Terra Dos Nove Impérios
— Estamos todos aqui reunidos hoje para unir essas duas almas em uma só, criando um laço infinito de amor eterno entre os dois para todo o sempre! Além de formar uma aliança entre os dois maiores reinos.
— Pelos espíritos, estou nervosa… — Raina fala com as mãos tremendo um pouco.
— Calma, já já passa. — Redbad diz sorrindo.
— Bem, senhor Redbad, aceita Raina como sua futura esposa e rainha da sua dinastia?
— Sim! Eu aceito-a com o todo o meu coração. Prometo cuidar dela todos os dias da minha vida!
— Senhora Raina? Aceita Redbad como seu futuro esposo e rei da sua dinastia?
— Aceito! Prometo cuidar dele todos os dias, com todo o meu coração!
— Muito bem, pelo poder dos espíritos a me concedido, declaro os dois marido e mulher! Pode beijar a noiva Imperador Redbad.
— Uhhuuulll! — Unises grita em voz alta começando a aplaudir com força e sorridente.
— Então é assim que é um casamento… bem estranho, diria. — Nino fala estranhando tudo ao seu redor. — O melhor é a comida oferecida aqui, muito gostosa, uma delícia.
— Você só pensa em comida Nino, será que dá para parar de comer tanto assim, já já passa vergonha de tanto passar mal da barriga. — diz Unises com um pouco de vergonha no rosto.
— Oh Unises, quem são aqueles naquela mesa no canto? Eles tem uma cara amedrontadora… não são daqui certeza.
— Devem ser os imperadores do Reino do Vento, eles chegaram logo cedo aqui pra conversar com os outros reis junto com o Rei Dalton.
— O quê será que vai acontecer, hein? Uma guerra?
— Espero que não, não seria nada bom.
— Hélia? Me concede essa dança? — Don convida Hélia para dançar.
— Não estou com muito ânimo para dançar hoje, será que posso recusar?
— Está bem, quando você se sentir bem então, quer conhecer os imperadores do vento?
— Agora não, vamos esperar pela reunião.
Não demorou muito para o baile acabar e todos saírem do salão e ir para as salas de visita, onde podiam curtir um pouco de música e comer mais um pouco. Alguns dos convidados foram descansar pois estavam exaustos, como conselheiros e famílias ricas das províncias locais.
O novo imperador Redbad decidiu então começar a reunião entre os reis e chamou Don, que levou Hélia ao seu lado e entrou dentro de um salão com uma vasta mesa no centro com algumas folhas em cima, provavelmente documentos importantes relacionados aos reinos.
— Deculpe-me, mas quem é ela? São só permitidos à realeza aqui presente. — pergunta o Imperador Durmog com um olhar altivo para Hélia.
— Perdão Imperador Durmog, mas a presença da Hélia é crucial nesta reunião, ela tem algo muito importante para nos informar e que todos devem ouvir.
— Deixe ela ficar Durmog, não vejo problemas para impedi-la de estar conosco. — Kolizeu fala com uma cara brava para Durmog. — Você é sempre rude com as pessoas que não conhece, não é mesmo, não muda nunca? Aff, se comporta um pouco como o imperador real.
— Tudo bem, ela pode ficar. Vamos começar… primeiro quero saber por qual motivo fizeram esse casamento? Uma união entre dois reinos não é algo que se esperaria das realezas, muito menos sem aviso prévio dessas decisões, não sabem que estão indo contra as leis do Reino do Vento? E mesmo que tivessem nos informado sobre essa decisão, não iríamos ter aceitado essa união, não sabem que desde que o grande império foi desfeito houve a divisão para manter a ordem e decência entre as culturas…
— Compreendemos perfeitamente a sua indignação Imperador Durmog, mas foi uma decisão dos meus pais para com o Rei Redbad, temos em mente não apenas unir os dois reinos, mas torná-lo um império. Mantendo as duas culturas vivas e unidas, compartilhando os recursos uns com os outros, erradicando assim a fome entre as famílias pobres, nosso desejo nunca foi e nunca será agredir os outros reinos, muito menos desobedecer as regras do Reino do Vento, temos conhecimento sobre cada uma das leis que regem as nossas terras. — Raina fala com uma voz firme e uma postura ereta.
