O vento da noite soprava suavemente pelas janelas entreabertas da cabana, carregando consigo o cheiro fresco da floresta. Lá fora, o canto dos grilos e o farfalhar das folhas eram os únicos sons que quebravam o silêncio absoluto. Dentro, a cabana estava iluminada apenas pela luz da lareira, que projetava sombras dançantes nas paredes de madeira.
Lucius entrou, seus olhos imediatamente, encontrando Ariana. Ela estava sentada no tapete diante do fogo, envolta em uma manta de lã, os cabelos soltos caindo em cascata sobre os ombros. O brilho do fogo refletia em seus olhos, dando-lhes um tom dourado que fez o coração de Lucius acelerar. Por um momento, ele ficou parado ali, apenas olhando para ela, como se quisesse gravar cada detalhe daquele momento em sua memória.
Ariana levantou os olhos, sentindo a presença dele, e um sorriso suave curvou os seus lábios.
— Achei que você não viria," ela disse, mas a alegria em seu rosto traía qualquer dúvida que pudesse ter sentido.
— "Eu não conseguiria ficar longe," respondeu Lucius, sua voz grave e cheia de uma emoção que ele raramente permitia transparecer.
Ele caminhou até ela, seus passos quase silenciosos sobre o chão de madeira. Quando estava perto o suficiente, ele se abaixou ao lado dela, o calor da lareira competia com o calor que ele sentia em seu peito. Ariana estendeu a mão e tocou o rosto dele, traçando o contorno de sua mandíbula com a ponta dos dedos.
— "Esta noite é nossa," sussurrou ela, seus olhos fixos nos dele, uma promessa velada em sua voz.
Lucius tomou a mão dela e a beijou suavemente, sentindo a suavidade de sua pele contra seus lábios. Ele a puxou para mais perto, até que ela estivesse envolta em seus braços. Ali, diante do fogo, eles se esqueceram do mundo, das responsabilidades que os aguardavam, e se concentraram apenas um no outro.
Ariana se deitou no tapete, puxando Lucius para junto de si. Ele a seguiu, seus corpos se encaixando de forma natural, como se tivessem sido feitos um para o outro. O calor do fogo aquecia suas peles, mas era o calor de seus corpos juntos que os mantinha conectados, como se nada mais importasse.
Por um longo tempo, eles ficaram ali, simplesmente sentindo a presença um do outro, a respiração de Lucius quente contra o pescoço de Ariana, os dedos dele traçando desenhos invisíveis em sua pele. A paz daquele momento era algo raro para Lucius, cujas noites eram geralmente preenchidas com preocupações e obrigações. Mas ali, com Ariana, ele podia ser apenas um homem, não um príncipe, não uma promessa em casamento para outra.
Eles se amam lentamente, sem pressa, cada toque e cada beijo uma declaração silenciosa do que sentiam um pelo outro. Lucius se perdeu no corpo de Ariana, nos suspiros que ela deixava escapar, na forma como ela se entregava completamente. E, quando finalmente estavam exaustos, eles permaneceram ali, abraçados, com o brilho do fogo a iluminar seus rostos.
— "Eu queria que esta noite nunca terminasse," sussurrou Ariana, a cabeça descansando no peito de Lucius.
— "Então, não deixe que termine," respondeu Lucius, segurando-a mais perto.
— "Vamos esquecer o amanhã, esquecer tudo. Esta noite é só nossa."
Ariana sorriu contra o peito dele, os olhos fechados enquanto ouvia o som constante do coração de Lucius batendo. Ela sabia que aquele momento era fugaz, que o amanhecer traria com ele a realidade cruel de suas vidas. Mas, por agora, ela se permitiu sonhar, se permitiu acreditar que, por uma noite, o mundo inteiro havia desaparecido, deixando apenas eles dois.
Eles ficaram acordados por horas, conversando em sussurros, rindo de memórias antigas, compartilhando sonhos que sabiam serem impossíveis. A cabana, com suas paredes de madeira e o calor do fogo, tornou-se um santuário, um lugar onde podiam ser quem realmente eram, sem máscaras, sem títulos.
Quando finalmente o cansaço os venceu, eles adormeceram juntos, ainda abraçados, as mantas os cobrindo enquanto o fogo na lareira começava a diminuir. Lucius foi o último a fechar os olhos, seu olhar fixo no rosto adormecido de Ariana. Ele sabia que teria que deixar aquele lugar antes do amanhecer, voltar para o castelo e para as obrigações que o aguardavam. Mas, por algumas horas mais, ele permitiu-se acreditar que aquela noite nunca acabaria.
E assim, com o coração dividido entre o dever e o amor, Lucius finalmente adormeceu, sabendo que, independentemente do que o amanhã trouxesse, ele sempre guardaria aquela noite no fundo de sua alma, como um tesouro secreto, um lembrete de que, mesmo nas circunstâncias mais sombrias, o amor verdadeiro ainda podia florescer.
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Atualizado até capítulo 21
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