Capítulo 5

O avião pousou na Sicília e Emma desceu junto ao seu irmão Hélio, passariam as férias com a sua avó paterna.

Emma Pitalle, dezenove anos, 1,69m, cabelo castanho e olhos mel, nasceu no sul da Itália, mas mudou-se para São Francisco com os pais ainda quando criança, filha de um capitão da polícia e uma promotora, não podiam esperar mais dela se não entrar no mesmo ramo da família.

Mesmo que não gostasse Emma estava no seu segundo ano da faculdade de direito, nas férias do ano passado os seus pais mal a deixaram sair de casa, queriam ela focada, nada de distrações, era isso ou não queriam mesmo que ela fosse para a Itália.

Mais finalmente nas férias do seu segundo ano e depois de muita insistência os seus pais haviam aberto uma exceção, ela passaria as férias com a Vó Lourdes, desde que continuasse com as notas altas.

— Estou aqui! Emma, Hélio. — Dona Lourdes os chamava balançando as mãos.

Os netos a abraçaram assim que conseguiram chegar até ela.

— Oi vó, que saudades. — Emma falou quase não deixando a vó sair dos seus braços.

— Como foi o voo? — Lourdes perguntou, enquanto abraçava Hélio.

— Cansativo, quase dezoito horas em um avião, estou exausta.

— Vamos, vou levá-los para casa. — Lourdes disse pegando a mão dos dois netos.

— Sabe que não somos crianças não é? — Falou Hélio enquanto a sua vó o puxava ela mão.

— Vocês sempre vão ser as minhas crianças. — Respondeu Lourdes com um sorriso no rosto, sem largar a mão de nenhum dos dois.

Chegaram até lá fora e o motorista veio ajudar com as bagagens, arrumando tudo eles logo partiram. Hélio colocou os seus fones de ouvido e voltou a jogar no seu telefone.

Emma observava tudo, que saudades ela sentia deste lugar, ela baixou o vidro e deixou o vento bagunçar os seus cabelos.

— Sentiu falta daqui não é? — Perguntou Lourdes.

— Todos os dias, nunca vou entender o porquê do meu pai querer se mudar, eu amo esse lugar Vovó.

— Talvez a proposta de emprego! Sabe que um ex.capitão das forças especiais não se aposentaria tão cedo.

— É pode ser, mais ele deveria ter me deixado aqui com a senhora, sinto que o meu lugar sempre foi aqui.

— Querida, você sabe que é o xodó do seu pai, não é? Não sei como ele te deixou vir.

— Com muito insistência eu garanto, foi um trabalho árduo, a senhora tinha que ter visto.

— Não duvido querida. — Disse Lourdes com um sorriso.

— Bom, eu só quero chegar em casa, tomar um belo banho e ir à praia, vou ligar para a Lola quando o meu celular carregar, avisar que cheguei.

— Ainda tem contato com ela? — Perguntou Lourdes mudando um pouco o seu semblante.

— Claro que eu tenho, ela é a minha amiga de infância e mesmo com toda a distância permanecemos unidas.

— Sabe que ela mudou muito né? Ela não é uma boa companhia para você aqui.

— Vovó por favor, os pais dela se separaram, depois o pai dela morreu em um acidente, a mãe era uma viciada que também já se foi, é claro que ela mudou, eu quero poder ajudá-la, tirar ela desse buraco, eu não sou de vidro, não faça como os meus pais, você não. — Emma fala e volta a olhar para a vista que, é linda.

— Querida, eu não disse por mal. — Lourdes falou pousando a mão no joelho de Emma.

— Eu sei vovó, eu só estou cansada de acharem que eu vou quebrar há qualquer momento, da super proteção dos meus pais, quis vim para fugir disso e a senhora não pode agir como eles, por favor, me deixe aproveitar, antes que eu volte para a minha prisão. 

— Vamos combinar uma coisa, desde que me avise sempre onde estará não vejo problemas, aqui não é mais a cidade que você conheceu, muita coisa mudou.

— Tudo bem, combinado!

Eles chegaram em casa e portão se abriu, se acomodaram e os empregados levaram a bagagem para os seus quartos, Emma e Hélio foram tomar banho e Lourdes foi pedir para prepararem um lanche para eles, após alguns minutos Emma desceu já pronta para dar um passeio.

— Você não quer perder tempo mesmo não é? — Perguntou Lourdes a vendo toda arrumada.

— Não mesmo, quero aproveitar cada segundo aqui. — Respondeu Emma com um sorriso radiante.

— Vamos comer, depois você vai passear. 

— Vamos vovó.

Hélio desceu e eles serviram-se, saboreando de uma bela refeição e conversando. 

Após terminarem. Emma subiu, escovou os dentes, se olhou mais uma vez no espelho, pegou a sua bolsa e desceu.

— Vovó pode me emprestar o seu motorista? Quero ir até a Lola, farei uma surpresa.

— Tudo bem, mais cuidado, qualquer coisa me ligue.

— Sim, senhora! — Emma fala dando um beijo na sua vó e sai.

Durante o trajeto, ela liga para Lola mais ela não atende;

Antigamente, Lola era vizinha da sua vó, mais depois da separação dos pais, ela e a mãe tiveram que mudar para um lugar mais em conta e depois da morte do pai só piorou, e nem preciso dizer que com a perca da mãe o barco terminou de afundar, sozinha, Lola alugou um apartamento próximo ao centro, nada muito caro, pelo menos ela conseguiria ir e vim do trabalho sem precisar de condução, já economizaria.

— Me espere aqui, eu já venho. — Emma disse assim que chegaram ao destino.

Ela entrou e foi direto no apartamento da amiga, bateu e bateu mais ninguém apareceu, ela começou a chamar pelo seu nome, até um vizinho abrir a porta.

— Ela não está aí, deve está no trabalho. — O homem disse parecendo irritado pelo barulho que Emma havia feito.

— Me desculpe, o senhor teria o endereço do trabalho dela por acaso? 

— Procure ela na Boate, Vibrazione notturna — O homem diz e bate a porta. 

Emma piscas os olhos com tamanha ignorância e volta para o carro, pedindo para o motorista levá-la a praia, ela só irá a boate a noite, não quer aparecer lá de short, regata e chinelo.

— Pode me deixar aqui, eu vou caminhar um pouco. — Emma fala assim que ver o mar.

— Onde há encontro depois, senhorita? O motorista pergunta.

— Eu volto para cá, ache um lugar para estacionar.

O motorista confirma com a cabeça e ela desce, caminhando na beira do mar, a água salgada lava os seus pés, o vento gostoso bagunça o seu cabelo, e ela ama isso mais que tudo neste momento.

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