Capítulo 03: Laços Entrelaçados

Lucius concordou com Sofia tentar conquistar o seu coração. Ele constatou que a princesa, embora delicada, era de uma determinação tão grande que chegava o encantar. Mesmo que ela não conseguisse conquistar o coração de Lucius num amor romântico, a amizade dele já começara a alcançar.

Lucius viu o nascer do sol do seu quarto no palácio e propôs-se a passar um tempo com Sofia, enviando um mensageiro até os aposentos dela, para lhe convidar que fosse com ele num passeio.

Sofia, radiante de alegria, aceitou prontamente o convite, e se arrumou para ir ao encontro do seu ( talvez) futuro marido.

A manhã estava radiante, com o sol brilhando alto no céu azul, sem nuvens à vista. A leve brisa trazia o perfume das flores silvestres, e os campos ao redor do castelo estavam em plena floração, como se a natureza soubesse que um novo capítulo estava sendo escrito na vida de Lucius e Sofia.

Lucius ajustou as rédeas do cavalo enquanto esperava por Sofia no pátio do castelo. Ele estava vestido de maneira simples, sem as formalidades da realeza, tentando se sentir mais à vontade. Um piquenique parecia uma boa oportunidade.

Sofia apareceu logo depois, montada em seu cavalo branco, com um sorriso iluminado no rosto. Ela usava um vestido leve e confortável, perfeito para um dia ao ar livre. Quando ela se aproximou, Lucius notou o brilho em seus olhos, uma mistura de expectativa e alegria que ele não via nela com frequência.

— "Pronta para a aventura?" Lucius perguntou com um sorriso, tentando injetar leveza na situação.

— "Mais do que pronta," respondeu Sofia, sua voz suave, mas cheia de entusiasmo.

Eles partiram a galope pelos campos, o vento acariciando seus rostos e os cabelos esvoaçando. Lucius percebeu que, apesar das circunstâncias que os uniram, Sofia era uma excelente cavaleira, controlando seu cavalo com confiança e graça. Ela estava à vontade ali, na natureza, longe das intrigas do castelo, e sentiu uma pontada de admiração por ela.

Após algum tempo cavalgando, chegaram a um prado tranquilo, onde uma grande árvore oferecia sombra. Um pequeno lago cintilava próximo, refletindo o céu azul como um espelho. Era o lugar perfeito para o piquenique. Servos já haviam preparado o local, com uma toalha estendida na grama e cestas de comida dispostas.

— "É lindo aqui," disse Sofia enquanto desmontava do cavalo, os seus olhos percorrendo o cenário ao redor.

— "Obrigada por me trazer."

— "Eu pensei que você pudesse gostar," respondeu Lucius, observando-a enquanto ela caminhava até a toalha e se sentava, ajeitando o vestido com graça. Ele se juntou a ela, sentando-se ao seu lado.

A atmosfera era leve, e logo estavam desfrutando das frutas frescas, queijos e pães que os servos haviam preparado. A conversa fluiu de maneira inesperada, começando com tópicos triviais sobre o reino, mas logo se transformando em algo mais pessoal.

— "Você sempre gostou de cavalgar?" perguntou Lucius, curioso para saber mais sobre a mulher que estava destinada a ser sua esposa.

— "Desde que era pequena," respondeu Sofia, sorrindo com a lembrança.

— "Meu pai dizia que eu era mais feliz sobre um cavalo do que em qualquer outro lugar. Era a única vez que eu sentia que podia ser livre, sem as expectativas e responsabilidades que sempre pesaram sobre mim."

Lucius assentiu, entendendo-a melhor do que esperava.

— "Eu sei como é. Ser livre é algo que sempre parece estar fora de alcance para nós."

— "Mas, às vezes, pequenos momentos como este fazem valer a pena," Sofia disse, olhando diretamente nos olhos de Lucius.

— "Podemos não ter a liberdade que desejamos, mas podemos encontrar pequenas alegrias no que temos."

Lucius sorriu, surpreso pela profundidade das palavras dela.

— "Você é mais sábia do que muitos percebem, Sofia."

Ela corou levemente, mas manteve o olhar firme.

— "Eu só aprendi a ver as coisas de uma maneira diferente, Lucius. Às vezes, é preciso aceitar o que não podemos mudar e encontrar felicidade nas pequenas coisas."

O dia continuou, e eles passaram horas conversando, rindo e compartilhando histórias de suas infâncias e sonhos. Lucius começou a ver Sofia de uma nova maneira, não apenas como a princesa que estava sendo forçada a se casar com ele, mas como uma mulher forte, inteligente e com um coração generoso. Ele percebeu que, mesmo que não houvesse amor romântico entre eles, havia algo se formando, uma amizade genuína, baseada em respeito e compreensão.

Depois do piquenique, decidiram explorar os arredores a pé, andando lado a lado ao longo do lago. Sofia, para surpresa de Lucius, sugeriu que eles tirassem os sapatos e caminhassem descalços na beira da água. Ele riu, um som que parecia raro para ele ultimamente, mas seguiu a sugestão dela, sentindo a água fria nos pés e a areia macia sob os dedos.

— "Sabe," disse Sofia enquanto caminhavam.

— "eu temo que nosso casamento seja um vazio. Uma obrigação que ambos teremos que suportar."

— "Eu também," confessou Lucius, olhando para ela.

— "Hoje percebi que podemos, de fato, ser amigos."

Sofia parou e olhou para ele, a sinceridade nos olhos dela tocando profundamente.

— "Eu adoraria isso, Lucius. Ser sua amiga é algo que eu sempre quis, mesmo que nunca tenha dito."

Ele pegou a mão dela, apertando-a levemente.

— "Então, vamos ser amigos. E, quem sabe, com o tempo, esse laço pode crescer."

Sofia sorriu, um sorriso cheio de esperança.

— "Estou feliz por estarmos começando a construir algo, Lucius. E, mesmo que não saibamos onde isso nos levará, estou disposta a descobrir ao seu lado."

Eles passaram o resto do dia juntos, explorando a paisagem, rindo e conversando como velhos amigos. Quando o sol começou a se pôr, tingindo o céu de laranja e rosa, Lucius percebeu que, pela primeira vez desde a aliança de seu pai com o pai de Sofia, ele se sentia em paz.

Na volta ao castelo, enquanto cavalgavam lado a lado, Lucius percebeu que, embora seu coração ainda carregasse o peso das escolhas que teria que fazer, ele começava a abrir espaço para Sofia. Talvez o futuro que ele temia não fosse tão sombrio quanto imaginava.

E, enquanto observava o sorriso contente de Sofia, ele soube que, pelo menos naquele dia, havia dado um passo importante. Um passo que não só fortaleceria o reino, mas que poderia, eventualmente, trazer uma nova forma de felicidade para ambos.

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