Depois daquela noite na casa, os cinco amigos juraram não falar mais sobre o que aconteceu, mas algo havia mudado, principalmente para Matheus. Os dias passaram, e ele começou a se sentir vigiado, mesmo em locais onde estava sozinho. Os sussurros que ouvira no espelho agora o acompanhavam durante o sono, e às vezes, até quando estava acordado.
Uma tarde, enquanto caminhava sozinho de volta para casa, Matheus ouviu passos logo atrás dele. Ele se virou rapidamente, mas não havia ninguém. A sensação era familiar demais. Era a mesma de quando vira a sombra no espelho.
Chegando em casa, ele foi direto ao banheiro, jogou água fria no rosto e se encarou no espelho. Por um segundo, seu reflexo pareceu distorcido, como se outra versão dele estivesse tentando atravessar o vidro. Ele piscou e voltou ao normal, mas aquilo era o suficiente para confirmar que algo estava errado
....
Na escola, os amigos também começaram a notar mudanças em Matheus. Ele estava mais calado, seus olhos, mais escuros, e parecia distante. Bárbara e Mia tentaram conversar com ele várias vezes, mas ele sempre desconversava.
Mia
Tem certeza de que está tudo bem?
Perguntou Mia, uma tarde após a aula.
Matheus hesitou.
Matheus
Eu... estou ouvindo coisas. Desde aquela noite. Acho que tem algo me seguindo. Algo que saiu daquela casa comigo.
Bárbara trocou um olhar preocupado com Mia.
Barbara
Você acha que tem alguma coisa a ver com o espelho?
Matheus
Eu não sei. Só sei que não consigo me livrar dessa sensação. Sinto como se... como se algo estivesse dentro de mim.
Joseph, que estava perto, ouviu a conversa e tentou descontrair.
Joseph
Cara, é só a sua cabeça pregando peças. Esses lugares mexem com a gente. Por isso é importante não ficar pensando muito nisso.
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