— Tem até graça isso, acha mesmo que o Imperador Heigor vai aceitar que surja um novo império entre os reinos? Um império é criado para ser auto-independente, sem precisar acatar ordens de outras províncias. Jamais vamos concordar com essa proposta, se não desfizerem esse casamento haverá uma provável guerra entre as nações! E uma guerra iminente não é algo que vocês pretendam participar não é mesmo? Já ouvimos o que a carta da senhorita Kira nos informou, sobre o exército do fogo estar posicionado em frente das muralhas do Reino da Terra para colocar medo nos conselheiros reais.
— Bem, sobre isso Imperador Durmog, a Hélia tem algo para falar…
— Então fale de uma vez por todas e não nos façam perder mais tempo aqui!
— Desculpe pela minha presença repentina entre vocês da realeza… — Hélia fala quando Kolizeu lhe interrompe.
— Imagina querida, o Durmog que é grosso com as pessoas, não leve ele a mal, é o jeito dele de ser não é mesmo Persephone?
— Verdade Koli, não liga pra ele Hélia, o Durmog muda com o tempo, acredite.
— Tá bem, eu ia falar que o Espírito do Princípio da Planta falou comigo, ele existe e é real! — Todos ficam surpresos com a notícia, mas a maioria não acredita nas palavras de Hélia.
— É verdade pessoal, eu estava lá quando a Hélia conversou com o espírito, ele nos contou algo muito importante. — Don diz com um pouco de aflição no rosto.
— O quê ele disse? — Kolizeu pergunta.
— Nos disse que o exército da Terra tem espadas com partes dos poderes dos espíritos, através de um cristal elemental. Eu recebi esse colar do Príncipe Fall, ele contém o poder do espírito da planta, e me pediu para falar com o Imperador Durmog, pois é o único que pode nos forjar uma espada com ele para libertar o espírito da planta da prisão espiritual que ele se encontra no momento, é só assim ele poderá nos ajudar contra os conselheiros e seu exército poderoso.
— Eu? Deixe-me ver esse colar… — Hélia entrega o colar nas mãos de Durmog.
— É muito bonito Hélia, tem certeza que ele tem poderes? — Kolizeu pergunta curiosa.
— Acredito que sim Imperatriz Kolizeu, não tenho motivos para duvidar do espírito da planta.
— Pois bem, se isso for verdade então os conselheiros têm um enorme exército poderoso contra nossas forças, não seremos capazes de enfrentá-los sozinhos, vou analisar esse cristal e tentar forjar uma espada com ele, mas por enquanto não faremos nada contra os conselheiros até a minha segunda ordem.
— Meu exército está pronto para atacar a qualquer momento Imperador Durmog! — Kira fala com uma tremenda coragem nos lábios.
— Eu sei senhorita Kira, estou informado sobre suas estratégias de batalhas, usaremos todas elas no momento certo. Enquanto isso me deem licença para averiguar esse objeto, assim que tiver respostas concretas entrarei em contato, vamos Persephone?
— Claro meu amor, com licença gente, foi um prazer conhecer todos, nos vemos em breve.
— O ruim é que a cada momento que se passa o Fall pode está sendo maltratado por aqueles conselheiros miseráveis.
— Calma Don, sinto que o Fall esteja bem, ele é forte, você sabe disso.
— Imperador Redbad? Quero informá-lo que terei uma conversa com o Imperador Heigor sobre a união dos dois reinos, saiba que sou a favor do seu casamento com a Imperatriz Raina e estou torcendo para que tudo dê certo entre vocês dois. — Kolizeu fala com uma expressão gentil.
— Obrigado senhorita Kolizeu, seu apoio é muito importante para nós, não nos esqueceremos disso.
— Creio que não, agora vamos comer mais um pouco, preciso recuperar energias da longa viagem que fiz até aqui.
— Claro, por aqui, por favor, me acompanhe.
A tarde passou muito rápido no Reino da Planta, e todos já estavam bastante cansados de tanto esperar pela análise do Imperador Durmog, que demorava fazia um bom tempo desde que pegou o cristal e ficou cobiçoso ao olhar para ele, querendo ou não ele ficou interessado no possível poder que aquele objeto teria.
