Érico
"Então, finalmente conheci minha nova vizinha. Sabia que havia alguém novo no apartamento ao lado, porque Henrique comentou sobre a mudança há um mês. Mas, até agora, não havíamos nos encontrado. Isso só podia significar duas coisas: ou estou mais ocupado do que o normal, ou ela tem uma agenda ainda mais apertada que a minha."
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Sofia e Benjamin
Sofia olhou seriamente para Benjamin enquanto o menino evitava seu olhar.
— Filho, agora me explique por que você e seus amigos fizeram aquilo.
Benjamin suspirou.
— Mãe, eu disse ao professor que não ia participar da aula, mas ele falou que era obrigatório... Mesmo que não fosse uma aula de verdade.
— Entendi. Mas espero que isso não se repita, viu? Não dá para fugir dos seus problemas para sempre.
— Tá bom, mamãe. E desculpa de novo.
Mudando o tom, Sofia sorriu e perguntou:
— Agora, me conta: como você ficou amigo daqueles meninos?
— Ah, primeiro conheci o Henrique no meu primeiro dia de aula. Os outros vieram depois.
— Fico feliz por você, filho. Confesso que tinha medo de que você não se adaptasse à nova escola, mas vejo que está indo bem.
Ela colocou as mãos no rosto do filho e continuou:
— Sempre que quiser conversar, estarei aqui para você, tá? Não vou te superproteger, mas também não vou deixar que passe por coisas desnecessárias. Você sempre terá o colo da mamãe. Eu te amo muito.
Benjamin sorriu.
— Também te amo, mamãe!
— Que tal assistirmos um filme?
— Sim!
— Eu faço a pipoca e você escolhe o filme, combinado?
— Tá bom, mamãe!
Sofia suspirou, observando o filho correr para a sala. Enquanto preparava a pipoca, pensou em como sua infância havia sido diferente. Seus pais eram ausentes, nunca conversavam ou se importavam com o que ela sentia. Prometera a si mesma que seria diferente com Benjamin. Sempre presente, dialogando, assistindo a filmes, mas sem superproteger ou deixá-lo enfrentar tudo sozinho.
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Na manhã seguinte
Sofia entrou no quarto de Benjamin, abrindo as cortinas.
— Filho, hora de acordar. Tem escola!
— Bom dia, mamãe!
— Bom dia, príncipe! Vai tomar banho e se vestir para o café da manhã.
Mais tarde, enquanto tomavam o café juntos, Sofia olhou para o filho.
— Escova os dentes agora, tá? Vamos sair em breve.
Benjamin assentiu.
— Tá bom, mamãe. Com licença.
Enquanto ele terminava de se arrumar, Sofia recebeu uma mensagem da escola:
"Prezados pais e responsáveis, a punição para os alunos será a participação em atividades voluntárias durante o evento escolar. Contamos com a colaboração de todos."
Benjamin apareceu na sala, já pronto.
— Estou pronto, mamãe.
— Ótimo! Vamos lá.
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Érico e Henrique
Érico apressava Henrique para sair de casa.
— Vamos, filho. Senão você e eu vamos nos atrasar — você para a escola e eu para a clínica.
Henrique sorriu.
— Por mim, podemos ir, papai.
No elevador, encontraram Sofia e Benjamin. Henrique e Benjamin trocaram sorrisos cúmplices.
— Bom dia! — Érico cumprimentou.
— Bom dia! — respondeu Sofia, um pouco sem jeito.
Érico olhou para Benjamin.
— Desculpa pelo que o meu filho fez.
Sofia sorriu, relaxando.
— Não precisa. Sei o filho que tenho. Ele gosta de ajudar os amigos e tem opinião própria. Não concordo com o que eles fizeram, mas entendo a motivação por trás disso.
Os quatro seguiram juntos até a escola.
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Na Escola
Quando chegaram, havia uma reunião de pais para discutir a punição. Alguns estavam visivelmente irritados, como a mãe de outro aluno.
— Na minha opinião, o único que deveria ser punido é o filho dessa mulher. Foi ele que influenciou meu filho a fazer aquilo! — disse a mulher, apontando para Sofia.
Sofia ergueu a sobrancelha.
— Seu filho não tem vontade própria? Porque, pelo jeito que você fala, parece que ele não é capaz de tomar decisões sozinho.
Outros pais concordaram.
— É o que parece — disse um deles.
O diretor interveio, tentando acalmar os ânimos.
— Senhores, por favor. Vamos manter a ordem ou terei que encerrar a reunião.
Érico levantou a mão, buscando esclarecer a situação.
— Diretor, como será a punição exatamente?
— Os alunos participarão como voluntários em um evento escolar, ajudando nas brincadeiras aquáticas.
Sofia interrompeu:
— Diretor, há atividades que não envolvam água? Se houver, pode colocar o Benjamin nessas, por favor.
A mesma mãe de antes ironizou:
— O seu filhinho é tão precioso assim que não pode ficar perto de água? Parece até que é feito de papel.
Sofia a encarou, firme.
— Sim, exatamente. Ele é precioso. E eu tenho os meus motivos.
A seriedade na voz de Sofia fez Érico notar que havia algo mais profundo ali, algo que ela não estava disposta a compartilhar naquele momento.
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Nota do Autor
"Essa história aborda diferentes estilos parentais: autoritário, democrático, negligente ou permissivo. Alguns pais serão tóxicos e complicados, enquanto outros tentarão mudar por seus filhos ao longo da trama. Vamos explorar essas relações de forma sensível e realista. Espero que aproveitem!"
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Atualizado até capítulo 66
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