...| SOFIA |...
Antes de voltarmos para a Coréia, decidimos visitar a casa onde eu morava, ou onde nasci…
Como tudo ainda estava nas mãos do governo, um oficial de justiça nos levou até ela.
Fomos eu, Jungkook, Namjoon e a Sra. Park.
Paramos em frente a uma casa com o muro bem alto mas, algo me chamou atenção.
— Todas as casas vizinhas não possuem muros… Por qual motivo essa tem?
— Bom, esse muro foi pedido no testamento da Senhora Nora! Ela pediu que Derek Helthon não tivesse mais acesso a casa, então, contratei alguém para fazer um muro bem alto em volta de toda a casa e trancar com portões fortes. — Encaro o Noah respondendo a minha pergunta.
— E quem seria esse Derek? — Namjoon fala enquanto toca no muro. — O ex-marido?
— Isso! Vou abrir para que vocês possam olhar por dentro.
Pelo menos a pessoa que estava querendo me ver morta tem um nome… Derek Helthon!
Quando entramos no quintal demos de cara com uma casa incrível e enorme.
— Que mansão em…— Seri fala de boca aberta.
— É, a Senhora Nora, tinha um bom gosto! — Jungkook comenta assim que entramos na casa.
— Ela está sem mobília?
— Pelo contrário, deixei tudo exatamente como ela deixou. — o Noah para por um segundo e me olha. — Só faço uma reforma de ano em ano para que a casa fique conservada.
— Quero ir ao quarto dela!
Quando entramos na sala de estar, havia um lustre enorme no teto, quadros de paisagens de vários lugares e fotos da minha mãe biológica espalhadas pela grande sala.
Haviam duas meias de Natal na lareira.
Desenhos de criança pendurados.
Parecia que ela não queria que eu a esquecesse...
Quando o Noah apontou para mim na direção do quarto, eu peguei na mão do Jungkook e fomos em direção a ele.
Chegando no corredor do quarto, havia três portas e em uma delas estava o meu nome numa placa brilhante e de cor rosa claro.
— Acho que seria melhor você começar por aí! — Jungkook estava tão ansioso quanto eu.
Eu abro a porta e temos a visão de um quarto claramente de criança.
Tem um berço perto da janela, uma mini cama ao lado, brinquedos espalhados, tem várias fotos minhas desde recém nascida até os três anos de idade.
A cômoda está com gavetas cheias de roupas e com cheirinho de neném.
A casa não parecia nada abandonada.
Até esse momento eu já tinha derramado litros de lágrimas.
Puxei o Jungkook para o quarto dela.
Quando abri a porta, era um lugar bem simples comparado ao resto da casa. Eu sentia a tristeza e a escuridão desse lugar.
De tudo tão neutro ou escuro, havia apenas uma coisa colorida. Um diário em cima da escrivaninha.
Parecia que o diário me chamava. Quando o peguei, abri a primeira página.
E para a minha surpresa estava em coreano e os desenhos estavam bem trêmulos como se tivessem sido escritos com pressa.
"Querida, Sofia... Se chegou a ter esse diário em suas mãos significa que foi adotada e que o Noah conseguiu te achar! Quero que saiba que lutei por você até o meu último segundo. Espero que você tenha se tornado uma mulher incrível e independente, espero que você tenha feito ótimas amizades e encontrado um lindo amor!"
Eu olho para o Jungkook que pela primeira vez em cinco meses, o vejo chorar.
"Estou deixando esse diário para que você possa me conhecer melhor e também para te dizer que tudo o que eu deixei para trás é seu! Se for o caso de você estar recusando a herança, peço que leia esse diário e que decida somente depois de ler.
Ter você foi muito complicado... Eu não poderia te gerar na minha barriga pois eu já estava com câncer mesmo antes de engravidar então, a minha melhor amiga Eun-ji e seu esposo Shin Doyun se ofereceram para gerar você para mim! Sim, o Doyun doou os genes dele, você provavelmente deve ter traços coreanos (ou não também) sei que a Eun-ji deve ter te mimado muito e espero que você tenha retribuído cada carinho! Eles não te contaram porque eu pedi que deixassem que você lesse esse diário.
Por fim, Eu te amo, filha! Para sempre cuidarei de você no céu! E que ele nunca te"
— Essa dedicatória, ela não conseguiu terminar de escrever... — diz Noah escorado no batente da porta. — Eu sinto falta dela!
— Ela morreu aqui nesse quarto? — pergunto assustada.
— Não... Ela morreu no hospital. Acontece que no momento em que ela terminou de escrever em seu diário, decidiu deixar uma dedicatória para você. — nesse momento seus olhos marejaram. — Aquele maldito do Derek apareceu bem na hora e começou a ameaçá-la e dizer que iria sim te encontrar e que tudo seria dele! Infelizmente nossa doce Nora sofreu uma parada cardíaca e acabou falecendo ali mesmo, nas mãos daquele nojento.
Eu senti todo o meu corpo estremecer com aquela notícia.
A minha mãe passou maus bocados na mão desse cara que eu não conhecia.
— Bom, parece que o que me resta é esse diário. — falo para o Noah. — Vamos voltar para casa agora e vermos o que iremos fazer em relação ao Derek e essa tal herança...