Já naquele meio tempo todos estavam pensando nas histórias contadas sobre os espíritos dos princípios e suas lendas contadas de geração a geração, muitas delas até usadas para fazerem as crianças dormirem, e outras para assustar as dinastias a não obediência às leis sagradas das culturas dos seis reinos.
Muito do que eles sabiam era apenas mito, e agora estavam certos de que o que sabiam não era nada comparado a realidade da existência dos espíritos. O que será que eles eram capazes de fazer e por qual motivo haviam sido aprisionados e por quem? Essas e outras perguntas se passavam nas mentes dos membros da realeza, e mais dúvidas batiam em seus corações.
— Atenção a todos, terminei de examinar o cristal, e realmente ele tem poderes, pois assim que o conectei a lâmina fina ele brilhou fortemente, e senti uma aura de poder rodeando o meu braço inteiro, e arrepiando todo o meu corpo, verdadeiramente o que a Hélia nos contou é verdade!
— E agora Durmog? — Kolizeu pergunta um pouco agitada.
— Irei testá-la lá fora, não quero comprometer a estrutura do castelo caso aconteça alguma explosão… vai saber o quanto esse negócio tem de poder.
Durmog caminhou lentamente até o lado de fora da sala de reunião segurando a espada com cuidado, não queria ocasionar nenhum prejuízo às pessoas ao redor até que segurou com as duas mãos a espada e a cravou no chão. Assim que a espada entrou em contato com a terra, houve uma aura de poder emanando do cristal e criando uma onda que se dissipou ao redor de Durmog, e o jogando longe por causa da explosão de energia.
— Durmog? Você está bem? — Persephone pergunta assustada.
— Que droga… sabia que isso ia acontecer, alguma coisa está errada.
— Isso é muito perigoso, não podemos usá-la sem saber realmente do que ela é capaz, podemos acabar machucando gravemente as pessoas ao nosso redor e ao portador da espada. — Kolizeu fala com seriedade em seu semblante.
— Hélia? Precisamos de mais informações sobre o cristal, será que pode conversar novamente com o espírito da planta? — Durmog pergunta um pouco chateado.
— Claro, mas você poderia vir comigo assim perguntaria pessoalmente a ele…
— Ela está certa Durmog, vá com ela! — Persephone fala com seriedade.
— Está bem, retornaremos daqui a alguns dias, até lá mantenham os nossos exércitos posicionados para defender o castelo, não queremos ser pegos de surpresa pelo exército da terra.
— Não se preocupe Imperador Durmog, sua esposa estará segura conosco, vá com a consciência tranquila quanto a isso! — diz Redbad com segurança em suas palavras.
Durmog e Hélia saíram juntos com uma comitiva de 15 guerreiros hábeis em espadachinos, a segurança do imperador era crucial pois tinha uma importância enorme nas dinastias, e seria terrível se algo de ruim acontecesse com ele, demorou cinco dias para chegarem no Cemitério de Pedras onde estava o espírito da planta, até que Durmog um pouco apreensivo questionou Hélia sobre a real existência do princípio.
— Não gosto de florestas, elas são muito sujas e melequentas, pior ainda são os pântanos sujos e grudentos. Não sei como pessoas conseguem viver dessa forma imunda… — Durmog protesta com raiva e nojo.
— Acho que o senhor jamais visitou a cidade Pântano, não é mesmo? Hihi… — Hélia dá uma leve gargalhada despercebida.
— Pelo contrário, já sim, e não gostei. Fui resolver uns negócios, mas isso foi a muito tempo atrás, agora fico apenas no castelo resolvendo problemas internos. Essa vida não é pra mim… e você? Vive por aqui mesmo?
— Minha casa fica aqui perto, deixando a floresta, é uma casa simples, acho que o senhor não iria gostar. — Hélia fala com um tom de deboche.
— Chegamos? O ar daqui é gélido, nunca senti algo assim, agora pouco estava um calor absurdo lá fora…
— É a presença do Espírito da Planta, ele chegou. Espírito? Eu trouxe o Durmog!
— Bem vinda de volta destemida Hélia, prazer em conhecê-lo jovem Durmog! Creio que você esteja com muitas dúvidas sobre o poder do cristal elemental, estava a sua espera para respondê-lo e um pouco ansioso para ser liberto.
