— O que houve aqui?
Marcel perguntou assustado.
Eu não sabia bem o que responder, minha cabeça doía ainda muito forte, meio desnorteada me sentei no chão. Cambaleando tentei ficar em pé, mas não encontrei força nas pernas, quase caí no chão, mas ele me segurou.
Aqueles braços! sempre me deixam bamba.
Me pegou em seus braços e subiu a escada em direção ao meu quarto, a porta estava entreaberta, quando ele entrou que fechou a porta, eu olhando por cima dos ombros dele, tinha alguém com uma arma apontada pra ele, tentei gritar pra avisar mas a voz não saia de jeito nenhum, tentei descer dos braços dele, mas ele me segurou forte, quando consegui resmungar...
— cuidado... nãããooo!
O cara atirou nele e ele caiu no chão me derrubando, o homem veio e puxou ele pela blusa amarrou no pé da minha cama sangrando, nessa hora tentei fugir, mas quando me levantei tinha alguém tampando a passagem da porta, corri para o banheiro, tranquei a porta inutilmente, deram um chute que a minha bela porta rosa atravessou todo o banheiro e se despedaçou no chão.
Engatilhou e apontou uma arma na minha direção, fechei meus olhos e passou um filme na minha cabeça, vi um homem que eu conhecia mas não sabia quem era, chegando perto de mim, me abraçou e sussurrou no meu ouvido:
— eu disse que vim aqui cuidar do que é meu.
Abri os meus olhos no susto, conhecia aquela voz, e vi o homem caído no chão com um tiro na cabeça, não lembro de ter ouvido nenhum disparo, mas não fiquei la questionando. Corri para o quarto de novo, Marcel estava caído no chão desacordado, sangrando muito. Tentei levantar, mas ele era muito forte, na força que eu fiz para levantar ele percebeu que estava a sangrar também, meus braços, e meu nariz, e minha cabeça estava a doer muito... Pedi forças a Deus para conseguir levá-lo para baixo. Peguei um lençol, e amarrei nele e sai a puxar escada abaixo, coloquei ele no carro.
— E agora o que eu faço?
Voltei para dentro da minha casa, e me deparei com a porta do porão enfim aberta, não consegui conter minha curiosidade, fui me aproximando cada vez mais perto, meu coração estava acelerado demais, quando me dei conta estava em pé em frente a porta aberta... Não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Agora podia entender por que Pedro dizia para eu não abrir a porta e nem entrar lá. Não sabia o que pensar agora, nem muitos menos o que fazer.
— Marceeel! nossaaa...
Me lembrei que o Marcel ainda estava no carro sangrando, dei um passo para correr, mas travei no meio do caminho, voltei a porta e fechei—a, peguei minhas chaves e tranquei a casa. Indo em direção ao carro pensativa, vi Marcel sangrando, entrei no carro, peguei no volante quando ia ligar o carro.
— Marcel, não tenho carteira de habilitação... o que eu faço?
Ele me olhou com olhar de matar
— Dirijaaa agora até o hospital.
— Tudo bem, só espero que ao invés de te salvar não acabe nos matando, em um acidente de trânsito.
Em meio ao desespero coloquei o pé no acelerador e comecei a dirigir. Queria muito salvar o Marcel, e no percurso da estrada acabei me perdendo em meus pensamentos: porque isso está acontecendo comigo? o que eu fiz para merecer ? é tudo culpa minha... meus olhos começaram a se encher de lágrimas,.
— Viee. CUIDADO!
BUM.. BUM.. BUM.. XIII
Colidimos com um caminhão e o nosso carro capotou na estrada, após a colisão o caminhão explodiu alguns minutos depois matando o caminhoneiro que estava bêbado.
Começou a chover...
Além do som da chuva na estrada naquela tarde se podia ouvir sirenes de carros de polícia, ambulância e bombeiros.
—O que houve aqui?
Perguntou o policial Ralph perplexo com a cena, enquanto os bombeiros tentavam apagar o fogo causado pela explosão com a ajuda da chuva.
Um pouco mais perto do carro estava um curioso fumando cigarro, olhou para dentro do carro.
— Ei, saia de perto.
Falou o policial chegando perto dele e o puxando pelo ombro, fazendo com que o curioso se assustasse e soltasse o cigarro provocando assim mais uma explosão, que graças a chuva não foi tão grave deixando apenas leves machucados em ambos.
Já sendo atendido por um socorrista, o curioso olhou para o policial e disse:
— Tinha sangue nos banco do motorista e no banco do passageiro da frente e não havia ninguém no carro.
O policial olhou para ele perplexo e deu ordem de começarem as buscas pelas vitimas.
Começaram-se as buscas e o local já estava escuro com a chegada da lua para iluminar aquela noite sem estrelas, em uma longa estrada que tinha mato dos dois lados. Se ouviam muitos sons: a chuva que ainda caia na estrada agora se tornando apenas uma neblina, pessoas gritando, rádios de policiais, as sirenes, helicópteros, buzinas dos carros que estavam aguardando o longo congestionamento acabar para poder prosseguir seu caminho, mas havia um som que ninguém conseguiu escutar: as lágrimas de desespero e gemidos de dor que vinha de alguém de dentro da extensa mata que percorria na estrada.
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Atualizado até capítulo 28
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