Nos despedimos do Sr. Noah e ele me entregou todos os documentos importantes que constavam as contas bancários e os acessos, todos os documentos de casas, terrenos e fazendas que já estavam no meu nome.
Pegamos o primeiro avião para Seoul e eu passei a viagem inteira pensando qual seria o meu próximo passo.
Chegamos na Coréia e fomos direto para o condomínio onde os sete moravam. Jin, Taehyung, Jimin, Yoongi e J-hope já tinham chegado horas antes.
Quando a nossa Van parou em frente ao portão havia uma multidão de pessoas com cartazes, flores e presentes.
— Parece que seus fãs sabem mesmo quando e que horas vocês chegam nos lugares. — Olhei para Jungkook com um sorriso no rosto.
— É, só tem uma coisa errada no que você disse...— Seri fala olhando para frente do portão. — São seus fãs, Sra. Sofia!
Olhei mais uma vez pela janela e os cartazes realmente tinham meu nome.
Loucura!
Só que, outra coisa louca aconteceu agora.
— A Senhora... Me chamou de senhora?
Perguntei, mas não obtive resposta.
A Van freou de repente.
A Park Seri ligou para a casa dos meninos e pediu que os seguranças viessem escoltar nós três para dentro do condomínio, já que ela e o motorista iriam ir direto para a hybe.
Jungkook segurou a minha mão e virou meu rosto para ele.
— Sofia, quando eu abrir essa porta será o seu primeiro contato direto com fãs! Elas às vezes podem ser um pouco doidas...
Ele me olhou desconcertado.
Acho que algum fã já tentou alguma coisa contra o meu Tokki.
— Mas, fique tranquila... Com o tempo você se acostuma! — Namjoon fala parecendo ser simples.
— Podem descer, nos vemos amanhã! — ouço a voz da Seri.
Quando o Jungkook abriu a porta da Van, parecia que tudo entrou em câmera lenta e eu mal consegui enxergar.
Como já eram seis horas da noite, elas vinham com flash e lanternas para cima da gente.
Os seguranças rapidamente formaram um círculo de proteção em volta de nós três e só assim conseguimos passar pela amável multidão e então entramos na mansão.
— Que horas que eu peguei esse tanto de presente?
Me sentei no chão da sala com algumas coisas que os fãs "jogaram" em cima de mim.
Haviam cartas, retratos meus nos shows, ursos, comidas, roupas e até uma lingerie branca. Essa última eu escondi dentro do moletom que eu usava. Eu tenho certeza de que não foi uma coreana que me deu.
Os meninos desceram as escadas para nos cumprimentar.
— Que isso, Shin Sofia! Arrasando os fãs em…— Jin fala olhando para os presentes espalhados.
Jin e Yoongi sentam no sofá enquanto Tae e J-hope sentam ao meu lado para mexer nos presentes.
Namjoon que estava em pé ao lado de Jungkook me deu uma ideia.
— Acho melhor você abrir uma live e mostrar os presentes...
— Os fãs irão gostar… — diz Jimin descendo as escadas secando o cabelo com uma pequena toalha. — Ei, você está de novo com um moletom proibido do JK?
Todos olharam pra mim e eu senti meu rosto ficar vermelho.
— São proibidos pra vocês! Ele que me dá essas roupas, não sou eu que peço…
Todos começam a reclamar com Jungkook e eu dou risada com a situação.
É bom esquecer de tudo que está acontecendo agora na minha pequena vidinha.
Mesmo que por alguns segundos...
Sinto olhares de preocupação vindo sobre mim.
— Olha, você pode fazer a live amanhã, ok? Vamos comer algo leve e ir descansar.
Todos concordam e cada um fez sua refeição e sumiram dentro de seus quartos.
Eu subi junto com o meu namorado para o quarto do mesmo.
— Vou tomar um banho primeiro, pode ser? — falo olhando o Jungkook mexendo no celular.
— Tudo bem...
Pego uma toalha e produtos de cabelo que estavam na mala da viagem.
Retiro o moletom do Jungkook e deixo em cima de uma poltrona que havia dentro do closet dele.
Entro no banheiro, fecho a porta, retiro o restante das roupas.
Deixar aquela água quente cair sobre mim parecia um remédio para a minha ferida.
Lavo o meu cabelo e saio do banho, após secar o cabelo acabo percebendo que eu não tinha pego as roupas para vestir.
— Legal, Sofia! Vai parecer uma oferecida.— sussurro para mim mesma.
Quando abro a porta do banheiro, Jungkook está parado na frente dela com as mãos no bolso da calça moletom e um sorriso levemente malicioso.
— Olha, não é o que você está pensando... Eu só esqueci de trazer a roupa para o banheiro! — eu falo ainda segurando firme a toalha que cobria o meu corpo.
Ele riu alto.
— O que seria tão engraçado, em?
Ele simplesmente sai da minha frente, entra no closet e levanta uma peça de roupa na minha frente.
Sim.
A merda daquela lingerie branca.
Um maiô de renda que claramente ficaria bem justo em mim.
Como eu sou uma idiota, esqueci que deixei enrolado no moletom proibido dele.
— Jungkook, eu não queria...
Eu não conseguia nem me explicar e o que ele disse só piorou o meu nervosismo.
— Quero que vista!
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Atualizado até capítulo 24
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