— Como vamos libertá-lo? — Durmog indaga curioso.
— Basta a jovem Hélia segurar a espada com as duas mãos e cravá-la no chão, dizendo as palavras; eu te invoco guardião da planta! Simples assim…
— Só isso? Alguma coisa a mais tem aí! Por qual motivo você e os outros espíritos estão aprisionados? O que fizeram de tão grave para isso ter acontecido? Não vamos libertá-lo sem antes saber a verdade.
— Antes da existência das coisas físicas, o Deus criador criou seis espíritos elementais, para reger os elementos físicos que seriam criados no mundo, começando pelos cosmos e constelações, dimensões e galáxias com planetas e estrelas solares… um universo amplo e gigantesco. Mas, com o passar do tempo começou uma guerra entre os seis espíritos, não sabemos o real motivo, nossas lembranças sobre aquele dia estão como sidos apagados da nossa memória celestial, mas acreditamos que tenha sido por amor pelo espírito da Água. Nossa guerra não tinha fim e estava destruindo praticamente o universo inteiro com nossos poderes ilimitados, até que o bem decidiu intervir e colocou um fim na guerra horrenda que estava acontecendo… não sabemos se foi o próprio Deus que fez isso conosco, mas foi uma força muito poderosa e mais forte que nossos poderes. Essa força destruiu os nossos poderes, transformando-os em cristais e aprisionou nossos espíritos neste planeta, onde estão registrados os seis templos elementais, criado pelo homem a muito anos atrás. Mas essa força que nos impediu já sabia o que iria acontecer…
— Essa é uma história épica… não está registrada nas coleções sobre os espíritos que temos em nossa biblioteca, as histórias que falam sobre vocês são mais um conto do que uma realidade. Eu acredito em você agora! — Fala Durmog surpreso.
— Eu agradeço ao jovem guerreiro, mas não temos muito tempo disponível, o exército da terra já está preparado para atacar o exército do fogo, e o exército da água está tomando as muralhas do norte neste exato momento a mando da Imperatriz Raina.
— Eu vou libertá-lo… Eu o invoco guardião da Planta! — Hélia crava a espada no chão e um estrondo acontece ao redor deles dois, uma aura de poder ecoa entre eles e se dissipa pelo ar, gerando uma forte energia de poder cômico passando em seus corpos.
— Finalmente! Livre… — diz o espírito da planta no momento que o seu espírito aparece fisicamente no mundo, mas num instante seu espírito é lançado para dentro do cristal da espada e causa uma explosão no ambiente inteiro.
Passaram algumas horas e os dois jovens acordam de um sono profundo, e se questionam o que poderia ter acontecido com o espírito da planta.
— O quê houve? Café o espírito da planta… — Hélia questiona assustada.
— Eu vi ele entrando dentro do cristal antes daquela explosão. Será que ele está preso aí dentro?
— Olá Hélia, infelizmente meu espírito foi jogado para dentro do cristal, não sei por qual motivo isso aconteceu, mas vou descobrir em breve.
— E agora, como poderá nos ajudar? — A moça pergunta com uma expressão assustada.
— Creio que ainda posso ajudar, agora que o meu espírito está dentro do cristal, essa espada que está em sua posse tem um poder ilimitado com a minha presença aqui dentro, você pode usá-la para destruir o exército da terra!
— Espero que isso funcione espírito, se não estaremos ferrados, pode me dizer por qual motivo aconteceu uma explosão quando usei a espada? — Durmog esbraveja com raiva.
— Acredito que seja por que apenas o espírito compatível com o elemento específico pode usar o poder do cristal, como a Hélia nasceu no Reino da Planta, apenas ela pode usar o poder do cristal da planta, simples assim…
— Isso faz todo sentido, agora entendi. Então nossos exércitos não poderão usar as espadas do elemento da terra, teremos que mudar nossas estratégias de ataques. — Durmog fala apreensivo.
— Não será necessário, meu poder será suficiente para dissipá-los, acredite em mim, você não faz ideia o tamanho do meu poder. — conta o espírito com uma voz de agressividade.
— Então vamos embora daqui, o exército da Água está atacando e temos que chegar a tempo de não acontecer um desastre! — Fala Hélia colocando a espada na bainha e correndo em direção à floresta.
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