma mulher antes.

Júnior: sim, eu estava em processo de negação sobre mim mesmo, me envolvi com uma, mas não durou muito, foi aí que eu tive que aceitar quem eu era.

Alessandro: humm...a nossa população é ignorante quanto as nossas escolhas

Júnior: bom eu nem ligo a muito tempo

Os dois continuam a conversar sobre o assunto até que Alessandro decide ir embora, mas Júnior o impede.

Júnior: eu quero saber quem é a pessoa

Alessandro: pois vai ficar querendo, pq não tem pessoas nenhuma.

Júnior: seu ogro velho, vai ver só uma coisa, podia conhecer meu amigo, ele é bonito e você ia gostar dele

Alessandro: obrigado, eu passo, não tenho interesse

Júnior: algo me diz que você tá de olho em alguém, meu gaydar não falha

Alessandro olha pra ele e sorrir, depois levanta as sobrancelhas o deixando confuso e vai embora.

Júnior: safado, me deixou curioso

Ele sai fungando irritado por Alessandro nunca lhe contar nada.

O empresário em seu carro ia dirigindo sem rumo ouvindo música baixinho para distração, estava confuso, pensava nas palavras de Júnior e nem sabia porque esse interesse, mas tinha muita vontade de ver aquele pelo qual buscava no shopping.

De repente se ver em um bairro diferente, e nem mesmo sabia como tinha ido parar ali, nem mesmo como saía dali, olhava para um lado e outro procurando saber onde estava quando em sua frente para um anjo dando sinal de vida querendo passar na faixa de pedestres.

Em suas mãos haviam algumas sacolas de mercado, e sem nem mesmo perceber Alessandro tinha um sorriso bobo, após cumprir a travessia da pista Ronan continua sua vida despreocupado, Alessandro por sua vez sentia-se alegre, não conseguia conter o sorriso no rosto e com o coração feliz continuou sua jornada para sair dali.

Entrava em uma rua e outra e parecia mais perdido ainda, ele para na frente de um prédio embaixo de uma árvore, pega seu celular para buscar no mapa um trajeto, e o celular estava sem bateria

Alessandro: droga de iPhone

Funga irritado e fica pensando no que fazer, ele sai do carro afim de pedir informações quando para sua surpresa, do prédio saía a pessoa que o deixava todo bobo sorrindo sozinho.

Ronan arregalou os olhos surpreso com quem estava ali a sua porta, diferente de Alessandro que parecia ter visto o amor de sua vida com o sorriso que deu.

Ronan: boa tarde senhor

Alessandro: ótima tarde

Fala sem perceber, mas logo se dá conta e pigarreia a garganta.

Alessandro: b-boa tarde

Ronan: tudo bem com o senhor?

Alessandro: sim, quer dizer não, eu to perdido

Ronan: perdido?

Alessandro: sim, eu nem sei como eu vim parar aqui, só sei que não faço ideia de como sair, meu celular morreu, então..

Ronan: ah entendi, a marginal fica por ali, entra a esquerda e vai sempre reto, acho que a 1 km já vai ver as placas de informações.

Alessandro: ah, por ali né, essa primeira rua ali?

Ronan: sim, na primeira entra e vai reto

Alessandro: ok, obrigado, eu já estou rodando aqui a um tempão, obrigado

Ronan: de nada

Alessandro olhava pra ele sem dizer nada, estava hipnotizado, ele ficava completamente diferente sem as roupas de trabalho, Ronan um pouco tímido com a situação logo quebra o clima constrangedor

Ronan: o senhor precisa de mais alguma coisa?

Alessandro se recomponhe

Alessandro: ah, é..bom..eu tô..

Ele tosse e toca a garganta

Alessandro: você pode me dar um copo com água, se não for incomodá-lo

Ronan: tá, não incomoda não, o senhor quer entrar?

Alessandro pensava que era óbvio que queria entrar.

Alessandro: sim, claro

Júnior abre a porta e os dois sobem indo pra escada, sobem até o 3° andar onde era o apartamento de Ronan e entram

Ronan: não repara na bagunça, o senhor deve tá acostumado a outro tipo de ambiente

Alessandro olhava em volta procurando a tal bagunça.

Alessandro: tá impecável, não sei onde tá bagunçado, mas tudo bem

Ele põe as mãos na cintura e Ronan vai a cozinha pegar água na geladeira.

Ronan: aqui

Alessandro pega de sua mão tocando leve na mão dele, um momento constrangedor para ambos, já que eram "desconhecidos", Ronan sente a mão quente do homem e engole seco, ao mesmo tempo que Alessandro sente sua mão gelada.

Alessandro: obrigado

Ronan não dizia nada, a presença do chefe era um tanto desconfortável para ele, ouvia apenas os goles que o mesmo dava, ficava olhando para outro lugar envergonhado.

Alessandro percebendo que bebia muito rápido, pede mais um pouco, Ronan pegou a garrafa de água e colocou mais água.

Alessandro: você está bem?

Tenta puxar assunto

Ronan: sim, estou bem, e o senhor, além de perdido?

Alessandro: estou bem, como é o seu nome, me desculpe são funcionários de mais pra lembrar

Ronan: meu nome é Ronan, sem problema, são muitos funcionários pra lembrar

Alessandro: ah, eu sou Alessandro

Ronan engoliu seco, parecia que o seu nome o deixava mais bonito, um macho e tanto

Ronan: ah, muito prazer

Alessandro olha em seus olhos profundamente

Alessandro: o prazer é todo meu.

CONTINUA