o início, ilha escondida

Henry está de volta pra sua casa, ele está feliz por ter conseguido um bom extra, seu plano é primeiro matar a saudade da sua amada esposa Sofia , e depois levar ela pra passear pela primeira vez na praia que já era um plano do casal antes do casamento que não deu para realizar devido aos gastos que tiveram com organização da festa e também com a casa móveis e enxovais e tudo mais , por isso resolveram adiar a lua de mel que seria levá-la pra conhecer o mar já que Sofia era nascida e criada nessa cidadezinha pequena do interior .

Henry vê seus planos e seu mundo desmoronar quando chega no portão de sua casa , ele vê sua amada Sofia nos braços de seu irmão caçula, Hugo.

Primeiro ele vê eles caminhando lado a lado Hugo com sua mão na cintura de Sofia, depois ele vê ele a erguer em seus braços e Sofia ser conduzida pra dentro do seu lar como no dia de seu casamento ele a carregou .

Henry fica tão desnorteada que deixa a pequena mala ali no portão e dispara a correr sem rumo certo, sem lugar pra chegar, apenas corre sem direção.

Corre por horas ,por dias tentando apagar de sua mente a imagem dos dois, mas quanto mais ele corre mais certo ele está do que viu, mais enojado ele fica.

Henry perde a noção do tempo , seus pés estão inchados seu sapatos destruídos , mais ele quer seguir em frente , não quer voltar nunca mais a ver aqueles dois traidores.

Henry vira um verdadeiro andarilho, sem destino, sem noção do tempo , só para quando seu corpo reclama ,só quando a boca seca o estômago ronca anuncia que é hora de beber água e comer alguma coisa , dentro de pouco tempo o lindo jovem moreno de cabelos e barba bem feita de olho verde corpo sarado agora não passa de um esfarrapado barbudo cabeludo e mal cheiroso, enfim ele está irreconhecível , e passa dormir em qualquer lugar, as vezes nos bancos das praças as vezes no meio do mato ,as vezes debaixo de uma árvore qualquer pelo caminho , as tendo apenas papelão como colchão as vezes só folhas secas, as vezes nem isso .

É assim que Henry vive por um tempo, até que vê a paisagem mudar ao seu redor e chegar próximo ao mar , depois de atravessar uma cidade grande com um grande porto então ele acaba por chegar em um povoado chamado ilha escondida , o lugar e estranho parece realmente uma ilha quando a maré sobe e esconde a passagem pra chegar no tal povoado ,mas quando a maré abaixa é revelado o caminho até o lugar , que passa a ser mais uma vila mais distante da tal cidade grande .

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"Chegando na ilha escondida"

Henry está caminhando a beira do mar quando chega próximo a uma montanha de um lado e uma estrada que está começando a ser engolida pelas águas ,mesmo assim ele resolve entrar nessa estrada , mesmo sendo visível que se o mar pode o encurralar nas pedras no pé da montanha o matando, talvez a falta de esperança o faz pegar aquele caminho sem saída assim como sua vida está, Henry já tinha caminhado a metade da estrada quando uma caminhonete antiga para ao seu lado e o motorista fala _ Tá tentando se matar cara, sobe logo aqui ou logo a maré vai te matar espremido nas pedras.

Henry entra , já dentro da tal caminhonete o motorista começa a entrevistar ele.

Roberto _ O que te traz a ilha escondida e nesse horário? todos sabem que não se deve pegar esse caminho por esse horário , tem parentes por lá ou é só falta de noção mesmo? não te avisaram dos perigos?

Henry _ não, não só estou andando mesmo, quero conhecer lugares diferentes.

Roberto _ Na ilha não tem nada pra se conhecer não cara , é só uma vila de pescadores que luta pra garantir o sustento da família, pelo menos tem lugar pra ficar? passar a noite?

Henry _ não tenho, mais eu durmo em qualquer lugar na praia mesmo.

Roberto _ você tá precisando de um bom banho cara e de uma roupa limpa, você tá sem mala é um andarilho ou um pobre desiludido que está fugindo de algo ou alguém?

Palavras tão simples mas que foi direto na ferida de Henry fazendo um nó se formar em sua garganta.

Henry responde com a voz meio rouca pelo nó que está alí na sua garganta _ Infelizmente a segunda opção e sim estou a algum tempo fugindo mas não de alguém e sim de lembranças ruins.

Sem que ele consiga impedir duas grossas lágrimas escorrem de seus olhos pela sua face suja e castigada pelo Sol.

Roberto _Nossa cara foi mal, não foi minha intenção trazer de volta algo que você não quer lembrar, a propósito meu nome é Roberto mas todos me chama de Beto ,vou te levar pra minha casa, minha mãe toca a única pensão do lugar , então você vai tomar um banho quente hoje e dormir em uma cama simples mas confortável , eu vou te dar uma troca de roupa, assim acho que você vai ficar melhor , amanhã é um novo dia daí você resolve o que fazer com seu futuro.

Henry _ eu agradeço muito cara, meu nome é Henry e pode ficar tranquilo que apesar da minha aparência eu tenho como pagar por tudo.

Roberto _ Por hoje só descansa Henry, amanhã a gente conversa melhor.

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